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Nobel, Bob Dylan se torna maior e mais premiado artista de todos os tempos
Cantor americano agora coleciona Grammy, Pulitzer, Oscar e
Globo de Ouro, além de incontáveis outros prêmios. Repercussão ao inusitado
prêmio repercutiu bem na imprensa internacional; confira principais reações
O mundo recebeu com surpresa, e
considerável cota de boa vontade, a notícia de que o cantor americano Bob Dylan foi o vencedor do Nobel de
Literatura. “Não pense duas vezes, está certo”, anunciou a rede de
TV americana ABC sobre a vitória do cantor. “Muitos
especialistas o deixaram de fora das especulações, pensando que academia não
estenderia seu prêmio centenário ao mundo da música. Eles estavam errados”.
O cantor americano Bob Dylan
A escolha da academia sueca, no
entanto, não foi recebida com unanimidade. A revista americana New Republic definiu
o prêmio como um equívoco. “Se o prêmio Nobel de Literatura quer reconhecer um
músico, então deveria criar uma premiação para a música”. Para a revista, o
fator emocional da obra de Dylan vem principalmente “da melodia, não da
linguagem”.
A vitória de Dylan, convém observar,
ocorre justamente no ano em que potenciais discordâncias nos bastidores
atrasaram o anúncio do vencedor do Nobel de Literatura, geralmente entregue na
mesma semana das medalhas da Paz e da Ciência. Segundo algumas publicações
europeias, discordâncias sobre o vencedor atrasaram a decisão. O japonês Haruki Murakami era tido como
favorito ao prêmio.
Obra eterna
São muitas e perenes as canções que tornam Dylan ímpar, mas é
possível desenvolver um raciocínio sobre quais foram as mais importantes para
que ele fosse legitimado como um concorrente ao Nobel de Literatura. Ocupante
do topo da lista das melhores canções de todos os tempos da revista Rolling Stone e
de um punhado de outras publicações musicais, Like a Rolling Stone (1965) é o vaticínio definitivo do
talento melódico de Dylan, mas fundamentalmente de sua verve criativa e
arrojada como letrista.
Muitas canções de Bob Dylan poderiam
ser citadas aqui como parâmetro para um prêmio inesperado, mas a justificativa
da academia sueca ao outorgar o Nobel, de que Dylan “criou uma nova expressão
poética na música americana” supera qualquer vã ilação. O Nobel de Literatura
jamais soprou tão acertadamente pelo vento.
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