sábado, 28 de maio de 2022

Tudo no amor é justo


No amor vale tudo
O amor é um jogo louco
Duas pessoas juram ficar
Apaixonadas como uma só, elas dizem
Mas tudo muda com o tempo
O futuro ninguém pode prever
A estrada que você deixa para trás
À frente o mistério espera
Mas tudo é justo no amor
Eu tive que ir embora
Um escritor pega sua caneta
Para reescrever tais palavras
Que tudo no amor é justo
Todo destino é uma chance
Pode ser bom ou o mau
Eu tirei a sorte na moeda para saber
Que você continuaria apaixonada por mim
Mas tudo na guerra é tão frio
Você ganha ou perde
Quando tudo estiver jogado fora
Eu farei o papel de perdedor
Mas tudo é justo no amor
Eu nunca deveria ter saído do seu lado
Um escritor pega sua caneta
Para reescrever tais palavras
Que tudo no amor é justo
Um escritor pega sua caneta
Para reescrever tais palavras
Que tudo no amor é justo

sexta-feira, 27 de maio de 2022

 

O BOTAFOGO DE RODRIGO CONTRA O BAHIA DE ITAJUÍPE

O Botafogo de 1958 que venceu o Bahia de Itajuípe

 Em pé: Patuca, Vilson, Paim, Dal (Tarzan), João Bocar e Vitor Baú; agachados: Jonga, Pedrinha, Pintadinho, Afrânio e Esquerdinha

Por Walmir Rosário*

A disputa entre o Botafogo do bairro Conceição e o Bahia de Itajuípe – em 1958 – foi considerado o jogo do ano na região cacaueira. A partida não valia por nenhum campeonato, ou torneio, mas resolveria uma aposta no valor de Cr$ 30 mil (moeda daquela época), uma quantidade de dinheiro suficiente para resolver o problema financeiro de qualquer um vivente. E esse desafio animou a torcida de toda a região.

A aposta foi feita entre o executivo do jogo do bicho, Sílvio Sepúlveda, ex-goleiro do Botafogo, cartola e frequentador assíduo dos jogos da desportiva, onde ficou famoso por suas apostas, e Oswaldo Gigante, cartola do Bahia de Itajuípe. A todos Sílvio desafiava, dando gols de vantagem, e quem retrucasse dizendo que preferia apostar no clube proposto por ele, recebia outra resposta na mesma hora:

– Dou dois pra um – e Sílvio finalizava a pendenga.

Num jogo amistoso, o Bahia de Itajuípe caiu na besteira de ganhar do Botafogo de Rodrigo Antônio Figueiredo, o que para Sílvio teria sido apenas um pequeno acidente de percurso. Afinal, o Bahia, um time com uma dúzia de pernas de pau não poderia ser superior à equipe alvinegra com Patuca, Pedrinha, Dal (Tarzan), Pintadinho, Afrânio, Jonga, todos craques de primeira linha. Só uma revanche resolveria a pendenga.

Feita a aposta, dinheiro casado, o jogo foi marcado para 15 dias depois, tempo suficiente para arregimentar torcedores de toda a região. No domingo aprazado, o campo da Desportiva estava superlotado com as caravanas vindas de Itajuípe, Coaraci, Itapé, Ilhéus e até de Vitória da Conquista. Jogo duro, mastigado, jogadores seguindo à risca as recomendações de Sílvio Sepúlveda, pródigo nas recompensas pelas vitórias que lhe interessavam.

Apesar das bravatas de Sílvio Sepúlveda contra o Bahia de Itajuípe e seus jogadores, a equipe era um timaço e fazia valer os 90 minutos de uma partida e era muito raro perder para os times da região. As equipes de Itabuna sempre recorriam aos jogadores de Itajuípe e alguns deles prestaram relevantes serviços à Seleção de Itabuna durante a jornada que culminou no Hexacampeonato de Amadores da Bahia.

A grande equipe do Bahia de Itajuípe

Mas para Sílvio Sepúlveda isso pouco importava. Para ele, desafiar um time que defendia era uma falta de respeito, quanto mais provocar o Botafogo, o Glorioso do bairro da Conceição...era um crime inafiançável. Para resolver essa malquerença nada mais justo do que tirar a prova dos noves fora em outra partida no campo da Desportiva. E, ainda por cima, com a aposta, que parte seria distribuída entre os jogadores. E assim foi feito!

Apesar dos esforços dos botafoguenses, o primeiro tempo terminou com o placar de 2X0 a favor dos visitantes, para o desespero de Sílvio e da torcida local. No vestiário, a preleção foi uma verdadeira aula de como virar o jogo e ganhar, de lambuja, outros Cr$ 500,00 de troco. Bastava umas duas substituições e mandar o time encarar o Bahia de homem pra homem, como deveria ser.

A vitória viria normalmente, pois era uma moleza jogar com aquele adversário, segundo Sílvio, esclarecendo que bastaria Patuca segurar a defesa, Pedrinha controlar o meio de campo, abrir pra Jonga e enfiar a bola nos pés de Pintadinho, Afrânio e Esquerdinha. O resultado era a bola no fundo do gol e sair para o abraço. E quando Sílvio Sepúlveda falava era para ser obedecido, ainda mais com o aval do presidente Rodrigo Bocão.

Dito e feito. No segundo tempo entra Robertão e marca o primeiro gol aos 35 minutos; Afrânio fez o segundo e, para o delírio da torcida, aos 42 minutos, próximo do fim do jogo, Esquerdinha recebe um lançamento de Pedrinha e enfia o terceiro gol no Bahia de Itajuípe. A fatura estava liquidada. Assim que chegaram ao vestiário o “bicho” pela vitória foi pago e os jogadores e comissão técnica foram comemorar no Elite Bar e no Café das Meninas. Uma noite de grande festa.

Pedrinha

Um dos melhores jogadores de meio-campo de Itabuna foi Pedrinha, ou Antônio Gonçalves de Oliveira, jogador do Botafogo de Rodrigo, do Fluminense, dentre outros times. Famoso pelos seus lançamentos e a tabelinha que fazia com Mundeco, era de estilo clássico e atuava com responsabilidade. Essa equipe de 1958, da qual fez parte, é considerada como uma das melhores da história esportiva de Itabuna.

Pedrinha deixou de jogar, mas não abandonou o futebol e se tornou um grande colecionador de fotos de equipes esportivas, colaborando nas edições especiais do Jornal Agora, nos aniversários de Itabuna. Antônio Gonçalves de Oliveira (Pedrinha) morreu em outubro de 2021, aos 85 anos de idade, muitos deles dedicados ao futebol amador de Itabuna, deixando saudosos os que o conheceram.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

porquehoeequintaappoesiadeclaudioluz

 Harakiri nas estrelas


 

Você não conseguirá apagar minha luz,

Continuo voando pelos desertos,

Esquecendo mágoas, esperando parte do espólio

Que me caberá, como anjo ou artífice,

Dos desejos que hoje não repousam em seu coração.

Sou do céu, não tão branco como as nuvens,

Nem tão escuro como as tempestades que você previa

Nas suas insônias, ou noites mal dormidas,

Buscando nas fronhas cor de anil o cheiro que exalava do

Meu corpo, quando sonhava por ti.

Que nesta noite venham os raios, inconstantes, frutos

Das imaginações e que em um deles venha como uma fagulha,

Infalível, onde esquecerei as magoas passadas olhando

O brilho das estrelas, os megatons que nos esperam

No holocausto final, matando memórias, entre estrelas que decairão, que

Não representará em nenhum momento o que há de vir, que revelará o infinito do corpo que é teu,

Onde as memórias transformadas em gotas de vinho

Seco, quem sabe suave ou frisante ou um daiquiri,

Que não provocará um harakiri, perpetrado por

Yukio Mishima no último haicai, sem métrica e acentuações adaptadas, a partir de um punhal.

Assim voarei, para onde o vento sopra,

Tentando te encontrar algum dia,

Nas sombras, sobre minha estrela

Que estará carregando sua luz.

 

Tranças que te faz linda

 

Não sou dono da sua cabeça, entre músicas e letras que te faz, talvez

Exótica, amor que complementa as suas

Manhãs, que escorre sexy do agora

Do seu perfil.

Te escrevo agora em poucas linhas, poesia, talvez querendo te dizer: Morena, de pele morena e cabelos que sonhares um dia usar.

Muito prazer em te ver feliz,, madeixas que já me encantavam, antes de você mudar.

Algo magnífico, agora no seu rosto está,

Olhos nos olhos, sem os meus versos te

Deixar.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

MEMORIAL INÉDITO CONTA HISTÓRIA DO BAIRRO CONCEIÇÃO, por Walmir Rosário

 

MEMORIAL INÉDITO CONTA HISTÓRIA DO BAIRRO CONCEIÇÃO

 

A ponte e Igreja foram vetores de desenvolvimento

Por Walmir Rosário

De forma bastante singela, acredito que o ato de viver pode ser comparado a assumir a direção de um veículo. Ter foco no presente do caminho que lhe rodeia, olhando, sempre, pelo retrovisor o passado, e analisando as possibilidades do futuro, do que possa vir pela frente. São através das histórias do passado que poderemos entender mais sobre nós mesmos, para que possamos encarar o futuro sem qualquer receio.

Dito isso, passo a narrar, com alegria, um “achado” importante da minha infância, vivida no bairro da Conceição em Itabuna. Essa descoberta é um memorial de autoria das professoras Edith Oliveira de Santana, Jiunice Oliveira de Santana e do engenheiro agrônomo e pesquisador aposentado da Ceplac, Sandoval Oliveira de Santana, que conta grande parte da história do bairro, em textos e fotos.

O trabalho, que leva o nome Bairro da Conceição e os Primórdios, foi elaborado para homenagear o cinquentenário da implantação da Paróquia Nossa Senhora da Conceição (8-12-1958 a 8-12-2008), com informações antecedentes ao ano de 1958. Todo o trabalho foi realizado por meio de consultas aos moradores descendentes dos desbravadores, com registros dos personagens.

E os três autores tinham motivos pra lá de especiais para elaborar o memorial, haja vista que eram filhos de Marinheiro e dona Janu (Antônio Joaquim de Santana e Joana Oliveira de Santana), casal que ostenta o título de quarto morador do bairro e o primeiro da rua Bela Vista. Os 13 filhos (uma adotiva) do casal se criaram no hoje bairro da Conceição, local que ainda residem filhos, netos e bisnetos.

Marinheiro, sergipano do distrito de Outeiro, município de Maruim, era um homem conhecedor do mundo, sempre a bordo dos navios da Marinha de Guerra Brasil e participou ativamente da “Revolta da Chibata”. Pretendendo mudar de vida, aporta em Ilhéus e vai trabalhar nas roças de cacau, tornando-se, posteriormente, administrador de fazendas e especialista no plantio e manutenção de cacaueiros.

Em 1932, Marinheiro muda-se para Itabuna em busca de escola para seus seis filhos, construindo uma casa na recém-criada Abissínia (bairro da Conceição), que se tornara promissora com a construção da ponte Góes Calmon, sobre o rio Cachoeira e a estrada para Macuco (hoje Buerarema). Conhecedor do mundo, Marinheiro participava da política local com ideias inovadoras para as campanhas políticas e a administração municipal.

Formalmente, o Conceição é o segundo bairro criado, embora em sua área, a Marimbeta, ostente a primazia de abrigar a primeira casa construída de Itabuna, na roça de Félix Severino do Amor Divino, um dos fundadores de Itabuna. E o memorial descreve que morar ali na década de 1930 era uma demonstração de coragem e trabalho, por ser um local de vegetação densa e contar com muitos animais silvestres.

Àquela época as casas eram feitas de taipas, adobes (crus ou queimados), telhados de palmeiras e poucos de telhas, que já serviam para se defender as intempéries, das onças e outros animais selvagens, muitos destes transformados em misturas na alimentação. Naqueles tempos bicudos, para matar a sede os moradores recorriam aos leitos dos ribeirões e à noite utilizavam fifós e placas, alimentados com querosene.

Para cozinhar bastava cortar a madeira na mata, tocar fogo e colocar as panelas de barro. Os mais abastados possuíam fogões a lenha, geralmente fora de casa. Nas panelas, feijão, carnes de caça, peixes do rio Cachoeira em abundância e muitas frutas na sobremesa. As vestimentas para os marmanjos eram calça curta, depois comprida, camisas com botões e cuecas samba canção; a depender da condição financeira, ternos de linho ou gabardine. As mulheres: vestido, saia, blusa, capote, combinação, anágua e calçola.

Aos poucos, o arruamento foi tomando forma urbana devido a crescente construção de casas, apareceram as primeiras vendas (mercearias) e padarias, melhorando as condições de vida da população. Mesmo assim, o “bairro” começou a ser chamado pejorativamente de Aldeia, e mais pra frente de Abissínia, devido a algumas mortes decorrentes de briga, injustamente comparada com a guerra no país africano.

No final da década de 1940, mesmo um aglomerado urbano de condições inóspitas, o bairro da Conceição possuía uma economia próspera, ganhando destaque nos anos 1950, quando começou a se consolidar. Nesse período, com as secas em Sergipe, os moradores de Itabuna convidavam os parentes para morar no “eldorado do cacau”, época em que o bairro da Conceição recebeu uma grande leva de migrantes.

Se em 1° de março de 1928 o bairro ganha a ponte Góes Calmon como primeiro vetor de crescimento, em 1955 veio o segundo com a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em 08 de dezembro de 1958, quando a velha capela de madeira deu lugar a uma grande matriz. Neste mesmo período a fé dos moradores era atendida pelas igrejas Assembleia de Deus, Batista Teosópolis e Cristã do Brasil.

Construída pela batuta dos frades capuchinhos Isaías e Justo (italianos) e Apolônio (brasileiro/pernambucano), a Igreja de Nossa Senhora da Conceição marcou, decisivamente, o desenvolvimento do bairro. Enquanto a obra ia sendo tocada, a prefeitura passou a urbanizar o bairro, com a abertura e rebaixamento de ruas, a praça em frente a igreja e a canalização de água em algumas ruas.

Daquela época aos dias de hoje, o bairro passou por várias etapas de crescimento e desenvolvimento, com boas escolas públicas e privadas; na área de lazer e esportes – clube social, times de futebol, a sede do Itabuna Esporte Clube, bares e restaurantes, supermercados, dentre outros equipamentos urbanos. Mais que isso, sua gente se destaca na sociedade nas mais diversas áreas literária, artística, esportiva e profissional.

A ponte e Igreja foram vetores de desenvolvimento

Por Walmir Rosário

De forma bastante singela, acredito que o ato de viver pode ser comparado a assumir a direção de um veículo. Ter foco no presente do caminho que lhe rodeia, olhando, sempre, pelo retrovisor o passado, e analisando as possibilidades do futuro, do que possa vir pela frente. São através das histórias do passado que poderemos entender mais sobre nós mesmos, para que possamos encarar o futuro sem qualquer receio.

Dito isso, passo a narrar, com alegria, um “achado” importante da minha infância, vivida no bairro da Conceição em Itabuna. Essa descoberta é um memorial de autoria das professoras Edith Oliveira de Santana, Jiunice Oliveira de Santana e do engenheiro agrônomo e pesquisador aposentado da Ceplac, Sandoval Oliveira de Santana, que conta grande parte da história do bairro, em textos e fotos.

O trabalho, que leva o nome Bairro da Conceição e os Primórdios, foi elaborado para homenagear o cinquentenário da implantação da Paróquia Nossa Senhora da Conceição (8-12-1958 a 8-12-2008), com informações antecedentes ao ano de 1958. Todo o trabalho foi realizado por meio de consultas aos moradores descendentes dos desbravadores, com registros dos personagens.

E os três autores tinham motivos pra lá de especiais para elaborar o memorial, haja vista que eram filhos de Marinheiro e dona Janu (Antônio Joaquim de Santana e Joana Oliveira de Santana), casal que ostenta o título de quarto morador do bairro e o primeiro da rua Bela Vista. Os 13 filhos (uma adotiva) do casal se criaram no hoje bairro da Conceição, local que ainda residem filhos, netos e bisnetos.

Marinheiro, sergipano do distrito de Outeiro, município de Maruim, era um homem conhecedor do mundo, sempre a bordo dos navios da Marinha de Guerra Brasil e participou ativamente da “Revolta da Chibata”. Pretendendo mudar de vida, aporta em Ilhéus e vai trabalhar nas roças de cacau, tornando-se, posteriormente, administrador de fazendas e especialista no plantio e manutenção de cacaueiros.

Em 1932, Marinheiro muda-se para Itabuna em busca de escola para seus seis filhos, construindo uma casa na recém-criada Abissínia (bairro da Conceição), que se tornara promissora com a construção da ponte Góes Calmon, sobre o rio Cachoeira e a estrada para Macuco (hoje Buerarema). Conhecedor do mundo, Marinheiro participava da política local com ideias inovadoras para as campanhas políticas e a administração municipal.

Formalmente, o Conceição é o segundo bairro criado, embora em sua área, a Marimbeta, ostente a primazia de abrigar a primeira casa construída de Itabuna, na roça de Félix Severino do Amor Divino, um dos fundadores de Itabuna. E o memorial descreve que morar ali na década de 1930 era uma demonstração de coragem e trabalho, por ser um local de vegetação densa e contar com muitos animais silvestres.

Àquela época as casas eram feitas de taipas, adobes (crus ou queimados), telhados de palmeiras e poucos de telhas, que já serviam para se defender as intempéries, das onças e outros animais selvagens, muitos destes transformados em misturas na alimentação. Naqueles tempos bicudos, para matar a sede os moradores recorriam aos leitos dos ribeirões e à noite utilizavam fifós e placas, alimentados com querosene.

Para cozinhar bastava cortar a madeira na mata, tocar fogo e colocar as panelas de barro. Os mais abastados possuíam fogões a lenha, geralmente fora de casa. Nas panelas, feijão, carnes de caça, peixes do rio Cachoeira em abundância e muitas frutas na sobremesa. As vestimentas para os marmanjos eram calça curta, depois comprida, camisas com botões e cuecas samba canção; a depender da condição financeira, ternos de linho ou gabardine. As mulheres: vestido, saia, blusa, capote, combinação, anágua e calçola.

Aos poucos, o arruamento foi tomando forma urbana devido a crescente construção de casas, apareceram as primeiras vendas (mercearias) e padarias, melhorando as condições de vida da população. Mesmo assim, o “bairro” começou a ser chamado pejorativamente de Aldeia, e mais pra frente de Abissínia, devido a algumas mortes decorrentes de briga, injustamente comparada com a guerra no país africano.

No final da década de 1940, mesmo um aglomerado urbano de condições inóspitas, o bairro da Conceição possuía uma economia próspera, ganhando destaque nos anos 1950, quando começou a se consolidar. Nesse período, com as secas em Sergipe, os moradores de Itabuna convidavam os parentes para morar no “eldorado do cacau”, época em que o bairro da Conceição recebeu uma grande leva de migrantes.

Se em 1° de março de 1928 o bairro ganha a ponte Góes Calmon como primeiro vetor de crescimento, em 1955 veio o segundo com a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, inaugurada em 08 de dezembro de 1958, quando a velha capela de madeira deu lugar a uma grande matriz. Neste mesmo período a fé dos moradores era atendida pelas igrejas Assembleia de Deus, Batista Teosópolis e Cristã do Brasil.

Construída pela batuta dos frades capuchinhos Isaías e Justo (italianos) e Apolônio (brasileiro/pernambucano), a Igreja de Nossa Senhora da Conceição marcou, decisivamente, o desenvolvimento do bairro. Enquanto a obra ia sendo tocada, a prefeitura passou a urbanizar o bairro, com a abertura e rebaixamento de ruas, a praça em frente a igreja e a canalização de água em algumas ruas.

Daquela época aos dias de hoje, o bairro passou por várias etapas de crescimento e desenvolvimento, com boas escolas públicas e privadas; na área de lazer e esportes – clube social, times de futebol, a sede do Itabuna Esporte Clube, bares e restaurantes, supermercados, dentre outros equipamentos urbanos. Mais que isso, sua gente se destaca na sociedade nas mais diversas áreas literária, artística, esportiva e profissional.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

porwalmirrosario

 

TYRONE INVENTA O TURISMO DA CERVEJA BARATA

Júnior, Jurandir, Alberto e Tyrone em Barra Grande

Por Walmir Rosário

O Procon – ou seja lá que órgão o represente – precisa vir a Canavieiras com uma certa urgência, não para um período de férias e veraneio dos seus representantes, mas para fiscalizar o preço alto da cerveja, mercadoria muito cara por essas bandas. Nada tenho contra o veraneio desses ilustres “fiscais do povo”, que em épocas recuadas foram do Sarney, mas nessa condição poderiam se acostumar com os preços praticados pelos bares e restaurantes e nos prejudicar mais, ainda.

E nesse assunto falo de cátedra, por ser um consumidor quase que diário dessa mercadoria, tão admirada e consumida pelos brasileiros, embora os índices não sejam lá, essas coisas em relação a outros países. Confesso que atualmente não estou colaborando tanto para o aumento dos índices de consumo, e por isso já fui acusado de aposentado do Paraguai e, pior, como um enfermo de saúde combalida por pessoas malfazejas, fuxiqueiras perniciosas, o que cabe uma reparação judicial. Deixa estar, jacarés!

Mas minha aparente debilidade física pouco interessa e muito menos se me encontro em tratamento. O certo é que dentro de pouquíssimo tempo, estarei de volta às lides etílicas de alta frequência nos bares de Canavieiras e cidades circunvizinhas, com a constância requerida para tanto. E nesse meu festejado retorno gostaria que as autoridades constituídas, para tanto, já tivessem tomado uma providência (não a excelente cachaça mineira) para reduzir a conta, por conta das cervejas mais baratas.

Como disse que desse assunto falo de cátedra, repasso informações de alta confiabilidade a mim repassadas por uma força tarefa canavieirense de alto coturno quando se trata de cerveja. Em outras terras e num passado não muito distantes (2019), os confrades Júnior, Jurandir, Tyrone Perrucho e Alberto Rocha (conhecido como Fiscal em Canavieiras e Coletor em Camamu) descobriram e beberam cerveja Heineken pelo módico preço de R$ 10,00, impensável aqui pelas bandas de Canavieiras.

Não pensem os desconfiados senhores que a missão exploradora frequenta locais mal-afamados do tipo birosca de ponta de rua sem as mínimas condições de higiene, quiçá de péssimas condições de atendimento e sem os acessórios necessários e convenientes para a degustação de uma boa cerveja, a exemplo de copos e taças de cristal. Se engana quem pensou nessa remota possibilidade, pois nossos confrades se encontravam em Barra Grande e outros locais badalados da Baia de Camamu.

Para que não pairem dúvidas sobre o local, a cerveja e o preço, apresento uma foto com o flagrante do ato de degustação e comemoração num ambiente requintado, como bem merecem nossos turistas em busca de aventuras pelos bares desse mundo afora. Diante da constatação, imediatamente – graças à presteza, viabilidade e praticidade das redes sociais – enviaram a foto aos quatro cantos do nosso planeta, mostrando que por aquelas bandas o cliente é bem tratado no que se refere ao paladar e ao bolso.

Para os que se dizem incrédulos como São Tomé, nossos viajantes estavam munidos com notas fiscais – e não poderia ser diferente com Alberto Rocha, um valoroso ex-agente da fiscalização –, que mesmo gozando dos encantos da aposentadoria, não se permitiria deixar de solicitar a nota fiscal, como bem recomenda a Secretaria da Fazenda. Se Alberto é o responsável pelas questões legais, Tyrone Perrucho, por certo estaria a postos para a verificação do preço da cerveja Heineken. Cada um na sua especialidade.

Pelo que soube – e deve mesmo ter acontecido –, não fui o único a receber a preciosa informação com os anexos (foto e notas fiscais), acredito eu que tenha sido com a intenção de iniciar a mobilização dos frequentadores dos bares contra o tratamento nada amigável dos donos de botequins. Por sinal, pelo que ouvi, as provas irrefutáveis da venda de cerveja barata em Barra Grande também foram enviadas para os donos de bares de Canavieiras.

Para quem ainda não conhece Barra Grande vou logo avisando: trata-se de um local chic, frequentado pela nata da high society nacional e internacional, a exemplo dos poderosos da Globo, publicitários políticos, Neymar et caterva quando vêm se recuperar dos revezes com as namoradas e títulos perdidos em campo. Esse aviso se faz necessário para que saibam em que areia pisarão, se bem que por lá os ambientes são limpinhos, bem asseados, ao contrário dos costumeiros pés-sujos onde costumam frequentar.

Quanto às providências possíveis de serem tomadas por aqui, aguardamos a chegada da nobre missão que lembra os bandeirantes paulistas que embrenhavam o interior do Brasil em busca de pedras preciosas e outras riquezas materiais, se bem que de forma individualista, não deu em nada. Quanto ao comportamento de Alberto e Tyrone, imbuídos no alto espírito coletivista norteador das causas públicas, no sentido de reparar a economia dos confrades no dia a dia dos bares canavieirenses se revelou um retumbante fracasso.

A montanha pariu um rato!

segunda-feira, 2 de maio de 2022

apoesiadeclaudioluz

 Deusa minha, te endeuso

 


Cheiro de incenso de Patchouli,

Que encobre M'alma energizando os

Meus sonhos, acariciando o meu corpo

Que agora se entrega a ti.

Afrodite és, ficando mais uns instantes

Me faz contente e fértil.

Vejo os caracóis das ondas e os cachos

Dos seus cabelos alegres quando

Quando estamos juntos, na imensidão.

Carrego emoções, incensos de Patchouli

Que te veste, quando eu te chamo: Minha

Deusa cheia de fertilidade e essências

Essenciais para nos beijarmos.

Te endeuso num amor perfeito,

Talvez amor de perdição.

 

Não partirei ainda

 

Embora o meu coração peça,

Não partirei, agora contigo ou sem palavras que diz não parta, agora.

Partirei talvez sim, mergulhando no abismo que nos separa, entre luzes opacas e espelhos não amorosos que não

Refletirão o meu corpo abraçado ao seu.

Somos lábios, presas fáceis, olhares obscuros, sentimentos que nos encobre como

Névoas do passado que jamais

Nos deterá, entrecortando distâncias buscando um novo

Amanhã, talvez.

Sem você não partirei.

Entre, entrecortando o meu coração, não partirei.

 

Naturalmente os Seus lábios

 

Traz o néctar em seus lábios, embriaga a minha alma

Se fazendo mulher, livre, como você não consegue sê.

Em sonhos afago os seus cabelos, na vertical percorro entre os meus

Dedos desde a sua fronte até o ponto final que me domina

Em êxtase, de agonia, de querer você aqui e agora, muito mais

Além dos sonhos, que sonho por sua presença aqui.

Sinto os seus frêmitos, ouço os risos de suas crias, apalpo

O seu prazer que gira entre as luas que nos separam e o momento

Sublime que fará você mulher, livre, pronta para entregar-se

Não vulgarmente, mas em doces rituais que nos perpetuará.

Agora os seus lábios são meus e os meus teus!

domingo, 1 de maio de 2022

apoesiadeclaudioluz

 Eu te poetizo em mim



Fita-me com os seus olhos cor de poesias

Que penetram o meu intimo, desnuda a minha alma como incenso de Patchouli, incendiando a minha alma.

Em busca de luzes que iluminará

Os seus encantos que agora me aprisiona e me faz feliz.

Abraça-me com o seu semblante de deusa, Venus De Millus, usando uma

Valisère, sensual, calientes, afagando os meus sonhos de ter você

Em meus braços com sede de ti.

Traz-me o sol, a lua, as estrelas para iluminar o sentimento profundo

Que se encerra em meu peito que agora apanha por ti, embriagando-me,

Profundamente, no leito que agora nos acomoda, entre utopias e sonhos

Que não decai na noite que nos envolve fazendo-nos único ser.

Faz-me intangível, não invisível, nos seus braços, fantasias de mulher,

Agora febril, fazendo-nos semideuses, entre pingos da chuva que agora

Refresca os nossos anseios, e nos atrai para os céus que

Encobre-nos, entre nuvens de festim.

Eu te poetizo-me em ti, como ultimo ato, não submisso, mas

Cheio de palavras, coração em festa e olhos feitos pra ti,

Inspirado no você, que é chama que queima em meu peito

Que não sente dor, embriagado que estou, poetizando-te em mim.

 

Secreto âmago amor

O fogo é inalterável diante do meu amor, que

Incansável está como se estivesse situado no interior

De tronco das árvores e não no perfume das rosas

Que plantei para ti.

Âmago secreto, incansável,

Meu fogo inalterável, Proibido, que te inflama

Antes do verão e que te aquece em pleno inverno, sem

Tabus e clarividências, entre o mal e a salvação

Dos meus olhos, sagrados e amorosos que te admira

Quando o meu coração está em cinzas

No seu corpo que me aprisiona para eu não queimar ou

Morrer no âmago, no sagrado leito quando me dispo pra te

Amar e querer.

 

Vamos sonhar

Você não pode dizer que nunca tentamos

E nem esquecer que o céu é azul entre nuvens que povoam

Os nossos pensamentos, que nos eleva para as lembranças

Que cismamos em não esquecer.

As nossas almas estão cálidas

As rosas já não abrasam os nossos corações, antes

Fértil em sonhos, que seguramos tão firmemente,

Observando as areias prateadas que nos vai

Levar a partir daqui para além do horizonte

Pleno.

Você é linda, mas não é a hora de dizermos adeus?

Eu quero continuar te amando, sentindo os seus lábios doces,

Observando o seu olhar de tigresa,

Deixando-me sussurrar em seu ouvido aquela poesia

Que lhe causa êxtase esporadicamente.

Vamos nos amar baby, apenas de passagem,

Sem nenhum sacrifício, apenas com palavras

Que dois corações eternizados em sonhos

Possam sobreviver,

Sem nenhum sacrifício...

 

Eu quero morar no seu corpo

Eu quero morar no seu corpo para escrever poesias, sem sal.

Eu quero morar em seu corpo na medida ideal das minhas divagações que te faz musa e mulher, minha talvez.

Eu quero que você more em minha alma, sem álcool gel 70, mas como uma sacerdotisa de Vesta, entre o altar que me acolhe na noite e o amor que trás no seu coração, que um dia provarei.

Queremos morar nos nossos corpos com ou sem ilusões. .