domingo, 28 de agosto de 2016

PORQU HOJE É DOMINGO A POESIA DE CLÁUDIO LUZ


Route 262



A lua foi embora e retorna mais logo,

O ônibus das 08h20min partiu sem pressa

Entre os lagos que dividem a Route 262

E o frio da manhã cinzenta da Terra do Sem Fim,

Na Igreja o banco é vago, e as preces ecoam pelas

Paredes, não chegando ao meu coração que agora

Bate descompassado, opaco tão dentro em mim.

Quem sabe se você pensa em mim,

E com teus próprios olhos, escondidos quando meditamos

Entre os céus e a terra, percorrendo mares nunca d’antes

Navegados, desviando-nos  dos olhares que tentam nos decifrar,

Entre as paredes que a trancam no quarto noturno, como prisioneira dos

Lençóis que perfumam o ambiente tênue,

Que envolvem o seu corpo nu.

Não é possível dividir a vida de nós dois, a solidão que

Vivemos em regimes acompanhados, que nos

Perpetuam, como os lagos, separados pela Route 262,

Que nos levam na madrugada a algum lugar talvez efêmero

Mais por certo para um novo despertar em um novo dia...

Vou ficar mais um pouquinho, para ver se acontece alguma coisa

Nessa tarde de domingo onde o astronauta exclamou:

(Afinal ainda) A terra é azul!!!!

Cláudio Luz

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

alhos & bugalhos

ITAJUIPE: INAUGURADO COMITÊ DA CHAPA MARCONE AMARAL E LEO DA CAPOEIRA

Na noite desta quinta-feira (18/08) foi inaugurado na Praça Vereador José Adry (antiga Praça da Feira), no centro de Itajuípe, o comitê de campanha do PSD (55), que tem como candidato a prefeito, Marcone Amaral, e a vice-prefeito, Leo da Capoeira.
Com bandeiras da cor do partido, uma verdadeira onda formada por seguidores, aliados e correligionários, se concentrou em frente ao comitê do candidato a prefeito, Marcone Amaral, que estava acompanhado dos candidatos, entre eles a vereador, que compõem a chapa “Um Novo Tempo”.
Em um breve discurso, Marcone agradeceu a presença da multidão e disse: “Que fará uma campanha limpa, respeitando os seus adversários. “Vamos à luta. Com a “força de Deus e do povo tudo dará certo”Chegou o momento de trazer uma nova visão para o nosso município, chegou o momento de mudar a política de nossa cidade, chegou o momento de transformar o futuro das pessoas. É com essa energia Divina que iremos finalmente ter a opção de fazer UMA NOVA HISTÓRIA!!!! Obrigado a Deus por tudo!!!! Obrigado Itajuípe pela confiança!!!, concluiu o candidato a prefeito.
A inauguração do comitê também contou com a presença de várias lideranças políticas locais, que reafirmaram o seu apoio à coligação do PSD com o apoio do PCdoB, PT, PTN, Psol, PTC, PHS, PRP e PP. 

Geddel é chamado de golpista ao desembarcar em Salvador


Ao desembarcar em Salvador na manhã desta sexta-feira, 18, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, foi hostilizado por passageiros e chamado de ‘golpista’. Passageiros afirmaram ainda que o baiano está trabalhando a favor do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O peemedebista não reagiu e fingiu que o assunto não era com ele. “Temos aqui no avião Geddel Viera Lima, do governo golpista, do Michel Temer, do Eduardo Cunha. Ele está trabalhando para salvar o Eduardo Cunha. Diz para a gente Geddel, vocês vão conseguir salvar o Cunha? O chefe do Geddel foi citado por Marcelo Odebrecht em delação premiada [...]”, disse o passageiro que divulgou o vídeo nas redes sociais.

Real é a moeda com maior valorização no ano

O real é a moeda que teve maior valorização no acumulado dos sete primeiros meses do ano, de acordo com informações do Banco Internacional de Compensações (BIS). Além disso, a moeda brasileira também registrou a segunda maior alta do mundo no mês de julho. São 60 moedas acompanhadas pelo banco. Os dados do banco apontam que, ao fazer o cálculo da taxa de câmbio real efetiva, a moeda brasileira teve valorização de 6,2% em julho. No período de 90 dias, a alta foi de 10,7%. acumula. Em comparação com o piso de setembro de 2015, houve crescimento de 30%.Se for levado em consideração o acumulado do ano, a moeda brasileira teve valorização de 23,3%, ficando à frente do iene, do Japão, que valorizou em 15,3%. O peso colombiano aparece na sequência, com fortalecimento de 13,8%.
Por hoje é só... 
Vou Guardar a Tesoura, a agulha e a linha: Ponto Final.*Redação: O Bolso do Alfaiate

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

alhos & bugalhos

Itajuípe: “Jorjão” desiste e PSB não disputará as eleições

O prefeito em exercício Antônio Jorge Rodrigues desistiu de concorrer às eleições e o PSB não terá candidato a prefeito de Itajuípe. A decisão foi tomada na noite da ultima terça-feira, (16), durante reunião da comissão provisória do partido.
 Alegando problemas pessoais e de saúde – ele é diabético e tem ponte de safena – “Jorjão” comunicou ao PSB que não mais participaria da sucessão municipal.
 “O partido não terá candidatos tanto na majoritária quanto na proporcional e decidiu liberar seus filiados a votar em quem eles quiserem. Os secretários municipais também estão livres, mas a sigla não apoiará nenhum candidato”..
 Em Itajuípe, dois candidatos disputam as eleições municipais: Si Dantas, do Dem, tem o Pastor José Reis, do PSDB, com vice, e apoiada pelo PPS, PMB, PTdoB, PRB, PDT, SD, PMDB, PSDC, PSL e PSC, e Marcone Amaral, do PSD, quye tem o vereador Léo da Capoeira, do PR, com o apoio do PCdoB, PT, PTN, Psol, PTC, PHS, PRP e PP. 
Escrito por http://bene.blog.br/ em  (Atualizado)

Por hoje é só... Vou bater o martelo: Ponto Final.

Redação o Bolso do Alfaiate

terça-feira, 16 de agosto de 2016

PORQUE HOJE É TERÇA-FEIRA A POESIA DE CLÁUDIO LUZ

PORQUE HOJE É TERÇA-FEIRA A POESIA DE CLÁUDIO LUZ

Mova os seus olhos lentamente

Mova os seus olhos lentamente,
Deixe suas mãos pousar em meu coração,
Que será sempre seu.
Você sonhará, Além do horizonte,
Sob águas turbulentas, talvez,
Dando-me sentidos de jurar inexpugnávelmente, 
O meu amor por você, esperando você balbuciar:
“Que me ama!”.
E se me amas!
Eu também te amo,
Sob a sombra que liga as nossas almas,
E os nossos corpos.
Quando Deuses nos envolvem como vulcões em erupções,
Lavando a terra com partículas abrasantes, fazendo renascer as nossas almas perdidas,
Entre o vácuo que nos separa e o sol e a lua que nos unem,
Na suavidade das brisas, que refrigeram os nossos íntimos 
E recônditos desejos de nos olhar ardentemente, lentamente e
Incondicionalmente Agora... Mova os seus olhos lascivamente!
Cláudio Luz


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

“TEJE PRESO, SEU AMARRADO!” Walmir Rosário*

Walmir Rosário*
Lembro-me bem que nos tempos em que ainda criança, a segurança pública era feita com muito esmero, embora os exageros também fossem fecundos. Não era pra menos, pois os tempos eram outros, em que não se falava em direitos humanos. O que valia mesmo era a palavra das autoridades, ou na falta delas, de alguém que detivesse algum poder.
Em matéria de segurança, aqui em Itabuna, os equipamentos eram bem distribuídos. Em cada um dos bairros existia um aparelho da delegacia, com delegado e os chamados “inspetores”, geralmente um funcionário da prefeitura destinado para este fim, ou alguém que tinha a polícia como vocação, vontade essa não realizada.
A autoridade competente em cada um desses bairros era alguém indicado pelo prefeito por ser seu amigo, seu cabo eleitoral, ou alguém com coragem suficiente para meter os meliantes no xadrez. Sim, cada um desses aparatos existia uma cela, onde eram “enjaulados” aqueles que cometiam qualquer deslises contra a comunidade.
De pequenos furtos, roubos, brigas de ruas, bares e de marido e mulher, tudo era resolvido pelo delegado (chamado de calça curta), com o auxílio do inspetor. A depender do crime praticado, o meliante, pra começo de conversa, tinha que respeitar a autoridade e era submetido a uma sova, que podia ser na “mão grande” ou outros apetrechos mais apropriados, como a uma palmatória, bainha de facão, ou o próprio, batido com a banda ou folha, para que aprendesse a se comportar.
Mas, pelo que pude observar, não era uma profissão – se é que assim pode ser chamada essa obrigação – muito segura, pois tinha lá os seus percalços, que o diga um amigo meu que assumiu esse posto máximo de segurança em Ferradas. Ao receber a voz de prisão do delegado, o bandido que ceifou a vida de um irmão de sangue ameaçou, dizendo de pronto: “Se o delegado está vendo o que fiz com ele, que é meu irmão, pode imaginar o que farei com o senhor quando for solto”. Imediatamente, a voz de prisão se transformou em “esteja solto”. E até hoje meu amigo Faruk desfruta sua proveitosa aposentadoria.
Apesar dessas exceções, a regra geral era da chamada “maré mansa”, sem grande sobressaltos para a sua segurança, pois os transgressores da lei eram mais chegados às contravenções penais do que aos crimes de pequena monta, as contravenções penais. Pulavam um quintal ali, subtraíam uma mercadoria num venda de comércio em geral, ou davam uns tapas numa briga num jogo de gude ou jogavam dados pra valer (apostado).
No caso dos amigos do alheio, a depender do modus operandi, os agentes da lei já sabiam quem eram os prováveis autores e davam uma busca no bairro, inclusive na residência da família. E essa providência não dependia de nenhum mandado judicial, bastava apenas e tão somente a vontade da “autoridade”. Alegações outras contra a obstrução da “autoridade policial” simplesmente não eram admitidas e ponto final.
Volta e meia um crime mais significativo, ou fatal, era cometido e aí, sim, era requisitada a Polícia Militar e Civil para dar conta dos fatos. Mas não era todo o dia que um fato dessa grandeza merecesse a atenção dos verdadeiros agentes de segurança, ou da lei, como costumavam a ser chamados. A cidade ainda gozava de certa tranquilidade.
Os “delegados calça curta”, dentro das condições existentes, davam conta do recado, mesmo que vez em quando eram chamados a atenção pela condução nem sempre legal dos inquéritos. Por ouvir dizer, lembro desses abnegados da segurança que já indiciaram até mesmo animais, como a vaca Florisbela, na vizinha cidade de Itapé, inquérito esse tornado sem feito pela atenção de um zeloso promotor de justiça.
No bairro Conceição, também por ouvir dizer, acumulei conhecimento de muitas dessa histórias – ou estórias –, a depender do grau de credibilidade de quem nos contava. Uma delas me marcou bem, pois foi narrada por uma pessoa tida e havida como de bem, conhecida por Turrão, que era antigamente conhecido pelo nome de Albertino César.
Segundo contou, um desses costumeiros praticantes de contravenções penais pulou o muro de um vizinho e atacou o galinheiro, subtraindo alguns frangos de raça, mantido para as homéricas brigas de galo na rinha do bairro da Conceição. Ao receber a queixa, o zeloso “inspetor” não se fez de rogado e, pelo conhecido modus operandi, se dirigiu à casa do meliante dando voz de prisão.
Ao resistir à voz de prisão, tentou correr, mas foi detido prontamente pela grande plateia que acompanhava o inspetor, sendo contido e amarrado com cordas. E o inspetor tinha que prestar contas da ação com rapidez, haja vista que o proprietário dos galináceos era pessoa de importância na sociedade, amigo pessoal do prefeito e quase vereador, pois perdeu a eleição por umas três dúzias de votos.
Para completar o serviço eram preciso entregar o “troféu” ao delegado para as providências de praxe. Então a comitiva desfilou pelas ruas do bairro da Conceição, em direção à feira livre – no local onde hoje funciona a FTC –, onde o delegado calça curta trabalhava em sua barraca de farinha. Por onde passavam, a comitiva aumentava, bem como as dores da porradas sofridas pelo amigo do alheio.
Ao chegar à barraca, nosso bravo delegado deixou de atender um freguês para dar ouvidos ao subordinado, que contou o crime ocorrido, com a gravidade de ter sido aplicado contra uma pessoa de bem. E assim que a plateia aumentou o suficiente, para o desespero do prisioneiro, o delegado largou a medida de farinha, sacou de seu revólver, e do alto dos seu pulmões, em voz solene anunciou:
Teje preso, seu amarrado!”.
E com o sentimento do dever cumprido ainda ordenou: “Leve-o à delegacia para os costumes de sempre!”.
Em seguida, Juquinha fez um gesto próprios dos vencedores, deu meia volta e voltou a atender ao comprador de farinha.
* Jornalista e advogado.

Publicado na edição especial do Jornal Agora sobre Itabuna, em 28-08-2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Yole, Ikaro, Luna Eduarda e Victor Hugo,

Habemus netos.
Luna e Yole

Ikaro

Victor Hugo
Yole, Ikaro, Luna Eduarda e Victor Hugo,

Habemus netos.

Yole, primeira flor, cor de violeta, que aguça os meus sentimentos, antes
Adormecidos no silencio das noites sem fim.
Ikaro, primeiro intrépido, sonhador, que busca o infinito,
Acalentando os meus sonhos de voar,
Luna Eduarda, primeira lua, com os seus raios prateados que inunda o meu
ser,
Victor Hugo, primeiro verbo do futuro, que inspira versos, compassando o
meu amor por vocês.
Ah! Neto(a)s, Plantas tenras que germinam num jardim de luz,
Que divagam entre braços e abraços maternais,
Distribuindo Balsamos, que acalantam suavemente as nossas vidas.
Ouçamos passos, risos e barulhos uníssonos de quatro bênçãos
De Deus que nos unem em perfeita harmonia, com os
Planetas irmãos e estrelas ascendentes, que enfeitam
O firmamento pleno de novas vidas que virão.
Habemus Netos...!!!

Cláudio Luz



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Folhas de jamaica pelo serviço expresso

Folhas de jamaica pelo serviço expresso


Walmir Rosário*
Dias desses, por ocasião de uma das reuniões de sábado da Confraria do Berimbau, falei sobre a dificuldade de bebermos, em Canavieiras, uma boa cachaça de folha, da música “Tarde em Itapuã”, do poeta Vinícius de Moraes, que troquei para “cachaça de folha”. Nunca achamos as folhas boas que queremos ou uma cachaça destilada que se preze pela qualidade.
As duas juntas e engarrafadas que temos notícia não merece tanta confiança e credibilidade. Nada contra as folhagens (que geralmente se prestam para a mistura), mas o problema reside na qualidade da cachaça, nem sempre muito confiável por essas paragens. E a cachaça de folha tem que ser um “casamento perfeito”: boas folhas, ótima destilada.
Na minha reserva especial de cachaça sempre há espaço para as destiladas – descansadas ou não – de boa procedência. Sempre sentenciei como crime inafiançável misturar uma boa destilada com elementos estranhos, como o limão, que, comprovadamente, tem causado males diversos aos intestinos e estômagos mais delicados.
Mas sempre abri exceção para a mistura com as folhagens diversas, desde que não sejam amargas, a exemplo de “pau-de-rato”, “Milome”, “carqueja”, “boldo”, dentre outras. Não coloco o “jiló” no mesmo balaio, pois as histórias sobre essa mistura já causou alguns dissabores na masculinidade de alguns desavisados no bairro da Conceição, em Itabuna.
Já outras folhagens, do tipo mais amigável ao paladar, são sempre bem-vindas. A começar pela “catuaba”, “angico”, “jatobá”, cravo, canela, “angélica”, “alecrim”, “figo”, “gengibre” e até mesmo tempero pra peixe, uma mistura rica em alho, cebola em cabeça e verde, tomate, hortelã, pimentão e por aí a fora.
Em Itabuna, essas preciosidades sempre foram encontradas nas boas casas do ramo, aquelas não não economizam dois reais na hora de adquirir uma boa destilada para servir à seleta clientela. Exemplos que merecem ser lembrados são as “farmácias” de Dortas, na esquina do beco do Fuxico com o Calçadão da Ruy Barbosa, de Batutinha, no Médio Beco do Fuxico, e até de Ithiel Xavier, no início do bar no Alto Beco do Fuxico e que serviu de inspiração para a Confraria do mesmo nome.
Ainda no Alto Beco, na esquina da travessa Ithiel Xavier com a rua Duque de Caxias, estava implantada a mercearia de Alcides Rodrigues Roma, ponto de apoio da boemia frequentadora daquelas paragens. Ao lado dos sacos de milho e feijão, um cavalete com carne do sol e jabá (ambas com dois vistosos pelos), preferida para o tira-gosto entre uma cachacinha e outra.
Aliás, é bom que se diga que a especialidade da casa, era a “angélica”, considerada pelos consumidores a bebida sublime, a preferida dos clientes. E nada melhor do que uma jabá assada como prato de resistência. E não era preciso nenhum chef em culinária para prepará-la ao gostos dos fregueses.
Bastava apenas envolvê-la num papel pardo de embrulho, ensopar o pacote com bastante álcool 90 graus, colocá-lo no prato da balança e riscar o fósforo. Após o fogo apagado, desembrulhar a carne, bater com a faca na carne para tirar o excesso de sal e cortá-la em pequenas fatias. Pronto, com uma iguaria dessa qualidade não ficava ninguém com fome.
Num desses domingos em que todos se preparavam para ir ao futebol no Itabunão – era dia de Itabuna e Vasco da Gama –, eis que aparece uma visita ilustre na mercearia de Alcides Rodrigues Roma, tendo como anfitrião Paulo Fernando Nunes da Cruz, o Polenga. Era o então presidente vascaíno Eurico Miranda, que diante da fama da angélica e da jabá, desprezou o almoço do Pálace para experimentar o inusitado prato.
Mas preciso retomar o fio da meada, para não embaralhar a cabeça dos leitores com tantas informações, às vezes desencontradas e que podem levar ao coma alcoólico. Ante ao meu questionamento, de pronto, um amigo resolveu atender, em parte, minha solicitação, dizendo conhecer um pé de pimenta jamaica inexplorado, mantido por ele longe dos olhares de cachaceiros.
O receio de Antônio Alves (Tonhão, ou Tonhe Elefoa), técnico agrícola aposentado da Ceplac, é que a árvore venha a ser alvo dos consumidores de cachaça com folha e venham a desfolhá-la. Garantiu que supriria as minhas necessidades, colhendo algumas folhas, que seriam entregues em data próxima.
Nem bem passou uma semana e ao chegar em casa e vasculhar a caixa de correspondência para conferir a entrega dos Correios, me deparo com o compartimento cheio de folhas. Fiquei pasmo e pensei que seria um novo serviço dos Correios para tapar o rombo nas suas contas, mas abandonei a ideia por achar estapafúrdia.
Em seguida, meu pensamento voltou-se para as crianças vizinhas que brincam na rua tocando as campainhas e se escondendo que tinham feito mais uma travessura. Ao chegar mais perto para retirar as folhas, reconheci o cheiro das folhas de pimenta jamaica e fui me lembrar da promessa feita por Tonhão na Confraria do Berimbau.
Olhei para as folhas e já vislumbrei elas dentro de um litro misturadas com uma boa destilada – ainda não repousada – trazida do Bar do Jacaré, em Itajuípe, pelo amigo Cláudio da Luz. Um casamento perfeito, digno de saboreá-las ouvindo a música Tarde em Itapuã, tendo o cuidado de trocar as palavras cachaça de rolha por cachaça de folha.
* Apreciador das boas bebidas