sexta-feira, 29 de setembro de 2023

DIAS GOMES ERA BAIANO!

 

DIAS GOMES ERA BAIANO!
Seu nome de batismo era Alfredo de Freitas Dias Gomes, reverenciado no meio artístico como Dias Gomes, um dos mais consagrados autores de novelas e de teatro do país.
Nasceu em Salvador em 19.out.1922.
Casado com Janete Stecco Emmer, conhecida como Janete Clair, um das mais importantes autoras de novelas do Brasil.
Na capital baiana, Dias Gomes no Colégio Nossa Senhora da Vitória, das Irmãs Maristas e no antigo Ginásio Ipiranga.
No ano de 1935, viaja com a família para o Rio de Janeiro, para complementar seus estudos.
Começou a escrever peças de teatro, ainda na adolescência, e aos 15 anos escreveu a sua primeira obra, intitulada A Comédia dos Moralistas.
E com a peça de estréia, o nosso baiano, já foi mostrando que era fera na arte de escrever, foi premiado pelo Serviço Nacional de Teatro e pela União dos Estudantes Secundaristas.
Anos depois, entra para a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, e abandona o curso no terceiro ano, para dedicar-se à produção literária.
Em 1941, escreve a peça Amanhã Será Outro Dia, cujo texto foi bastante elogiado pelo dramaturgo e diretor de teatro Procópio Ferreira, que ficou com receio de levar aos palcos uma montagem de cunho antinazista, em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Entre 1944 e 1964, Dias Gomes adaptou mais de 500 peças de teatro, nacionais e estrangeiras, para programas de rádio.
Autor de uma das mais importantes obras da dramaturgia nacional, O Pagador de Promessas, que também foi adaptada para o cinema, e considerado como o primeiro filme nacional a ser indicado para o Oscar.
E com o mesmo filme, adaptado por Anselmo Duarte e protagonizado por Glória Menezes (Rosa) e o saudoso Leonardo Villar (Zé do Burro), conquistou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França.
Tempos depois, em 1988O Pagador de Promessas foi adaptado para uma série da Rede Globo, com direção de Tizuka Yamasaki, tendo José Mayer e Denise Milfont, como protagonistas.
Membro da Academia Brasileira de Letras, o baiano Dias Gomes foi imortalizado através de suas obras, como O Santo Inquérito, Odorico, o Bem Amado, dentre outras preciosidades.
Visionário, seus temas eram voltados para as temáticas sociais, como reforma agrária, exílio aos perseguidos políticos, ecologianazismo, dentre outros temas.
Escreveu novelas históricas, como A Ponte dos Suspiros, Bandeira 2, O Espigão, Mandala, Saramandaia, O Bem Amado, dentre outras.
E como não lembrar da lendária novela Roque Santeiro, baseada na obra O Berço do Herói, que trazia Betty Fariano papel da Viúva Porcina, e que foi proibida a exibição pela ditadura militar.
Só em 1985, a novela Roque Santeiro foi exibida, com Regina Duarte no papel da Viúva Porcina, mulher de Sinhozinho Malta, vivido, nas duas versões, por Lima Duarte
Ainda na tv, escreveu também Carga Pesada, As Noivas de Copacabana, e a adaptou a obra de Jorge AmadoDona Flor e Seus Dois Maridos, em 1998.
Em Salvador temos o Teatro Dias Gomes, pouquíssimo conhecido dos soteropolitanos, situado nas dependências do Sindicato dos Comerciários de Salvador
Dias Gomes morreu aos 76 anos, de forma trágica, em um acidente automobilístico, em São Paulo, na madrugada de 18.mai.1999.
Nossa homenagem ao grande Dias Gomes, o baiano que através das suas obras, emocionou e deu grandes alegrias ao país.
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Foto/Reprodução da Internet.
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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

CorreioItajuipense/alhos & bugalhos: A Cronica de Walmir Rosário - Direto de Canavieiras


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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

A Cronica de Walmir Rosário - Direto de Canavieiras-Bahia

 

AUTÓGRAFO NA CACHAÇA, QUALIDADE PERSONALIZADA

Comendador Eduardo autografa a Coqueiro

Por Walmir Rosário*

Confesso que do alto dos meus bem vividos setenta e tantos janeiros já vi muita coisa nesta vida, mas sempre me surpreendo com algumas novidades a que somos apresentados nos dias atuais. É uma simples constatação de que por mais conhecimentos que temos, sempre existe uma novidade a presenciar, não simplesmente por ouvir dizer, mas ao vivo e em cores, como afirmava aquela propaganda televisiva de recuados anos.

E vou logo dando uma pista para não amolar o prezado leitor: o que vou citar é costume antigo, praticado por gente famosa, acostumada a fazer sucesso com determinadas atividades, quase que exclusivamente artística. Pelo que sempre vi, esse hábito era para quem cantava, tocava instrumentos, atuava nos palcos de teatro, filmes e novelas. Mas teria que fazer muito sucesso.

O assédio era total em determinados artistas, tanto que eram formadas filas enormes nas saídas das emissoras de rádio e TV e as multidões de fãs conseguiam furar os bloqueios em busca do tão sonhado autógrafo. Euforia e desmaios eram comuns no passado, quando uma fã conseguia ultrapassar a barreira de segurança e voltava com o autógrafo do seu ídolo escrito no caderninho.

Diziam as revistas focadas nas especulações artísticas que muitas dessas multidões eram “fabricadas” pelas próprias gravadores e agentes dos artistas para dar uma mãozinha na carreira de sucesso que viria a acontecer com mais rapidez. Lembro até de um português cujo troféu buscado não era o simples autógrafo, o que lhe satisfazia era beijar a pessoa famosa, fosse homem ou mulher, daí seu apelido de beijoqueiro.

Com o tempo, vimos diminuir esse interesse pelos autógrafos, até porque ninguém – ou quase nenhum vivente – tem o velho costume de carregar lápis, caneta ou um pedaço de papel nos bolsos ou bolsa. Coisa do passado que não volta mais. Agora – há cerca de 15 anos ou mais – o costume é foto do tipo selfie, lado a lado do famoso de estimação. Basta publicar instantaneamente nas redes sociais e cruzar o mundo em um segundo.

Alguns artistas têm ojeriza à multidões – inclusive de fãs – e dão um jeitinho de não se aproximar das legiões de tietes, seja por uma logística competente ou mesmo por mau humor. Outros nem tanto, pacientemente param, acenam posam para as selfies, causando o desespero de sua entourage. Não critico os que se escusam, pois faz parte do seu modo de vida, mesmo que dependa do sucesso.

Dia desses vi no You Tube um lançamento de um livro, numa grande livraria de São Paulo, capital. Uma fila quilométrica, de dobrar quarteirões, em que pessoas aguardavam, pacientemente, pelo seu autógrafo no livro recém-lançado. O autor em questão era o advogado e jornalista Tiago Pavinatto, que apresentava sua mais recente obra: Da Silva: “A Grande Fake News da Esquerda”. Um fenômeno.

Não é todo o santo dia que presenciamos tamanho sucesso, principalmente quando o centro das atenções é um livro, mesmo sendo o autor um personagem na crista da onda nas áreas da comunicação e da política. Pelo que soube, algumas pesquisas já creditavam tamanho apoio na próxima eleição para o cargo presidencial, embora ele sempre negue pretensão de ingressar nesse meandro.

Pois bem, neste fim de semana me deparo com outro sucesso absoluto em plena cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Exatamente no dia 13 de setembro de 2023, uma quarta-feira à noite, e o local, pelo que soube, era a Academia da Cachaça. Sentado à mesa, lá estava o meu amigo Eduardo Mello, CEO da Destilaria Engenho D’água, de Paraty, autografando litros e garrafas da conceituada cachaça que fabrica: a Coqueiro.

Diante de tal cena pergunto pelo WhatsApp ao meu amigo Antônio Mello (Neguinho), irmão de Eduardo, que me descreva a imagem, embora tenha enxergado bem com esses olhos que a terra um dia há comer. E como resposta, fico sabendo que a cada viagem do comendador Eduardinho o ritual se repete por uma legião de cachaceiros (consumidores) de boa cepa, que fazem questão de levar pra suas adegas as garrafas devidamente autografadas.

Apesar de não ter perguntado, ficou subtendido que não basta ao nobre consumidor desta iguaria paratiense levar pra casa um produto confiável, mas que também tenha um selo atestando o padrão de qualidade, afiançado pelo próprio fabricante. Não vejo a hora de voltar a Paraty para sentarmos à mesa – quem sabe no próprio alambique – para jogar conversa fora enquanto Eduardinho autografa garrafa por garrafa de Coqueiro.

Com essas preciosidades, mesmo que consuma todo o estoque em tempo recorde – isto é, antes de retornar a Paraty – posso expor as garrafas como verdadeiros troféus, mesmo que vazias à espera da reposição de um meu objeto de desejo, sonho de consumo, a boa cachaça. E digo isso com toda a autoridade de quem participou das farras com a Quero Essa e o início da produção da Coqueiro no seio da família Mello.

Se a moda pega, Eduardinho tem que se preparar para fortalecer a munheca.

*Radialista, jornalista e advogado