sábado, 25 de outubro de 2014

alhos & bugalhos - De Sábado 

Nascimento, vida e morte – a história da Galeota de Ouro em três atos

Walmir Rosário*
http://confrariadoaltobecodofuxico.blogspot.com.br/


“Motorista, não se deve dirigir bebendo, você pode derramar a bebida”,
ensinamento deixado pela Confraria do Berimbau para a posteridade.

Desde que o mundo é mundo e nele mora gente ser levado pra casa por um carrinho de mão é sinal de que o cidadão extrapolou na bebida. Na Vila Imperial de Canavieiras – mesmo já emancipada politica e administrativamente – esse costume nunca foi diferente, afinal, os amigos são para essas coisas, ainda mais sendo “levado aos costumes”, no trajeto do boteco para casa.
O Nascimento - O bancário Kleber Assunção (entre outros indigitados) não dispensava o serviço prestado pelos amigos, assim como outros indigitados bebedores. E essa cena do cotidiano despertou a atenção de um grupo de amigos – craques do mesmo time, ou farinha do mesmo saco – para comemorar tão repetido gesto de solidariedade.

A turma que secava as garrafas do Berimbau, boteco de respeito e que se prezava pelo diversificado estoque de engarrafados, resolveu levar a comemoração ao pé-da-letra, concebendo um evento para distinguir – com as patentes e galardões merecidos – os merecedores de tão importante e significativa honraria.

Para não sofrer as conhecidas pressões de grupos e indivíduos interesseiros e interessados, a primeira reunião foi agendada para a nem tão pomposa Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), com a finalidade de conceber e planejar importante evento. Após discussões intermináveis, não se chegou a consenso algum, pois a embriagues dos pioneiros organizadores não permitiu.

Teimosos e compenetrados em desmoralizar o ditado popular que afirma em alto e bom som de que “padeiro não come pão”, após passada a bebedeira da reunião inicial, Tolé, Tedesco, Tyrone, Juca Seara e Turrão voltaram à carga em novo encontro, desta vez todos desarmados das garrafas de bebidas alcoólicas – enquanto durou o conclave –, admitindo-se apenas a ingestão pura e simples de água mineral sem gás.

Aos que não tiveram nenhum contato físico – ou por ouvir dizer – com o “Troféu Galeota de Ouro”, aqui vai um aviso. A criação evento pela Confraria do Berimbau se dera por dois motivos: o primeiro exclusivamente festivo, na qual sobressaíssem atos de euforia, causados pelo excesso de bebidas, desregramento e libertinagem; o segundo, para continuar ao lado de Neném de Argemiro, dono do boteco e personagem inspirador.

A Vida - Do demorado e complicado “parto”, nasceu, finalmente, o “Troféu Galeota de Ouro”, a ser promovido no segundo domingo de dezembro, data que seria incorporada ao calendário turístico etílico de Canavieiras, com o pretexto de estabelecer a abertura do verão canavieirense. Agora, sim, era chegada a hora da comemoração com muita cerveja.

Plano traçado, projeto escrito e datilografado, bastava correr à rua para conseguir o patrocínio para viabilizar o “Troféu Galeota de Ouro”, que teria como palco o famoso Beco do Berimbau, também apelidada de rua Dr. João de Sá Rodrigues, no conceituadíssimo trecho compreendido entre a esquina de Tião da Kombi até a rua Dr. José Marcelino.

Para quem não lembra, era o ano de 1996. Projeto debaixo do baixo, os próceres da Galeota fecharam o patrocínio e todos os detalhes financeiros foram sendo sanados. Utilizando as mais conhecidas ferramentas de marketing, cada patrocinador, além das logomarcas estampadas nas camisetas, ainda levavam algumas dezenas para oferecer aos clientes e amigos.

O Balcão da Cachaça era cobiçado pelos biriteiros homéricos 
Vencida a primeira e mais dificultosa etapa, não custou muito conseguir a liberação para o fechamento com tapumes do Beco do Berimbau junto ao Poder Público. Na data aprazada, após frequentes e intermináveis reuniões, os homenageados escolhidos e nomes guardados a sete chaves, é chegado o dia.

Não chegou a ser um primor de festa, mas valeu pela alegria, simplicidade e o inusitado da promoção, que escolhia personalidades habituais nos usos e costumes dos botecos da vida e que cometia desatinos etílicos devido ao êxtase causado pela ingestão exagerada de bebidas alcoólicas. Exaltações essas que costumavam chamar a atenção do seleto grupo que compunha a excelsa comissão de observadores da Galeota de Ouro. Neste primeiríssimo ano foi sagrado vencedor Artur da Farmácia, cujo feitos foram grafados em letras garrafais dos anais da Confraria do Berimbau.

Para uns, a glória, para outros, nem tanto. Existiam alguns, que nem mesmo compareciam ao suntuoso evento antes de anunciado os nomes dos distinguidos com tamanha honraria. É certo que mesmo os contumazes biriteiros dignos do domínio público se recolhiam às suas casas ao descobrir a comissão de observadores numa festa de largo, a exemplo dos festejos profanos de São Boaventura. E não era por recato, garanto.

Mas com a diversidade de cachacistas juramentados merecedores da distinção a tamanha honraria, ela passou a ser medida em graus, conforme a intensidade do tresloucado ato cometido, de acordo com a categoria criada pelos confrades. A premiação variava conforme os “micos” cometidos durante o ano em observação.

Além do primeiro vencedor, foram instituídos os troféus para a categoria “Feminina” (a única ganhadora foi Lurdinha Fróes), Conjunto da Obra”, “Casal Bebum”, “In Memoriam”, “Boêmio Visitante” e “Homenagem Especial”. Concorrentes em profusão, mas como diz a Bíblia: “Muitos os chamados, poucos os escolhidos”, o Troféu Galeota de Ouro teve seus dias de glória e reconhecimento local, estadual, nacional e quiçá internacional.

Mas como tudo na terra tem um objetivo a cumprir, seu fim foi decretado em 2002, cujo Troféu somente foi realizado em 2003, por conta de confusões e incompreensões entre os confrades (dizem que foi praga de um padre insatisfeito de sua pretensão). E a vingança foi “maligrina”, como diria o “vampiro brasileiro”, com as constantes marcações e atrasos na realização do troféu. Um desses motivos foi a morte do confrade Aécio da Silva Almeida.

A Morte - Há quem compare o triste fim do Troféu Galeota de Ouro à Torre de Babel, que queria ser maior do que Deus, e que pela desobediência foi transformada numa confusão de línguas em que um não compreendia o outro. Há quem jure, de pés juntos, que a política partidária teria sido a causadora da desagregação dos confrades e não a praga lançada pelo padre, tese que tem merecido diversas considerações científicas a respeito.

No processo de desmoronamento causado pela religião, de acordo com a praga rogada pelo padre – conforme reza a história –, a que diga que um dos confrades, temente a Deus, é bom que se diga, chegou a fazer uma promessa para parar de beber. Pedido ouvido, até hoje o distinto se porta como um abstêmio convicto. Mas Tolé foi apenas uma exceção.

Entre essas reflexões, contam que o principal fato gerador teria sido o afastamento do então prefeito do cargo, fundamento significativo para que dois dos seus colaboradores – Juca Seara e Turrão – não quisessem mais participar da sua organização. Em 2005 foi feita uma nova tentativa de ressuscitar o Troféu Galeota de Ouro em outro local – no Pastinho –, cujo know-how foi cedido a Alvinho e realizado com sucesso, mas que não resistiu à falta de chame, sedução e encanto dos confrades.

Faltava à nova edição do “Troféu Galeota de Ouro” a irreverência da Confraria do Berimbau e a certeza da escolha dos homenageados entre os bebuns que mais aprontaram durante o ano. A escolha, aliás, era um processo exclusivo e burocrático, com a aplicação de “Cartão Amarelo” aos candidatos, culminando com o “Cartão Vermelho”, quando o processo se tornava irreversível aos olhos dos confrades que integravam a Comissão de Observação.

Segundo conta a lenda que corre-costa, nunca se deve misturar religião por política, nem pinguço se arvorar a Deus. A mistura, no máximo, deve se limitar a cachaça com limão.

*Também frequentador do antro
http://confrariadoaltobecodofuxico.blogspot.com.br/
 POR HOJE É SÓ... 
PONTO FINAL (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)

sábado, 27 de setembro de 2014

ALHOS & BUGALHOS

Governo Souto foi marcado por execução 
manoel leal
de jornalistas e radialistas, por isso é curioso ver o ex-governador prometer mais segurança para o estado. A violência tem sido um dos temas mais explorados na campanha do DEM nas eleições baianas. 
 Violência é algo que os profissionais de comunicação sentiram na pele durante os governos de Paulo Souto e ACM na década de 90. “Foi um período sombrio para os jornalistas e radialistas da Bahia”, lembra o vice-presidente da Associação Baiana de Imprensa, Ernesto Marques. 
 Na Bahia, 11 profissionais de imprensa foram assassinados em 10 anos, a maioria deles em crimes de mando, ligados ao exercício da profissão e quando faziam denuncias de corrupção envolvendo políticos ligados ao carlismo. 
 Os casos mais notórios de assassinatos de profissionais de imprensa envolveram os radialistas Ivan Rocha, em Teixeira de Freitas, Ronaldo Santana, em Eunápolis, e o jornalista Manuel Leal, diretor do jornal A Região, em Itabuna. 
      “O corpo de Ivan Rocha não foi encontrado até hoje e nos casos de Ronaldo Santana e Manuel Leal investigações mal feitas impediram que se chegassem aos mandantes, porque a regra era a impunidade”, lembra Ernesto Marques. 
 
Responsabilidade 
 Entidades como o Comitê de Proteção aos Jornalistas (EUA), Sociedade Interamericana de Imprensa (EUA) e Repórteres Sem Fronteiras (França) cobraram oficialmente a apuração dos crimes, mas o governo carlista ignorou os pedidos.  “A liberdade de expressão inexistia, quem se atrevia a denunciar sofria ameaças e em alguns casos pagava com a vida. Não podemos retroceder diante dos avanços que conquistamos com Wagner. Hoje a Bahia tem uma imprensa livre e o direito de opinião é respeitado”. 
 Wagner escreveu a história acatando uma reparação inédita no Brasil a um jornalista assassinado em crime que envolveu agente público. A reparação seguiu acordo com a Organização dos Estados Americanos, negado por Paulo Souto e assinado por Wagner, sem empecilho. 
O acordo foi fruto de uma luta individual, de 12 anos, do filho do jornalista, Marcel Leal, que conseguiu o apoio de diversas entidades nacionais e mundiais, além da solidariedade de centenas de radialistas e jornalistas em todo o mundo. “A vitória foi de todos eles,” resume Marcel.

TCM E TCE PROMOVEM CAPACITAÇÃO DE GESTORES PÚBLICOS


 O Tribunal de Contas dos Municípios, em parceria com o Tribunal de Contas dos Estados, promoverá no dia 2 de outubro uma videoconferência com o objetivo de auxiliar o gestor público a exercer o controle interno com eficiência e eficácia.

O tema abordado no encontro será “A nova contabilidade pública: aspectos práticos”, sendo destinado para um público-alvo formado por gestores públicos, contadores, auditores, advogados e estudantes dos cursos de Ciência Contábeis, Administração e Direito.

O auditor de controle externo do TCM, Victor Maciel, vai proferir palestra sobre o tema “Como auditar a nova contabilidade pública”. Também participarão do evento Gilvan Dantas, subsecretário de Contabilidade Pública da Secretaria do Tesouro Nacional; João Eudes, auditor de Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco; e o professor Fernando Almeida.

A apresentação presencial ocorrerá na sede do Instituto Anísio Teixeira, na Paralela, em Salvador, de 8h30 às 12h e das 14h às 18h, com retransmissão para as telessalas das Diretorias Regionais de Educação (Direc). Os interessados podem se inscrever no Portal do TCE.

 Dilma, Marina e Aécio.
Dilma amplia vantagem, Marina cai e Aécio oscila um ponto.
Agência Brasil
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (26) mostra a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, com 40% das intenções de voto, Marina Silva, do PSB, com 27%, e Aécio Neves, do PSDB, com 18%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S.Paulo.
A vantagem de Dilma sobre Marina no primeiro turno aumentou em relação à pesquisa anterior, divulgada no dia 19, na qual Dilma aparecia com 37% e Marina com 30%. Aécio estava com  com 17% das intenções de voto.
No levantamento de hoje, os candidatos Pastor Everaldo, do PSC, Luciana Genro, do PSOL, e Eduardo Jorge, do PV, aparecem cada um com 1% das intenções. Os demais candidatos, Zé Maria, do PSTU, Eymael, do PSDC, Levy Fidelix, do PRTB, Mauro Iasi, do PCB, e Rui Costa Pimenta, do PCO, têm, juntos, 1%. Votos nulos ou brancos somam 5% e são 6% os indecisos.
SEGUNDO TURNO
De acordo com a pesquisa, na simulação de segundo turno entre Dilma e Marina, a candidata do PT alcançaria 47%, contra 43% da candidata do PSB, o que configura empate técnico considerada a margem de erro de 2 pontos percentuais. Na semana passada, Marina tinha 46% e Dilma, 44%.
Em uma possível disputa entre Dilma e Aécio, a petista venceria por 50% a 39%. Na semana passada, Dilma tinha 49% e Aécio, 39%.
REJEIÇÃO
Dilma tem 31% de rejeição; Marina, 23%; Pastor Everaldo, 22%; Aécio, 20%; Zé Maria, 17%; Levy Fidelix, 17%; Eymael, 16%; Luciana Genro, 15%; Rui Costa Pimenta, 14%; Eduardo Jorge, 13%; e Mauro Iasi, 13%.
Foram feitas 11.474 entrevistas, ontem e hoje (25 e 26), em 402 municípios. Com margem de erro de 2 pontos percentuais (para mais ou para menos) e nível de confiança de 95%, a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-00782/2014.

CANDIDATOS AO GOVERNO BAIANO PARTICIPAM DE DEBATE NA RECORD

 Da Luz, Rui Costa, Renata Mallet, Marcos Mendes, Lídice da Mata e Paulo Souto.
Da Luz, Rui Costa, Renata Mallet, Marcos Mendes, Lídice da Mata e Paulo Souto participam de debate.
Os seis candidatos ao governo baiano participam hoje, a partir das 22h40min, de debate na Record Bahia, em Salvador. O confronto envolverá Lídice da Mata (PSB), Marcos Mendes (PSOL), Paulo Souto (DEM), Renata Mallet (PSTU), Rogério da Luz (PRTB) e Rui Costa (PT).
O debate, de acordo com a Record Bahia, será mediado pela jornalista Christina Lemos, repórter especial do Jornal da Record e especializada em política.
A previsão é de que o debate dure duas horas. A atração será retransmitida pelo site R7 Bahia, Rádio Sociedade e TV Cabrália (Itabuna).
O confronto de hoje será o único, na televisão baiana, com a participação de todos os candidatos. Na Band e na TV Bahia, foi vetada a participação da candidata Renata Mallet (PSTU) porque o partido não possui representação na Câmara dos Deputados.

 POR HOJE É SÓ... PONTO FINAL (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)

sábado, 20 de setembro de 2014

Confraria do Alto Beco do Fuxico veraneia em Canavieiras

Afastado com ânimo definitivo de Itabuna  Alto Beco do Fuxico –, o editor deste blog passa por um prolongado veraneio em Canavieiras. Por falta de atividades no beco de origem, busca novo beco, desta vez em Canavieiras, cidade onde a escassez de beco com militância etílica e gastronômica é gritante.
Em vista dessa inusitada descoberta, abre os trabalhos na Terra Mater do Cacau e mais ainda do caranguejo, na esperança de que um progressista empresário da área gastronômica e etílica se sensibilize e passe a comercializar – num beco desses – produtos para o consumo desse tipo de iguarias.
E por aqui nesta terra plana passa a funcionar o Confraria do Alto Beco do Fuxico, lembrando fatos históricos e os que porventura surgirem, desde que merecedores de divulgação.
Até sempre!
Acesse - http://www.confrariadoaltobecodofuxico.blogspot.com.br/

Em Canavieiras, beco já foi local de respeito

Walmir Rosário*

Não que agora não os sejam. Mas é que os tempos mudam e nem sempre os costumes mais antigos costumem acompanhar o modismo. Mas é assim mesmo. Quando digo que o beco – ou seu plural – já foi local de respeito, digo e provo. O próprio Beco do Fuxico – para uns Beco do Progresso (mas que não acho graça) – teve seus dias de glória.
No seu apogeu – e foram muitos anos na crista da onda – era palco de botecos famosos frequentados por quem de direito e tinha negócio para tanto. Outros menos votados também faziam incursões etílicas de pouca monta, mas nem por isso menos importante. Botecos tantos de vizinhança famosa, afinal um nome desses não se empresta – doa ou vende – a-toa.
Tendas – ou oficinas, como queiram – de mestres em alfaiataria, sapataria, quitandeiros e outros especialistas nas artes eram figuras conhecidas por exercerem seus ofícios na dita cuja área, cuja fama ultrapassava mangues e praias, espalhando-se além fronteiras. Era, sobretudo, um local de farto saber e conhecimento.
Sim, isso mesmo, pois em que locais se reuniam esses mestres para falar do dia a dia de suas labutas e da vida alheia? Local mais apropriado do que um boteco, impossível! E implantado no Beco do Fuxico, melhor ainda, pois não existe em qualquer lugar do mundo com tamanha competência, curriculum ou DNA, como queiram.
Mas como tudo que sobe, desce, o Beco não resistiu e as portas ditas do progresso foram sendo fechadas. Com o afastamento dos mestres em ofícios dos mais diversos e a diminuição da frequência do cais do porto, os botecos foram cerrando as portas e se mudando de endereço. Espalharam-se para o Norte, Sul, Leste e Oeste. Bastar dar uma corridinha e conferir in loco.

BECO DO BERIMBAU
O Beco do Berimbau em dia de festa: a Galeota de Ouro
Este, o Berimbau, foi local de resistência da boemia canavieirense por muitos anos. Até que morte nos separe, foi a regra. Enquanto comandado por Neném de Argemiro sentou praça e fez história, contada em prosa e verso – mais prosa do que verso – por conta das verdades melhoradas contadas por um dos membros – ou confrades – mais assíduos: Raimundo Antônio Tedesco, historiador tido e havido como grande conhecedor da arte de contar causos.
Confrade, eu disse, e repito com todas as letras, haja vista o surgimento ou o achamento, no vocabulário de qualquer his(es)toriador que se preze da dita arte. Pois bem, esse foi o nome dado aos frequentadores do boteco O Berimbau, por tomarem parte na Confraria do Berimbau, nome recebido na pia batismal de qualquer botequim que se preze: o pé de balcão.
Mas como anteriormente disse, “até que a morte nos separe”, O Berimbau, de nome e importância na praça, continuou a ser frequentado até a aposentadoria de Neném de Argemiro e sua última viagem à eternidade. Sem Neném, calou-se o trompete, calaram-se os confrades (apesar da teimosia em continuar sentando praça no local). Não se ouve qualquer barulho de copos, não é sentido o olfato do mal-assado.
O silêncio no Beco de O Berimbau ainda ecoa na memória dos que frequentaram o boteco e nas histórias contadas sobre a “Galeota de Ouro”, que por anos a fio escolhia o “melhor entre os piores” para conceder tão humilhante troféu, ou distinta honraria, a depender do distinto. Melhor congraçamento nunca houve antes na história de Canavieiras e que ficou gravado para a posteridade. A cisão entre os confrades enterrou nas cinzas do braseiro onde eram assados os espetinhos de gato oferecidos aos convidados.
Como dizia aquela publicidade antiga: “Bastante imitada, mas nunca igualada”.
ENDEREÇO ANÔNIMO - Hoje, o Beco de O Berimbau faz parte, ou melhor, ostenta no Código de Endereçamento Postal de Canavieiras com nome metido a besta: Rua Dr. João de Sá Rodrigues (nada, absolutamente nada contra o patrono). Mas, nos guardados de um dos confrades, o Antônio Amorim Tolentino (Tolé), está estampado: Beco de O Berimbau, da esquina de Tião da Kombi até a Rua Dr. José Marcelino.

*Blogueiro e apreciador das artes dos comes e bebes.

sábado, 26 de julho de 2014

ALHOS & BUGALHOS

DESDE AMATO, EM 1989, ELITE DEMONIZA NOME À ESQUERDA


REJEITAR CANDIDATO DE ESQUERDA É DOGMA PARA A ELITE FINANCEIRA E EMPRESARIAL BRASILEIRA; NA ELEIÇÃO DE 1989, ENTÃO PRESIDENTE DA FIESP MARIO AMATO PRODUZIU A PÉROLA DA RADICALIZAÇÃO: SE LULA FOSSE ELEITO, 800 MIL EMPRESÁRIOS SAIRIAM DO PAÍS COM DESTINO A MIAMI; MAIS TARDE, EM 2002, PRIMEIRA VITÓRIA FOI CERCADA POR PREVISÕES CATASTROFISTAS JAMAIS REALIZADAS; PELO BANCO GOLDMAN SACHS, ECONOMISTA DANIEL TENENGAUZER CHEGOU A CRIAR UM 'LULÔMETRO'; AGORA, BANCO SANTANDER ASSUSTA CLIENTES SOBRE PERDAS COM A REELEIÇÃO DE DILMA; DESCULPAS NÃO ESCONDEM REPETIÇÃO DO MANTRA DE CADA QUATRO ANOS: O FIM DO MUNDO VEM AÍ.
247 – O RELATÓRIO DESTINADO A CLIENTES RICOS, PRODUZIDO PELOS ANALISTAS DO BANCO SANTANDER, NO QUAL PROJETAM PERDAS FINANCEIRAS DIANTE DE UMA ESCALADA DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF NAS PESQUISAS ELEITORAIS É TÍPICO. O PEDIDO DE DESCULPAS FEITO LOGO A SEGUIR À DIVULGAÇÃO DA PEÇA NÃO ESCONDE O FATO DE QUE SEMPRE, ENTRA E SAI ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE, TANTO O MERCADO FINANCEIRO QUANTO OS EMPRESÁRIOS DE MAIOR VISIBILIDADE PROCURAM, ACIMA DE TODAS AS COISAS, TEMER, REJEITAR E DEMONIZAR OS CANDIDATOS DE ESQUERDA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
COMO QUEM TEM CHANCES REAIS DE VENCER, DESDE 1989, SÃO OS CANDIDATOS DO PT – COM LULA CINCO VEZES CANDIDATO, E DILMA ROUSSEFF DESENVOLVENDO AGORA SUA SEGUNDA CAMPANHA -, O NOME DO PARTIDO E A PRÓPRIA LEGENDA ACABANDO SOFRENDO A PRESSÃO.
HOJE É FOLCLORE, VIROU PIADA, MAS QUANDO O ENTÃO PRESIDENTE DA PODEROSA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (FIESP), MARIO AMATO, DECLAROU QUE 800 MIL EMPRESÁRIOS IRIAM EMBORA DO PAÍS SE LULA VENCESSE AS ELEIÇÕES DE 1989, A FRASE FOI LEVADA MUITO A SÉRIO. FOI ESTAMPADA NA PRIMEIRA PÁGINA DE JORNAIS COMO A FOLHA E O ESTADO, REPERCUTIU EM PROGRAMAS DE TELEVISÃO E VEIO ACOMPANHADA DE TESES SOBRE A INCAPACIDADE DE GOVERNANÇA DO PT E INTENÇÕES DE INTERVIR EM EMPRESAS E NO MERCADO FINANCEIRO QUE, POR FIM, FORAM PRATICADAS PELO VITORIOSO FERNANDO COLLOR.
A DEMONIZAÇÃO A LULA, NO ENTANTO, PROSSEGUIU EM TODAS AS CAMPANHAS NACIONAIS DISPUTADAS PELO EX-PRESIDENTE, INCLUSIVE AS QUE ELE GANHOU. EM 2002, A MISSÃO DE SUPERAR O TUCANO JOSÉ SERRA INCLUÍA, TAMBÉM, SUPERAR UMA IMPRESSIONANTE SÉRIE DE RUMORES, BOATOS E FOFOCAS QUE APONTAVAM PARA UM ESTOURO NAS CONTAS PÚBLICAS NO CASO DA VITÓRIA DO EX-METALÚRGICO. COM A CHANCELA DO BANCO AMERICANO GOLDMAN SACHS, O ECONOMISTA DANIEL TENENGAUZER GANHOU SEUS QUINZE MINUTOS DE FAMA AO CRIAR O QUE CHAMOU DE "LULÔMETRO". CONSISTIA EM MEDIR O NÍVEL DA DISPARADA DA COTAÇÃO DO DÓLAR SOBRE O REAL DE ACORDO COM O CRESCIMENTO QUE LULA APRESENTAVA NAS PESQUISAS. ASSIM, QUANTO MAIS O FUTURO PRESIDENTE AVANÇAVA, MAS O "LULÔMETRO" APURAVA QUE SE CHEGAVA MAIS PERTO DO FIM DO MUNDO CAMBIAL. O REAL SERIA PULVERIZADO.
O QUE SE VIU, NO ENTANTO, DESDE O PRIMEIRO DO MANDATO DE LULA FOI A NORMALIZAÇÃO DE TODOS OS GRANDES INDICADORES DA ECONOMIA E, EM SEGUIDA, O "ESPETÁCULO DO CRESCIMENTO" QUE DEU AO PRESIDENTE UMA REELEIÇÃO TRANQUILA.
AGORA, AO COMPLETAR 12 ANOS SEM REPRESENTANTES DE SEU CAMPO POLÍTICO-IDEOLÓGICO NO PODER CENTRAL, SETORES DO SISTEMA FINANCEIRO E DA CLASSE EMPRESARIAL VOLTAM A DAR AS MÃOS PARA REZAR O MANTRA DO MEDO DA ESQUERDA ACIMA DE TODAS AS COISAS.
NESTA SEXTA-FEIRA 25, A DIVULGAÇÃO DO RELATÓRIO DO SANTANDER A SEUS CLIENTES DE ALTA RENDA TROUXE À LUZ DO DIA O QUE ESTÁ CORRENDO SOLTO NOS BASTIDORES DAS MESAS DE INVESTIMENTOS E DOS ENCONTROS ENTRE GRANDES BARÕES DA INDÚSTRIA. APESAR DE OS TRÊS GOVERNOS SUCESSIVOS DOS PRESIDENTE DE ESQUERDA TEREM PRESERVADO TODOS OS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA DE MERCADO, ACRESCENTANDO O DADO DO AUMENTO DO MERCADO CONSUMIDOR COMO UM PONTO QUE DEVERIA SER ATRIBUÍDO A SEU FAVOR, SEUS REPRESENTANTES CONTINUA A SER ATACADOS. DAS MAIS DIFERENTES MANEIRAS. DESTA VEZ, FOI UM RELATÓRIO SEM BASE TÉCNICA SEGUIDO DE PEDIDO DE DESCULPAS. AGUARDA-SE PARA VER O NÍVEL DA PRÓXIMA PROVOCAÇÃO.

POR HOJE É SÓ... 
PONTO FINAL (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)

terça-feira, 22 de julho de 2014

ALHOS & BUGALHOS

Ministério Público pede fechamento da cadeia de Itajuípe

 
www.diariobahia.com.br - A cadeia pública de Itajuípe, desativada provisoriamente após ser palco de uma rebelião de presos, pode ser interditada definitivamente para reforma. É que corre na Vara Cível um processo contra o Estado para fechamento do local, solicitado pelo Ministério Público, através da promotora Lívia Luz Farias.Ela já temia o resultado das condições precárias da estrutura. Tanto é que o pedido foi feito poucos dias antes de os internos promoverem um verdadeiro quebra-quebra. A cadeia ficou completamente destruída.Ao Diário Bahia, o juiz Frederico Augusto Oliveira, titular da Vara Cível de Itajuípe, informou que o Estado tem um prazo para apresentar a defesa. Não revelou, no entanto, quanto tempo seria estipulado. Depois disso, o caso será reavaliado e o magistrado tomará a decisão.Até lá, o caos que se instalou na cidade aumenta nas mesmas proporções em que cresce a preocupação da polícia.

Escritor Ariano Suassuna sofre AVC hemorrágico e é operado no Recife

O escritor, dramaturgo e poeta paraibano Ariano Suassuna, de 87 anos, foi submetido a um procedimento cirúrgico, na noite desta segunda-feira (21), no Recife. Ele foi internado por volta das 20h, em função de um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico.Suassuna está internado no Hospital Português. Após a cirurgia, que durou aproximadamente uma hora, ele foi transferido para a UTI neurológica, onde está se recuperando. Segundo a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o quadro dele é considerado estável pelos médicos.No ano passado, Ariano Suassuna foi internado duas vezes. Em 21 de agosto, o autor sentiu-se mal em casa e precisou ser hospitalizado. Os médicos diagnosticaram um infarto agudo do miocárdio de pequenas proporções. Inicialmente, ele foi encaminhado à unidade coronária, e, depois, transferido para um apartamento do hospital.

Autores lançam e autografam o livro Canavieiras Terra Mater do Cacau
 
A Prefeitura de Canavieiras, por meio da Secretaria da Educação, promoveu na tarde de sexta-feira (18), no auditório Caio Peltier Loureiro, o lançamento do livro “Canavieiras – Terra Mater do Cacau”. Durante o evento, que contou com a participação de professores, alunos, servidores públicos e convidados, foi realizada a tarde de autógrafos com a presença dos dois autores: Aurélio Schommer e o professor e historiador Durval França Filho.
Para a secretária municipal da Educação, Emília Cristina Augusto dos Santos, o livro sobre a história de Canavieiras é um marco histórico, pois vai proporcionar aos canavieirenses aprender a história de sua cidade e descobrir quem foram os seus antepassados. “Conhecendo o passado, eles poderão pensar o próprio futuro”, ressalta a secretária.
Segundo o prefeito Almir Melo, esse projeto tem como uma de suas finalidades mostrar aos “filhos da terra” que a sua cidade é rica em histórias e que a partir da leitura ela poderá ser contada por ele aos amigos de outras cidades. “Este livro proporciona um mergulho na própria identidade e vai ajudar a descobrir o que foi e o que ser canavieirense”, ressaltou o prefeito.
Representando o prefeito Almir Melo, o secretário da Administração, Antônio Amorim Tolentino, disse que o livro “Canavieiras – Terra Mater do Cacau”, dada a sua característica de paradidático, ultrapassa as paredes da sala de aula. “Alunos e professores terão a oportunidade de ver seus pais, avós e demais conhecidos nas histórias contadas no livro”, acentuou.
Também presente ao lançamento, o secretário da Cultura, Jorge Carvalho, elogiou a formatação do livro, que inovou ao apresentar um conjunto de fatos e eventos históricos, abordando a vida da cidade como um todo. “A vida cultural de Canavieiras está estampada no livro e esse trabalho é importante para sabermos nossas raízes”, completou.
Para um dos autores do livro, o jornalista e escritor Aurélio Schommer, toda a história que faz pensar motiva alunos e professores. Para ele, é justamente por isso que “Canavieiras – Terra Mater do Cacau” traz temas da vida cotidiana, importantes para que as pessoas descubram sua identidade, a partir de dados sobre o local em que vive.
O livro, segundo Aurélio Schommer, faz algumas provocações em suas teses, inclusive de origem étnica, pois foi o afrodescendente João Gonçalves da Costa – preto, forro e muito rico (como se dizia à época) – o responsável para a mudança do Puxim para Canavieiras, que se tornou próspera. João Gonçalves da Costa também foi importante na fundação da cidade de Vitória da Conquista.
Aurélio Schommer conta que o livro também tem a finalidade de aumentar a autoestima do canavieirense, apresentando fatos que nunca foram contados pelos livros de história oficial. Um dos exemplos é a participação na luta pela Independência do Brasil (e Bahia). “É um livro para manter o diálogo entre professores e alunos”, frisou.
O professor e historiador Durval França Filho – um dos autores – diz que o livro é resultado de um trabalho diferenciado na editoração de livros sobre história, pois se destina a um público mais amplo e especial – crianças, adolescentes, professore e adultos, de forma geral. “O livro é para ser observado na sua essência”, esclarece o professor Durval.
“Canavieiras – Terra Mater o Cacau”, na opinião do historiador Durval Filho, não é um compêndio de perguntas e respostas, mas um conjunto de ideias que vão retomar novas ideias. Para ele, o livro poderá apontar outros caminhos, que deverão ser esclarecidos numa pesquisa mais aprofundada, a cargo dos historiadores.
O livro “Canavieiras – Terra Mater do Cacau” é editado pela Editora Cultura Editorial, e os primeiros exemplares serão distribuídos entre os estabelecimentos de ensino das redes pública – estadual e municipal – e privada, Biblioteca Municipal Afrânio Peixoto, dentre outas instituições da comunidade.
Elaborado com textos, fotos e mapas, a formatação do livro tem como finalidade tornar a leitura mais atrativa e de fácil compreensão. Com informações bastantes diversificadas, Canavieiras é mostrada nos contextos históricos da política, economia, sociologia, antropologia, religião e cultura. O livro “Canavieiras – Terra Mater do Cacau” aborda, ainda, a riqueza da literatura, sua prosa e poesia; os símbolos oficiais da cidade, como brasão de armas e bandeira, além do Hino da Cidade.

Empreiteira que constrói aeroporto na fazenda do tio de Aécio doa para campanha


Por Redação, com Entre Fatos - de Belo Horizonte - 
Aécio tentou explicar obra realizada na fazenda de seu tio, em Minas
Quando no governo do Estado de Minas Gerais, o candidato do PSDB à presidência da República,Aécio Neves, liberou a construção de um aeroporto em uma fazenda de propriedade do tio dele, na cidade de Cláudio, interior do Estado. A obra, que custou cerca de R$ 14 milhões aos cofres públicos, foi concluída em 2010, na fazenda de Múcio Guimarães Tolentino, o tio do senador. A denúncia, que gerou protestos por todo o país, não para na possível malversação do Erário, mas chama atenção para fatos como o equipamento, embora público, ser administrado pela família deAécio e, segundo o diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, autor da denúncia, quem “tem a chave” para acessa-lo é o próprio Múcio Tolentino.
Na nota que divulgou na manhã de domingo, Aécio tentou dar explicar o negócio envolvendo o governo mineiro – sob sua gestão – e da família. Ele alega que o “antigo proprietário” contesta o valor da desapropriação promovida pelo Estado para implementar o aeroporto. Ou seja, o tio de Aécio teve um aeroporto construído em sua fazenda, com dinheiro do governo do Estado, gerido pelo sobrinho, “tem a chave” da pista e quer receber mais do que determinaram as perícias de uma desapropriação que ao que tudo indica só se deu no papel.
A novidade, porém, fica por conta da empresa que venceu a licitação para a obra ser doadora da campanha eleitoral de Aécio Neves. A Vilasa Construtora doou R$ 67 mil para o comitê de Neves na disputa ao governo mineiro, em 2006. A informação está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais. Em 2010, quando o aeroporto foi construído, o sucessor de Aécio, Antonio Anastasia, recebeu R$ 20 mil da empresa para sua campanha.
Os valores não são expressivos no montante geral de gastos dos candidatos. Em 2006, Aécio orçou junto à Justiça Eleitoral sua campanha em R$ 20 milhões. Já em 2010, Anastasia estimou gastar R$ 35 milhões. Entretanto, os recursos repassados pela empresa aos tucanos figuram no rol de episódios em que empresas fazem doações eleitorais e conquistam também contratos públicos. A Vilasa já foi contratada para outras obras do governo mineiro, como informa seu site, em empreendimentos de Copasa (Companhia de Saneamento) e Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais. Também já prestou serviços para o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e outros órgãos públicos.

POR HOJE É SÓ...PONTO FINAL (REDAÇÃO: O BOLSO DO ALFAIATE)