Rousseau e o contrato social
Rousseau afirmava que a liberdade natural do homem, seu bem-estar e sua segurança seriam preservados através do contrato social.
A Álcool - Academia de Letras, Cachaças, Onirismo, Outras inutilidades e Lorotas não tem cadeiras, a não ser cadeiras de bar. E nem tem patrono, apenas um Presidente de Honra, a catedrática e apreciadora a decana Heloisa "Longuinha" Alves, que substitui o decano João de Amâncio, que se tornou um imortalicio, democraticamente escolhido pela prerrogativa ditatorial de quem inventou esse troço.
Cyro de Mattos
costadocacau.blog.br/ - As metáforas de teor metafísico em Borges soam soberbas e nos deixam perplexos. Não é por acaso que no poema “Cambridge” afirma: “Somos nossa memória. Somos esse quimérico museu de formas inconstantes, esse montão de espelhos rotos.” Foi como também viu a nossa condição na vida o magistral poeta Fernando Pessoa, ao dizer que sonhar era saber essa ilusão nos reinos espectrais do tempo.
O é, o foi e o será perduram em Borges por entre inúmeros labirintos. Em Buenos Aires quando segue caminhando, sentindo nas esquinas o hoje tão lento e o ontem tão breve, nessas esquinas “sem por que nem quando”. Perscruta assim, entre a alba e a noite, esta história universal, sem esperar que “o rigor desse caminho, que teimosamente se bifurca em outro, tenha fim.” Em “El Aleph”, a história que acompanhamos abre o caminho de um novo tipo de literatura, do fantástico, do enredo que vai sendo devorado pelos labirintos da imaginação. Assim posto em cena labiríntica o plano fictício e ao mesmo tempo real de “El Aleph”, o microcosmos dos alquimistas e dos cabalistas consiste em um dos pontos do espaço que contém todos os pontos. Aqui, o personagem encontra esse lugar onde se encontram, sem se confundirem, todos os lugares do mundo, vistos de todos os ângulos.
No conto “Pierre Menard, autor do Quixote”, Borges imagina a história do homem que não queria compor outro Quixote, não pretendia conceber uma transcrição do original nem se propunha a copiá-lo. Sua soberba ambição era escrever O Quixote, páginas que coincidissem, palavra por palavra, linha por linha, com as de Miguel de Cervantes. Em “O Jardim dos caminhos que se dividem”, ele traça uma extensa adivinha ou parábola com o tempo, sendo talvez este para a crítica dos contos mais ricos escritos por Borges. Trata-se de história que espanta e encanta, pela dualidade em que se encontram a morte e o tempo. Somente no último parágrafo o leitor pode achar a chave dessa ficção na forma tortuosa em que é executada.
Em “O imortal”, o tema tratado agora é o da imortalidade dos homens. Borges foca a situação do homem que sempre procura fugir da morte, após
o nascimento. Basta estar vivo para morrer a cada instante, pensa o homem. Nessa história impressionante, exercida com linguagem enigmática, percorre-se os labirintos do tempo e do espaço na tentativa de encontrar a cidade dos imortais, que de tão distante só existe na imaginação humana. Essa cidade, com sua arquitetura pródiga em simetrias, ainda que localizada no centro de um deserto desconhecido, enquanto existir ninguém no mundo poderá ser corajoso e feliz. É tão horrível que a sua presença confunde o passado e o futuro.
Borges a concebe, como
um amontoado de palavras complexas, um
corpo de tigre ou de touro, onde pulularam monstruosamente, conjugando-se e odiando-se, dentes, órgãos e cabeças, podem (talvez) ser imagens aproximadas.
Há quem afirme que o escritor só deve escrever sobre o que conhece, viu e viveu. Essa maneira de postular o literário não se aplica a Jorge Luís Borges, o mais literário dos escritores, o que escreveu e imaginou o mundo como resultado do que leu e, logo depois que ficou cego em definitivo, enxergou como poucos seus caminhos metafísicos, sob o rigor do pensamento e da simetria. Tornou-se por isso mesmo um bruxo impressionante, que inventava com maestria enredos labirínticos e mitologias metafísicas, sem ter conhecido fisicamente a paisagem humana e a realidade objeto da sua escrita. E, assim, lendo e vendo com a alma, imaginando seus mundos criativos, num estilo sóbrio, passou a ser visto ele próprio como sinônimo de literatura, aquele que nos lega na poesia, no conto e no ensaio um universo fantástico, insólito e transcendente.
Foi no ano em que começou a Primeira Guerra Mundial que a família de Borges viajou para a Europa. Em Genebra faz os estudos superiores, na
Espanha participa de saraus e publica poemas em revistas espanholas. Quando regressa a Buenos Aires, encontra uma cidade diferente, que o encanta e o inspira para escrever os seus textos labirínticos, de temas metafísicos. Condenado à cegueira, que vinha gradualmente afetando-o, desde a infância, não viu nela nada de especialmente patético ou dramático. Submeteu-se a oito operações e, nesse ocaso gradativo, ficou cego desde os fins de 1950 para a leitura e a escrita. Nessa oportunidade havia escrito o “Poema das Dádivas” e já era diretor da Biblioteca Nacional. Comentou então da esplêndida ironia que Deus reservou para ele, concedendo-lhe oitocentos mil livros e a escuridão.
Condenado à cegueira por herança paterna, o poeta e prosador que especulou sobre “o livro dos livros”, observando que não sabe se existe ou se é sonhado por Deus, lança-nos, em labirintos poéticos arquitetados de luzes e sombras, histórias fabulosas com galerias de espelhos onde ele explora o tema da dupla identidade. Jorge Luís Borges é o “fazedor” de outra dimensão da literatura, enredada no imprevisível, distante do previsível operado pelos realistas com os elementos da exterioridade circunstante, em que os dados da objetividade são transpostos para o texto, dando ao ficcionista uma feição de copiador literário.
É um fazedor de literatura no melhor sentido, com textos extremamente criativos na direção de contos maravilhosos, ditados pelo pensamento e com uma imaginação prodigiosa. Falou-nos de um homem, “que se propõe fazer uma pintura do universo. Depois de muitos anos, cobriu uma parede nua com imagens de navios, torres, cavalos, armas e homens, só para descobrir, no momento de sua morte, que desenhara um retrato de seu próprio rosto.”
Labiríntica, como nesse personagem, é a natureza da literatura de Jorge Luís Borges, alimentada e respirada em todos os livros que havia lido. Ele sempre viu a literatura como forma de conhecimento do mundo, fundamental como o amanhecer. Se não resolve os problemas cruciais da vida, como certa vez declarou, só com ela e sua linguagem que salva é que podemos atravessar o nosso lado noturno e alcançar o dia.
Por tantas qualidades excepcionais de um fino e instigante ficcionista, não se pode deixar de considerar o que, no final do longo artigo “Uma História do Conto”, dosado com humor, importantes sinalizações sobre o
gênero e seus melhores autores, o escritor Guilhermo Cabrera Infante acentua a respeito dos contos excepcionais de Jorge Luís Borges:
Foi Borges quem disse de Quevedo que não era um escritor, mas uma literatura. Com maior justiça se pode dizer o mesmo de Borges. Ele sozinho, em sua remota Buenos Aires, que depois dele sempre está perto, aqui ao lado, virando a página, Borges sozinho fez do conto toda uma literatura e até mais, uma teoria literária. Não preciso citar nenhum título, pois vocês conhecem todos. Mas são contos não para ler, e sim para reler, recordar, memorizar e sempre nos assombrar. Não só com sua cultura e seu humor, mas também com sua arte narrativa.
Leituras Sugeridas
FERREIRA, Serafim. Jorge Luís Borges, coletânea, Editorial Presença, Lisboa, 1965.
JOSEF, Bela. História da literatura hispano-americana, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1971.
Poesia para Nayara num dia de domingo
Emolduro os marulhos que vem dos seus lábios,
Ás vezes imperceptíveis, quando vago a ermo pelas
Estradas que nunca deixam você voltar.
Agito-me permanente nas águas do rio,
Movimento
incessante de correntezas vagas, curtas e poucas,
Às
vezes tempestuosas, embrionária, dos seus
Lábios
estratosféricos, que você se redimensionou
Para
caber em mim, singrando misteriosos, desejos
Esotéricos,
poesias, que acende o meu desejo de ser
Ainda
que tardiamente, ser seu.
Agora o asfalto etéreo, que me eleva espiritualmente;
Sublime, elevado para
dedicar "músicas e poesias” para ti.
Poetisa que és que clama
pelo arrebatamento do meu corpo
Imperecível, não em
agonia, do jeito que só a sua
Beleza me fará traduzir
em si, os raios do sol,
O tempo dos ventos, em
calmaria que me fará singrar para
O seu Amor, vastidão que
poetizaremos.
Em versos olharemos o
espelho de um novo dia, quiçá
Uma nova poesia.
Afinal, o domingo ainda
não terminou.
Paraty, a Meca do turismo sul fluminense |
Por Walmir Rosário*
Não sei o porquê das “cargas d’água”, ou besteiras, como queiram, mas o certo é que passei quase 19 anos longe de Paraty. Nos tempos de hoje, nem tão distantes, haja vista a modernidade dos meios de comunicação, que nos mantêm informados de quase tudo que se passa, mesmos em lugares distantes. Ao chegar e rever os amigos é que percebi o pecado cometido em manter saudades quando poderia festejar o presente, in loco.
Não me interpretem mal com minhas atitudes ao chegar em Paraty, mas o que fiz foi apenas para matar anos de saudades. Assim que pisei no solo paratiense, fiz questão de pedir ao cunhado Luiz Manoel que desse uma passada no supermercado mais próximo para adquirir um litro da mais legítima cachaça Coqueiro. Era mais que preciso matar a saudade de tantos anos de separação. Tenho convicção que comecei com o pé direito.
Após um período de programação caseira, chegou a hora de reconhecer a Paraty atual, bem diferente daquela em que conheci num passado cinquentenário, ou na mais recente visita que completa 19 anos. Para tanto, contei com o valioso auxílio de Paulo Vidal, colega radialista e velho amigo de 50 anos, numa tournée etílica de dar inveja até nos abancarmos no Bar do Lapa, nosso antigo escritório na praia do Pontal. E foi pra valer.
Hoje temos duas cidades. A antiga, histórica, onde vivi, casei, nasceu meu filho Júnior; a nova que foi se alastrando pelos arredores, substituindo os mangues e áreas rurais por grandes e prósperos bairros, onde mora a maioria dos mais novos. Na antiga, os velhos casarões cederam ao apelo turístico e as residências deram lugar ao comércio, os restaurantes que exibem em seus cardápios as cozinhas local e internacional.
Um desses endereços era nosso velho conhecido por ter abrigado – nos velhos tempos – um ponto de apoio noturno, a Palhoça, para se tornar Restaurante da Matriz, até receber o atual e sugestivo nome de Alambique Antônio Melo, pilotado pelo casal Antônio Carlos (Neguinho) e Áurea. Ele, engenheiro eletrônico que se fez administrador; ela, após anos de magistério, se torna, por conhecimento e estudo, dedicada e criativa chefe de cozinha.
Eduardo Melo, Walmir Rosário e Antônio Carlos Melo |
Encravada entre a praia e a serra da Bocaina, Paraty ficou por muitos anos longe das grandes rotas de transportes aéreo, terrestre e marítimo, até a construção da BR-101, no trecho compreendido entre o Rio de Janeiro e Santos, inaugurada em 1975. De lá pra cá, a cidade foi redescoberta e se tornou a Meca do turismo Sul Fluminense, ao lado de outras cidades litorâneas do estado do Rio e de São Paulo.
Entre as grandes tradições preservadas em Paraty a gastronomia, com base em frutos do mar, e a cachaça, com as melhores canas, se transformaram em carros-chefes do turismo na cidade. A cachaça foi cantada em prosa e verso, como na canção composta por Assis Valente e cantada por Carmem Miranda: “Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí, em vez de tomar chá com torradas ele bebeu paraty…”
Aos alambiques que sobreviveram por anos a fio se juntaram outros novos que produzem o destilado de cana conhecido como cachaça, pinga, marvada, maldita e são levadas como verdadeiros troféus pelos turistas. Fora da condição de turista, eu mesmo faço questão de ter sempre ao meu lado alguns litros das produzidas nas melhores safras, as mais trabalhadas e descansadas, para deleite em momentos de lazer (ou prazer?).
E como não poderia deixar de acontecer, voltei ao alambique da conceituada Coqueiro (tradição familiar desde 1803), do amigo Eduardo Melo e filhos, ciceroneado pelo não menos amigo, seu irmão Antônio Carlos (Neguinho). Revisitei as instalações durante a moagem das canas recém-chegadas, e passei em revista todos os processos da fabricação ao engarrafamento, chegando a degustá-las com muita paciência que requer o paladar.
Enfim, a cachaça destilando nas vasilhas |
E explico o porquê: Em parceria com uma universidade, as cachaças produzidas pela Coqueiro não contêm resíduos de cobre, bronze ou qualquer outro metal pesado, retirados durante o processo de destilação. Com isso, a palavra bronze serve apenas para denominar o terceiro lugar em algumas atividades desportivas, notadamente nas Olimpíadas.
E no alto da parede, observando tudo, uma foto do grande mago da alquimia da cachaça, Antônio Melo, pai de Eduardo e Antônio Carlos. Muito há, ainda, por visitar…
*Radialista, jornalista e advogado
Mundo Músical
mais uma vez de Luto Morrem os cantores e compositores Erasmo Carlos e o cubano Pablo Milanés
Erasmo
Carlos tinha 81 anos e tratava, há alguns meses, uma síndrome edemigênica, que
ocorre quando há um desequilíbrio bioquímico, dificultando a manutenção dos
líquidos dentro dos vasos sanguíneos. Geralmente, esse enfermidade é causada
por doenças cardíacas, renais ou dos próprios vasos.
Nascido na Tijuca, Zona Norte do
Rio de Janeiro, Erasmo Carlos cresceu
cercado de elementos que, mais tarde, tornaram a sua identidade musical
singular.
Ainda adolescente, destacou sua
personalidade no meio de de fãs do rock’n’roll e da bossa nova, que se reuniam
no famoso Bar Divino, localizado na Rua do Matoso.
Ao longo da matéria, você verá
quem é o cantor Erasmo Carlos, um pouco da sua carreira na
música brasileira, algumas curiosidades sobre o artista e algumas de suas
principais composições que não podem faltar na sua playlist. Continue a
leitura!
Quem é Erasmo Carlos?
Erasmo Esteves era cantor, ator,
compositor, músico, multi-instrumentista e escritor brasileiro. Você deve estar
se perguntando quantos anos tinha Erasmo Carlos,
pois bem, a idade de Erasmo Carlos é 81 anos.
Erasmo foi um dos maiores
pioneiros do rock brasileiro e, durante os anos 60, fez parceria com o cantor e
compositor Roberto Carlos, compondo várias músicas juntos,
gravadas em seus discos de carreira solo.
Junto com Roberto Carlos e Wanderléa,
esteve efetivamente envolvido no projeto Jovem Guarda,
onde foi apelidado de Tremendão, imitando a roupa e o estilo de seu
ídolo, Elvis Presley.
O disco Erasmo Carlos e Os Tremendões já
é um trabalho breve na carreira do artista. De 1969, este LP é uma
interpretação muito original das canções do compositor da MPB.
Na década de 1970, Erasmo assinou
com a Polygram. Os primeiros cinco anos da década apresentaram o Tremendão em
um estilo bem diferente da Jovem Guarda. Influenciado pela cultura hippie,
lançou Carlos, Erasmo, em 1971.
O disco abre com De Noite na Cama,
que Caetano Veloso compôs especialmente para ele,
e a polêmica Maria Joana.
O existencialismo continuou em
seus outros LPs na década de 1970. No ano seguinte, em 1971, o cantor
participou do filme Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora,
de Roberto Farias.
Erasmo iniciou os anos 80 com um projeto ambicioso. O
cantor convidou um projeto pioneiro no Brasil. São 12 músicas com algumas
artistas como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa e muito mais.
A faixa de abertura do álbum é
uma das mais comentadas nas rádios: Sentado à Beira do Caminho,
com a participação de Roberto Carlos.
No ano seguinte, o LP Mulher causou
grande repercussão. O sucesso da mídia, com a continuação de Amar Pra Viver ou Morrer de
Amor (1982), exigiu de Erasmo Carlos e seu sócio Roberto
Carlos (no auge de seu sucesso) que ele deveria publicar de vez em quando um
novo trabalho.
No ano de 1989, produziu o disco
ao vivo Sou uma Criança, com a participação de Léo Jaime e
a banda Kid Abelha e João Penca e Seus
Miquinhos Amestrados, e lançado pelo selo SBK.
Na década de 1990, o trabalho de
Erasmo Carlos apareceu na música Leap Year. Além de sempre
contratar Roberto Carlos para sua música de álbum do ano, ele já lançou dois
álbuns. Homem de Rua, lançado pela Sony Music em 1992 e
outro grande disco é A Carta, em que Erasmo canta
com Renato Russo.
Já em 1995, voltou a participar
das comemorações dos 30 anos da Jovem Guarda com discos e shows. No ano
seguinte, Erasmo Carlos gravou o disco É Preciso Saber Viver e
regravou músicas de seu repertório. O destaque foi o dueto Do Fundo do Meu Coração com Adriana Calcanhotto.
Em 2001, Erasmo lançou um novo
álbum, que contou com um dueto com Marisa Monte, composto por
eles e Carlinhos Brown. No ano seguinte, ele lançou seu
primeiro DVD ao vivo, bem como um CD duplo.
No início de 2004, lançou a sua
obra mais original: Santa Música, com 12 canções
escritas apenas por Erasmo Carlos. Além da
faixa-título, destaca-se a música Tim feita em homenagem
a Tim Maia.
Depois de conhecer a carreira pela música brasileira e as
curiosidades sobre o cantor Erasmo Carlos, conheça as músicas do compositor que
não podem faltar na sua playlist:
1. Mulher (Sexo Frágil);
2. Gatinha Manhosa;
3. Pega Na Mentira;
4. Mesmo Que Seja Eu;
5. Gente Aberta;
6. Vem Quente Que Eu Estou
Fervendo;
7. Sementes do Amanhã;
8. A Carta;
9. Do Fundo do Meu Coração;
10. Minha Fama De Mau;
11. Festa de Arromba;
12. Mais Um na Multidão (part.
Marisa Monte);
13. Convite Para Nascer de Novo;
14. Filho Único;
15. Minha Superstar;
16. Coqueiro Verde;
17. Sou Uma Criança, Não Entendo
Nada;
18. Panorama Ecológico;
19. É Preciso Dar Um Jeito Meu
Amigo;
20.Cachaça Mecânica
Milanés estava internado em um hospital de Madri desde
12 de novembro, por "infecções recorrentes", segundo sua assessoria.
O cantor tinha um estado de saúde frágil e sofria,
entre outras doenças, de um problema renal - recebeu um transplante de rim em
2014.
Vida
e Obra
Pablo
Milanés Começou a
cantar em estações de rádio ainda quando era criança. Com seis anos passou a
morar em Havana,
onde continuou sua formação musical. No início da década de 1960, começou a
compor a partir de múltiplas influências, tais como: a música tradicional
cubana, a música norte-americana (principalmente o jazz) e a música
brasileira. Participou de várias formações vocais, como o "Cuarteto del Rey",
um grupo que adotava o estilo "negro spiritual",
que interpretou suas primeiras canções em clubes de Havana.
Em 1965,
compôs: "Mis veintidós años", que foi sua primeira composição
com temática social.
Entre 1965
e o final de 1967, esteve detido em campos de trabalho forçado, dirigidos
pelas Unidades Militares de Ajuda à
Produção (Umap) na província de Camagüey, de onde fugiu e dirigiu-se para Havana,
onde denunciou a injustiça que fora cometida, razão pela ficou preso durante
dois meses na Fortaleza de La Cabaña.[2]
No início
da década de 1970, começou a participar do "Grupo de Experimentação Sonora"
(GES),[3] juntamente
com importantes trovadores e músicos, dirigidos por Frederico Smith e Leo Brouwer.
Em 1974,
gravou seu primeiro disco: "Versos Sencillos", no qual gravou
versões musicalizadas por ele de poemas de José Martí.
Em 1975,
gravou um disco com canções feitas a partir de 11 poemas de Nicolás Guillén.
Em 1976,
gravou seu primeiro disco com composições próprias: "La vida no vale
nada". Foi uma obra alinhada com os princípios da nova trova cubana e
da Nueva Canción Latinoamericana, dentre as
canções, merece destaque: "Yo pisaré las calles nuevamente",
que clama pelo retorno da democracia ao Chile, após o Golpe Militar de 1973; e "Canción
por la Unidad Latinoamericana".[4]
No início
da década de 1980, lançou discos como: "Yo me quedo", "El
Guerrero", "Comienzo y final de una verde mañana" e
"Querido Pablo" (1985), sendo que esse último disco contou com
participações de Víctor Manuel, Chico Buarque, Mercedes Sosa e Luís Eduardo Aute.
Na década
de 1990, lancou vários discos tais como:
·
"Identidad" (1990);
·
"Canto de la abuela"
(1991);
·
"Orígenes" (1995); e
·
"Despertar" (1997).
Também
nessa década, ajudou a criar uma fundação sem fins lucrativos para o
desenvolvimento da cultura cubana, projeto que ajudou a dar visibilidade à obra
de muitos artistas da Ilha. No final da década, foi gravado o disco: "Pablo
Querido", que foi uma homenagem de outros artistas hispânicos e
latino-americanos a Pablo Milanés, dentre eles: Joaquim Sabina, Fito Páez, Caetano Veloso, Milton
Nascimento, "Los Van Van" e o grupo "Maná".
A partir
de 2005, passou a atuar em parceria com músicos como: Chucho Valdés, Pancho Céspedes, Andy Montañez e José Maria Vitier.
Em 2006,
venceu o Prêmio Grammy de melhor cantor pelo disco:
"Como un campo de maíz".
Em 2014,
fui submetido a uma cirurgia de transplante de rim doado por sua esposa.[2]
Em 2015,
recebeu um novo Prêmio Grammy pela "Excelência Musical";[5] e
publicou seu 50º disco: "Renacimiento", no qual resgatou
ritmos tradicionais de Cuba, como o guaguancó e o changüí, pouco habituais em seu repertório.[2]
Em março
de 2017, foi lançada a coleção: "Pablo Milanés Discografía",
composta por 50 títulos numerados e ordenados cronologicamente, que incluem 53
discos de áudio e 5 DVDs,
com mais de 600 canções e 7 horas de vídeo. Cada disco vem acompanhado das
letras das canções. A coleção vem acompanhada de um guia com 88 páginas, que
resume toda a produção discográfica do artista, com introdução escrita
por Marta Valdés. Ainda que volumosa, essa
coleção não inclui canções especialmente compostas para trilhas sonoras de
filmes de cinema, para a televisão, e com o Grupo de Experimentação de Sonora.[6]
Faleceu em
Madrid, em 22 de novembro de 2022, em internamento hospitalar na sequência de
doença hemato-oncológica.[7]
Críticas ao regime cubano
Em
fevereiro de 2015, em entrevista concedida ao jornal El País (Espanha),
defendeu um aprofundamento das reformas em Cuba. Por outro lado, declarou
simpatia pelos ideais da Revolução Cubana e aos governos de: Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia)
e José Mujica (Uruguai).[2]
Em outubro
de 2015, em entrevista concedida a um canal de televisão da República Dominicana, fez críticas a falta de
liberdades fundamentais em Cuba.[8]
Discografia
·
1973 - Versos sencillos de
José Martí
·
1975 - Canta a Nicolás
Guillén
·
1976 - La vida no vale nada
·
1977 - No me pidas
·
1979 - El guerrero
·
1979 - Aniversarios
·
1982 - Filin 1
·
1982 - Acto de fe
·
1983 - El pregón de las
flores, com Lilia Vera
·
1983 - Años 1, com Luis Peña
·
1984 - Ao Vivo no Brasil
·
1985 - Linda y Leo
·
1985 - Comienzo y final de
una verde mañana
·
1986 - Años 2, com Luis Peña, Cotán
·
1987 - Buenos días América
·
1987 - Trovadores,
com Armando Garzón
·
1988 - Proposiciones
·
1989 - Filin 2
·
1989 - Filin 3
·
1990 - Identidad
·
1991 - Canto de la abuela
·
1991 - Filin 4
·
1991 - Filin 5
·
1992 - Años 3, com Luis Peña, Cotán, Compay Segundo
·
1993 - Querido Pablo
·
1994 - Canta boleros en
Tropicana
·
1994 - Evolución
·
1994 - Igual que ayer,
com Caco Senante
·
1994 - Orígenes
·
1994 - Plegaria
·
1995 - Si yo volviera a nacer,
com María Felicia, José María Vitier
·
1995 - En blanco y negro,
com Víctor Manuel
·
1997 - Despertar
·
1998 - Vengo naciendo
·
2000 - Días de gloria
·
2000 - Live from New York
City
·
2002 - Pablo Querido
·
2005 - Como un campo de maíz
·
2005 - Líneas paralelas,
com Andy Montáñez
·
2007 - Mas allá de todo,
com Chucho Valdés)
·
2008 - Regalo
·
2008 - Feeling 6
·
2008 - Raul y Pablo, com
Raúl Torres)
·
2010 - Palacio Municipal de
Congresos de Madrid (DVD com Chucho Valdés) – Fonte Wikipedia