Hélio Nunes chegou fugindo da repressão
policial em 1952, passando por Cachoeira de São Félix. Filho de José Nunes da Silva e Júlia Canna Brasil e Silva, o poeta Hélio Nunes da Silva nasceu em Aracaju (SE), no dia 17 de abril de 1931.
Na cidade que nesta semana completa 100 anos de emancipação política e administrativa, Hélio Nunes fundou, em 1962, o “Jornal de Notícias”, abriu uma gráfica, editou livros de escritores regionais e lançou Pássaro do Amanhã, sua única obra.
Ele foi apontado como grande defensor dos moradores de rua, especialmente as crianças. Em Itabuna, o poeta foi professor na Escola Técnica de Contabilidade e integrante do PCB.
Ele se envolveu com movimentos políticos e estudantis junto com pessoas como José Rosa de Oliveira Neto, Fragmon Carlos Borges, Tertulino Azevedo, Jaime Araújo, Jorge Mesquita, Alberto Carvalho, Ezequiel Monteiro, Renato Chagas e Núbia.
Hélio organizou a coletânea “Manhã Cinquentenário” e foi incluído na antologia A Moderna Poesia da Zona do Cacau, organizado pelo também poeta Telmo Padilha. Além disso, ele promoveu encontros culturais em Itabuna e Ilhéus.
O poeta lutou pela soltura dos presos de baixo poder aquisitivo que não tinham como pagar advogados. Revoltado com o grande número de crianças nas ruas de Itabuna, ele chegou a publicar um manifesto. Em 1964 foi muito perseguido pelo Regime Militar.
Morreu depressivo
Hélio foi obrigado a vender o jornal e a gráfica por preço irrisório. Depois de anos respondendo a processos movidos pelo Governo Militar, fez concurso público para escrivão de cartório em Itabuna mas, ainda perseguido, foi transferido para Itororó.
Longe da mulher e dos filhos, decepcionado com a falta de ações para resolver as necessidades básicas dos pobres, o poeta entrou em profunda depressão. Ele acabou sofrendo um infarto em 1972, morrendo aos 42 anos. Ele deixou cinco filhos.
Como não fazia parte de famílias tradicionais, a história da luta de Hélio Nunes foi esquecida no decorrer dos anos. Hoje não existe logradouro com seu nome, ao contrário de pessoas que não abraçaram nenhuma causa, mas dão nomes a praça, ruas e avenidas de Itabuna. - http://www2.uol.com.br/aregiao/art/hist/helio-nunes.htm
A Álcool - Academia de Letras, Cachaças, Onirismo, Outras inutilidades e Lorotas não tem cadeiras, a não ser cadeiras de bar. E nem tem patrono, apenas um Presidente de Honra, a catedrática e apreciadora a decana Heloisa "Longuinha" Alves, que substitui o decano João de Amâncio, que se tornou um imortalicio, democraticamente escolhido pela prerrogativa ditatorial de quem inventou esse troço.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Figura
folclórica já incorporada a Itabuna e região cacaueira, o radiotelegrafista
Vivaldo Moncorvo, nascido em 10 de março de 1925, em Senhor do Bonfim (Bahia),
veio para substituir um colega em férias na agência dos Correios e Telégrafos,
aqui desembarcando no dia 28 de julho de 1958 (dia da Cidade). Gostou da festa
e não saiu mais.
Esportista
convicto, Moncorvo sempre participou ativamente dos jogos de futebol,
principalmente quando o assunto era a Seleção Amadora de Itabuna, hexacampeã
intermunicipal. Com a fundação do Itabuna Esporte Clube e sua entrada no
profissionalismo, Moncorvo torna-se ainda mais famoso ao chefiar a charanga que
embalava a equipe azul e branca.
Hoje, não
há em Itabuna e região um político ou desportista que não conheça Vivaldo
Moncorvo, cuja fama ultrapassa as fronteiras regionais e foi citado em vários
jornais de circulação nacional e até no estrangeiro ao entregar um trombone ao
seu amigo Antônio Carlos Magalhães, durante um evento em Ilhéus. Foi a glória.
Sua
amizade com ACM teve início em 1955, quando atendeu a um pedido de Ângelo
Magalhães, tesoureiro dos Correios, para que desse uma ajudazinha na campanha
do irmão. Em 1966 Moncorvo e ACM voltam a se encontrar, desta vez em Itabuna,
durante a campanha para deputado federal. Estava formada uma amizade para o
resto da vida.
Não é de
hoje que muitos políticos importantes, de vez em quando, solicitam a Moncorvo
uma “mãozinha” quando há um assunto a tratar com ACM, que nunca deixou um seu
pedido sem atender. O primeiro e talvez o mais importante deles se deu ainda
durante a construção do estádio Luiz Viana Filho, em 1973, durante a
administração do prefeito Simão Fiterman: com a dificuldade em receber os
recursos necessários para concluir a primeira fase das arquibancadas do
estádio, Moncorvo embarcou num ônibus da Sulba com a missão de conseguir junto
ao Secretário do Bem-Estar Social, Bernardo Spector, 250 mil (ou milhões,
não se recorda mais) de cruzeiros. Missão cumprida, finalmente, Armando Andrade
pode concluir a obra. Moncorvo, homenageado, plantou o último pé de grama do
estádio Luiz Viana Filho, na data histórica de 9 de abril de 1973.
A amizade
de Moncorvo e ACM ficou ainda mais consolidada após a acachapante derrota para
Waldir Pires, em 1986. Nesse período, ACM ainda curtia sua grande derrota na
Ilha de Itaparica, e somente recebia os seus seguidores mais fiéis, a exemplo
do cantor, compositor e barraqueiro do Mercado Modelo, Chocolate da Bahia,
também derrotado nas urnas, como candidato a deputado federal. Grande
entendedor do clamor das ruas, Chocolate pressentiu que o governo de Waldir
Pires não iria a lugar nenhum e iniciou a composição de umas músicas de
campanha para o retorno triunfal de ACM.
Ao ir à
Ilha de Itaparica mostrar as composições, foi rechaçado pelo político, que não
acreditava mais no seu retorno à vida pública. Indisposição essa que foi
desfeita seis meses depois, quando ACM mandou chamar Chocolate para gravar a
música “Você se lembra de mim”. Coube a Moncorvo e sua charanga a primazia de
tocá-la numa das primeiras viagens feitas por ACM ao interior.
Além da
música “Você se lembra de mim” também foram gravadas “A Bahia vai bem”, “A
vitória que a Bahia quer”, entre outras tocadas pela brava charanga de
Moncorvo, inclusive em Salvador. Na capital, a cada aniversário de ACM,
Moncorvo lá estava presente com sua charanga a tiracolo, devidamente despachada
por Manuel Leal e com a incumbência de acordar o “chefe” com uma grande
alvorada. E o repertório incluía “Amigo”, de Roberto Carlos.
Em 6 de
janeiro de 1981, no auditório do antes glorioso Conselho Nacional dos
Produtores de Cacau (CNPC), ACM discursava se dizendo um homem realizado, pois
nada lhe faltava, já que tinha ocupado todos os grandes cargos públicos, no que
foi retrucado em voz alta pelo amigo Moncorvo:
– Falta,
sim, chefe, ser presidente da República – gritou.
O cargo
lembrado por Moncorvo, por ironia do destino, foi ocupado por ACM, sem nunca
ter sido eleito para ele.
*Walmir Rosário
Jornalista, advogado e editor do www.ciadanoticia.com.br
Publicado
no Jornal Agora em 28-07-2001
sábado, 20 de fevereiro de 2016
Morre o escritor italiano Umberto Eco
Filósofo e romancista morreu aos 84 anos em sua casa, diz 'La Repubblica'.
Eco é conhecido como autor de 'O nome da rosa' e 'O pêndulo de Foucault'.
Do G1, em São Paulo
O filósofo, semiólogo e romancista italiano Umberto Eco, autor de "O nome da rosa" e "O pêndulo de Foucault", morreu nesta sexta-feira (19), segundo os jornais italianos "La Repubblica" e "Corriere della Sera". A informação foi dada por um familiar do escritor ao "La Repubblica", que diz que Eco morreu aos 84 anos em sua casa às 22h30 do horário local (19h30 pelo horário de Brasília).
A causa da morte não foi informada. Segundo a agência de notícias France Presse, o escritor lutava contra um câncer.
A causa da morte não foi informada. Segundo a agência de notícias France Presse, o escritor lutava contra um câncer.
Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932. Quando pequeno, durante a Segunda Guerra Mundial, se mudou com sua mãe para um pequeno vilarejo na região montanhosa de Piemonte. Seu pai, um contador que vinha de uma família de 13 filhos, foi convocado para lutar em três guerras.
Seu pai queria que Umberto estudasse direito, mas ele decidiu entrar na Universidade de Turin para estudar filosofia medieval e literatura. Mais tarde, Umberto também foi professor na mesma Universidade.
Seu pai queria que Umberto estudasse direito, mas ele decidiu entrar na Universidade de Turin para estudar filosofia medieval e literatura. Mais tarde, Umberto também foi professor na mesma Universidade.
Capa de edição italiana de 'O nome da rosa'
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
Ele trabalhou como editor de cultura no canal de televisão RAI, onde conheceu um grupo de escritores, pintores e músicos que o influenciou em sua futura carreira de escritor.
Em setembro de 1962, Eco se casou com Renate Ramge, uma professora de arte alemã com quem teve dois filhos. Ele dividia seu tempo entre um apartamento em Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares.
Em 1992 e 1993, Eco foi professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Ele também lecionou nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana, na Universidade de San Marino e na Universidade de Bologna, onde era presidente da Faculdade de Ciências Humanas.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o autor uma vez disse que escrever era apenas uma ocupação parcial. “Sou um filósofo, escrevo romances nos fins de semana”, afirmou.
Ao mesmo jornal inglês, ele disse no ano passado que não sabia o que o leitor esperava. “Acho que Barbara Cartland [escritora britânica] escreve o que os leitores esperam. Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera. A questão é não perguntar o que eles precisam, mas muda-los... produzir o tipo de leitor que você quer para cada história”.
Em setembro de 1962, Eco se casou com Renate Ramge, uma professora de arte alemã com quem teve dois filhos. Ele dividia seu tempo entre um apartamento em Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares.
Em 1992 e 1993, Eco foi professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Ele também lecionou nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana, na Universidade de San Marino e na Universidade de Bologna, onde era presidente da Faculdade de Ciências Humanas.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o autor uma vez disse que escrever era apenas uma ocupação parcial. “Sou um filósofo, escrevo romances nos fins de semana”, afirmou.
Ao mesmo jornal inglês, ele disse no ano passado que não sabia o que o leitor esperava. “Acho que Barbara Cartland [escritora britânica] escreve o que os leitores esperam. Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera. A questão é não perguntar o que eles precisam, mas muda-los... produzir o tipo de leitor que você quer para cada história”.
Obras
O escritor é conhecido por seu romance "O nome da rosa" publicado em 1980. O livro combina semiótica, ficção, análise bíblica, estudos medievais e teoria literária. Conta a história do frei Guilherme de Baskerville, enviado para investigar o caso de um mosteiro franciscano italiano, cujos monges são suspeitos de cometer heresias. A história, que se passa em 1327, envolve mortes misteriosas, crueldade e sedução erótica.
O escritor é conhecido por seu romance "O nome da rosa" publicado em 1980. O livro combina semiótica, ficção, análise bíblica, estudos medievais e teoria literária. Conta a história do frei Guilherme de Baskerville, enviado para investigar o caso de um mosteiro franciscano italiano, cujos monges são suspeitos de cometer heresias. A história, que se passa em 1327, envolve mortes misteriosas, crueldade e sedução erótica.
Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera"
Umberto Eco
Em 1986 foi lançado o filme de mesmo nome, dirigido por Jean-Jacques Annaud e estrelado pelo ator Sean Connery.
Entre suas obras mais conhecidas também estão os romances "O Pêndulo de Foucault" (1988) e "O Cemitério de Praga" (2010), além dos ensaios "A Estrutura Ausente" e "História da Beleza". Seu último romance "O número Zero" foi publicado no ano passado. Leia acrítica do blog Máquina de Escrever, do G1.
Eco já tinha quase 50 anos quando começou a escrever romances, após uma bem sucedida carreira acadêmica. Já era autor de vários livros de não ficção e de ensaios quando decidiu buscar novos desafios.
Eco já tinha quase 50 anos quando começou a escrever romances, após uma bem sucedida carreira acadêmica. Já era autor de vários livros de não ficção e de ensaios quando decidiu buscar novos desafios.
"Num certo momento, decidi escrever uma história. Eu não tinha mais filhos pequenos para os quais contar histórias", afirmou o autor à Reuters em 2011, sentado na beirada de uma poltrona, vestido de forma casual com jaqueta de "tweed", camisa de brim e gravata de tricô.
Quando a gente começa a escrever um livro, especialmente um romance, até a pessoa mais humilde do mundo espera virar um Homero"
Umberto Eco
"Quando a gente começa a escrever um livro, especialmente um romance, até a pessoa mais humilde do mundo espera virar um Homero [poeta épico da Grécia Antiga]", disse Eco em tom brincalhão.
Em uma entrevista à revista Vogue em 1995, Eco admitiu que não era um autor de fácil leitura. “As pessoas sempre me perguntam ‘como seus romances, que são tão difíceis, fazem sucesso?’. Ofendo-me com a pergunta. É como se perguntassem a uma mulher ‘como os homens se interessam por você?’... eu mesmo gosto de livros fáceis que me colocam para dormir imediatamente”, ironizou.
'Papa da globalização'
Em 2013, Eco foi agraciado com a medalha de ouro à cultura italiana na Argentina pela Società Itália Argentina (SIA), em um ato na sede do Ministério das Relações Exteriores da Itália.
Em uma entrevista à revista Vogue em 1995, Eco admitiu que não era um autor de fácil leitura. “As pessoas sempre me perguntam ‘como seus romances, que são tão difíceis, fazem sucesso?’. Ofendo-me com a pergunta. É como se perguntassem a uma mulher ‘como os homens se interessam por você?’... eu mesmo gosto de livros fáceis que me colocam para dormir imediatamente”, ironizou.
'Papa da globalização'
Em 2013, Eco foi agraciado com a medalha de ouro à cultura italiana na Argentina pela Società Itália Argentina (SIA), em um ato na sede do Ministério das Relações Exteriores da Itália.
Dias depois, ele comentou a escolha pelo Vaticano do Papa Francisco, nascido na Argentina, para ocupar o cargo na Igreja Católica. O escritor definiu Francisco como "o papa da globalização" e opinou que representa algo "absolutamente novo" na história da Igreja Católica.
"Estou convencido que o Papa Francisco está representando um fato absolutamente novo na história da Igreja e, talvez, na história do mundo", disse Eco em entrevista publicada à época pelo jornal argentino "La Nación".
As pessoas sempre me perguntam: ‘como seus romances, que são tão difíceis, fazem sucesso?’. Ofendo-me com a pergunta."
Umberto Eco
Saída de Berlusconi
O escritor foi defensor da saída de Silvio Berlusconi do cargo de primeiro-ministro na Itália, em meio ao escândalo sexuais, acusações de corrupção e crises financeiras no país. Berlusconi renunciou em novembro de 2011. "É o fim de um pesadelo", disse Eco naquele ano, numa entrevista destinada a promover seu novo romance, "O Cemitério de Praga".
"Teríamos tido esta crise econômica sem Berlusconi, mas o problema teria sido mais leve. Ele não é respeitado no exterior, então não pode representar o país", disse Eco à época para a agência Reuters, inflamado e agitando um charuto fino e apagado entre os dedos.
O escritor foi defensor da saída de Silvio Berlusconi do cargo de primeiro-ministro na Itália, em meio ao escândalo sexuais, acusações de corrupção e crises financeiras no país. Berlusconi renunciou em novembro de 2011. "É o fim de um pesadelo", disse Eco naquele ano, numa entrevista destinada a promover seu novo romance, "O Cemitério de Praga".
"Teríamos tido esta crise econômica sem Berlusconi, mas o problema teria sido mais leve. Ele não é respeitado no exterior, então não pode representar o país", disse Eco à época para a agência Reuters, inflamado e agitando um charuto fino e apagado entre os dedos.
O escritor Umberto Eco, na cerimônia dos vencedores do Prêmio Príncipe das Astúrias, em Oviedo, em 27 de outubro de 2000 (Foto: Desmond Boylan / Reuters)
Livros impressos e jornais
O escritor acreditava que os livros impressos não desaparecerão por causa das versões eletrônicas. "Não conseguiremos nos livrar dos livros", afirmou em 2009, em uma entrevista coletiva horas antes de receber uma medalha de honra em Madri. "Eu não poderia ler Proust em formato digital. Seria impossível. Se eu tivesse que deixar um legado para o futuro, deixaria um livro, e não em formato digital", afirmou.
Mas com relação ao jornal impresso, não se mostrou tão otimista. "Eu gosto de abrir as folhas do jornal tomando o café de manhã, mas já não sei se isso é o que meu neto pensa", disse na mesma entrevista.
O escritor acreditava que os livros impressos não desaparecerão por causa das versões eletrônicas. "Não conseguiremos nos livrar dos livros", afirmou em 2009, em uma entrevista coletiva horas antes de receber uma medalha de honra em Madri. "Eu não poderia ler Proust em formato digital. Seria impossível. Se eu tivesse que deixar um legado para o futuro, deixaria um livro, e não em formato digital", afirmou.
Mas com relação ao jornal impresso, não se mostrou tão otimista. "Eu gosto de abrir as folhas do jornal tomando o café de manhã, mas já não sei se isso é o que meu neto pensa", disse na mesma entrevista.
O escritor foi além ao afirmar que, "para fazer um jornal, são perdidas 40 páginas com publicidade". "Os jornais são obrigados a conseguir muitas notícias para sobreviver e não estão dispostos a abandonar a batalha. Hoje há uma censura por excesso de informação", acrescentou.
Na ocasião, Eco também afirmou que os intelectuais "não têm virtudes proféticas, que a figura do intelectual é um mito da esquerda". No entanto, acreditava que "o intelectual tem que influenciar mais em longo prazo, não de forma imediata".
Na ocasião, Eco também afirmou que os intelectuais "não têm virtudes proféticas, que a figura do intelectual é um mito da esquerda". No entanto, acreditava que "o intelectual tem que influenciar mais em longo prazo, não de forma imediata".
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016
Lula, FHC e a tentação dos pequenos favores
Diz a lenda que Assis Chateaubriand, magnata
da imprensa entre os anos 1940 e 1960, costumava responder aos pedidos de
aumento salarial de seus empregados com uma pergunta retórica: “Mas você não é
repórter? Precisa de dinheiro pra quê?”
Era no tempo do rei - ou quase isso. Na
concepção do dono dos Diários Associados, o salário de um jornalista era um
detalhe entre outros rendimentos indiretos provenientes do ofício.
Em outras palavras, o repórter não precisava
ter dinheiro para ter acesso a restaurantes, festas, presentes: bastava se
relacionar com as pessoas certas - as interessadas em manter um bom
relacionamento com quem poderia escrever sobre elas.
Desde que comecei a trabalhar como jornalista
já recebi ofertas de viagem, convites para shows, jantares, ingresso para
assistir corrida de automóveis e até de passeio de helicóptero. Aceitar seria
divertido, mas significaria colocar sob suspeita qualquer notícia relacionada à
generosidade das empresas.
Fico imaginando a vida de quem, em vez de
espaços na imprensa, tem a prerrogativa de propor projetos de lei. Ou de
sancioná-los.
No exercício do poder, políticos costumam
dizer que, ao fim do mandato, é estranho acostumar-se novamente a abrir
(literalmente) as próprias portas. Por extensão, deve ser estranho voltar a
abrir a carteira após anos circulando entre agrados de anfitriões e convidados
– há sempre, imaginamos, alguém disposto a acertar a fatura. Digamos, a reforma
de um sítio. Ou um apartamento. Ou a pensão dos filhos.
Na estranha história da reforma de um sítio
frequentado pela família Lula, paga supostamente por empreiteiras investigadas
na Lava Jato, não é o valor da obra ou das encomendas entregues no local os
elementos de suspeição. É o fato de um ex-presidente, influente no governo da
sucessora e com razoáveis pretensões eleitorais, ter supostamente aceitado o
agrado de empresários interessados em manter o bom relacionamento institucional
em troca de favores pessoais.
Não importa o quanto esses agrados pareçam
picuinhas. Quando se trata de figuras públicas, tenham ou não mandatos, é
justificada a atenção da imprensa e das autoridades sobre a proximidade entre
eles e as empresas interessadas em operar por meio de agrados ou atalhos.
Tão estranho quanta essa proximidade para além
da margem de segurança é usar simpatias e antipatias partidárias para espernear
ou cravar quem (não) inventou a roda. Em uma disputa tão acirrada entre
partidos, é bom lembrar os versos de uma velha música: “tudo aquilo contra o
que sempre lutam é exatamente tudo aquilo que eles são”.
Confortável, até então, no camarote de onde
assistia à dissolução do patrimônio petista - o discurso de que, apesar dos
erros e das prisões de aliados, tudo foi feito em nome de um bem maior, jamais
em troca de benefícios pessoais - Fernando Henrique Cardoso será cobrado, a
partir de agora, a explicar por que diabos uma empresa privada repassaria,
durante anos, recursos para a conta de Mirian Dutra, ex-amante de quem
reconheceu o filho, no exterior.
FHC, que até ontem subia no pedestal para
pedir a renúncia de adversários, jura que os recursos eram dele. A
transferência era feita, segundo noticiou a colunista Mônica Bergamo, por meio
da assinatura de um contrato fictício de trabalho entre dezembro de 2002 e
dezembro de 2006. O acordo, afirmou a jornalista, foi intermediado por um
lobista.
À Folha o ex-presidente
admitiu manter contas no exterior e ter mandado dinheiro para o filho da
jornalista, que foi presenteado recentemente com um apartamento de € 200 mil em
Barcelona, na Espanha.
O que faz da vida dele, por óbvio, é questão
de foro íntimo. Mas, se pau que bate em Chico também bate em Francisco, as
perguntas de sempre, válidas para qualquer homem público, sobre correlação
entre despesas, patrimônio e favores de desempenhados por terceiros podem e
devem ser feitas. Em situação parecida, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi
alvo de uma devassa por tentar justificar a origem de recursos para pagar a
pensão de uma amante – a suspeita é que o acerto era cortesia de uma
empreiteira. br.noticias.yahoo.com/lula-fhc-e-a-tentação-dos-pequenos-favores-131327682.html
terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
FILME GRAVADO EM ITAJUÍPE RECEBE MAIS UM PRÊMIO
Pimenta.blog.br - A Santa Luzia Filmes foi contemplada pelo edital Prodav 7 de suporte automático pelo desempenho artístico da produção A Coleção Invisível. O filme, estrelado por Vladimir Brichta e com cenas gravadas em Itajuípe, obteve a quarta maior pontuação na classificação do Fundo Setorial Audiovisual da Agência Nacional de Cinema (Ancine), por conta das premiações recebidas em festivais nacionais e internacionais.
Co-produzido com a Ondina Filmes, A Coleção Invisível venceu 14 prêmios em festivais no Brasil, Estados Unidos, Colômbia e na Europa. “Foi uma longa jornada e muitos esforços foram feitos para que o filme fosse visto por muitas pessoas”, comemora a sócia-diretora da Santa Luzia Filmes, Gel Santana. Para ela, “é bem gratificante ver que um trabalho inteiramente concebido e realizado na Bahia receba esse reconhecimento ao lado de obras importantes como O Som Ao Redor, Uma Historia de Amor e Fúria ou Tatuagem”.
O filme, dirigido pelo cineasta Bernard Attal, tem como cenário a região cacaueira baiana e reúne no elenco, além de Vladimir Brichta, os atores Walmor Chagas (na sua última apresentação artística), Ludmila Rosa, Clarisse Abujamra, Conceição Senna, Paulo Cesar Peréio e Frank Menezes.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
CRAQUES DO RÁDIO
“O uniforme é da equipe da Rádio Jornal, mas reunia colegas de outras emissoras. Formávamos a Seleção do Rádio”, diz Sílvio Roberto, que não aparece na foto, mas jura que jogava um bolão.
A ordem dos craques (da comunicação) na foto é a seguinte:
Em pé, a partir da esquerda, aparecem Jorge Eduardo, Orlando Cardoso, Lucílio Bastos, Nivaldo Reis, Cacá Ferreira, Eduardo José e Welington Oliveira.
Agachados, a partir da esquerda, estão Valdenor Ferreira, Valter Barbosa, Jota Borges, Henrique Queiroz, Eilton Oliveira (o colecionador de raridades e hoje em Brasília) e o grande Biro-Biro.
Muitos deles já estão em um outro plano, mas deixaram exemplo de profissionalismo e de domínio do microfone, a exemplo de Lucílio Bastos e Jorge Eduardo.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
A eterna Beatlemania
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Caboco Alencar, 85 anos
Caboco Alencar, 85 anos
Alencar Pereira da Silva, o Caboco Alencar, completa hoje 85 anos. Há cerca de 50 anos, ele teve a idéia luminar de transformar um açougue no Beco do Fuxico centro de Itabuna, no ABC da Noite, um boteco que em cinco décadas se transformou num ponto de referencia para a boemia da cidade. Com suas frases de antologia e com suas batidas incomparáveis e igualmente antológicas, o Caboco Alencar mantem uma legião de fiéis, que tem no ABC da Noite um espaço para cultivar a amizade e nas batidas um bálsamo para as vicissitudes do dia a dia ou mesmo para o simples prazer de tomar uma. Se Havana tem La Bodeguita com seus mojitos incomparáveis, Itabuna tem o ABC da Noite com batidas como as de limão, gengibre, maracujá e (raramente) a de pitanga, todas eles dignas de serem degustadas de joelhos. Em tempo: embora a data seja das mais efusivas, o Caboco Alencar dispensou a mais do que merecida festa pelos 85 anos. Mas nada impede (e não deve impedir mesmo), que os amigos passem pelo ABC para um abraço e, claro, pra degustar uma batidinha. Longa vida ao Rei do Beco do Fuxico. (Daniel Thame)
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