quinta-feira, 24 de setembro de 2015

JUVENAL MAYNART: “QUANDO CHEGUEI (CEPLAC), ABRACEI O PROJETO CONSERVAÇÃO PRODUTIVA”

 
 
 

juvenal-ok

Do politicosdosuldabahia.com.br - Nesta semana o ex- Superintendente Regional da Ceplac, Juvenal Maynart, foi entrevistado. Ele falou sobre a sua gestão, desafios encontrados e o futuro do órgão.

QUANDO VOCÊ ASSUMIU A CEPLAC EM 2011, QUAL FOI O MAIOR DESAFIO ENCONTRADO?

Sair do paradigma da “revolução verde”, derruba total. Passar não a tratar de crise de cacauicultura depois de 25 anos de degradação econômica. Mudar para o paradigma da sustentabilidade, com uma visão integrada da fazenda como uma unidade produtiva, o que implica em ver o cacau como um negócio com diversas nuances, que demanda novos desafios, mas que possibilita a exploração de ativos variados, embora com novas responsabilidades.

VOCÊ ENCONTROU REJEIÇÃO POR NÃO SER DO QUADRO?

Natural de uma estrutura sem entrada de uma geração digital, 28 anos sem concurso. O desafio maior foi afirmar a percepção da crise do espaço produtivo e não mais da atividade cacau, afinal a tecnologia já dominada não podia ser implantada nas roças de cabruca, nossos melhores solos.

NA SUA GESTÃO, QUAL FOI O SEU PRINCIPAL PROJETO?

Quando cheguei, abracei o projeto Conservação Produtiva, que estava em início de trabalhos, mas enfrentava algumas dificuldades. A partir desse projeto, desenvolvemos diversas ações que culminaram, por exemplo, na excepcional parceria com a Universidade federal do Sul da Bahia (UFSB), que culminou com a aproximação dos núcleos de Ciências Agroflorestais e de Tecnologias e Inovações. Porém, como legado, a legislação que permitirá o manejo da cabruca certamente será o grande ganho para a região, ao mesmo tempo que é a validação do projeto Conservação Produtiva.

TEVE ALGUM PROJETO QUE VOCÊ TENTOU EMPLACAR, MAS NÃO CONSEGUIU OBTER ÊXITO?

Nenhum que tenha sido abortado, mas obviamente que ficaram projetos em aberto. Desses, o grande desafio será a implantação do Parque Tecnológico, que apesar de iniciado na nossa gestão requer maturação e tempo para efetivação. Uma grande parceria com a UFSB, Uesc e institutos federais de Educação (IFBA e IF Baiano – Uruçuca), que vai inserir o sul da Bahia no clube dos inovadores, seguindo nossas vocações, quais sejam cacau e chocolate, turismo, transporte e logística e informática.

QUAL O PAPEL DA CEPLAC NO DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO CACAUEIRA?

Ciência, Pesquisa, Extensão e Inovação. Extensão em multiplicação – via videoconferência etc – e ciência em rede é a modelagem a ser atingida, se não, a estrutura atual é disfuncional.

TEM MUITO TEMPO QUE NÃO É REALIZADO CONCURSO NA CEPLAC, COMO VOCÊ VISLUMBRA O FUTURO DO ÓRGÃO?

Como disse antes, os dias de hoje demandam uma nova abordagem desse papel da Ceplac. Não se pode imaginar, em plena era da informação, não trabalhar em rede é totalmente contraproducente. A multiplicação em rede é totalmente possível, aconselhável e necessária, especialmente em tempo de ajustes como o que vivemos hoje. Então o concurso, embora extremamente necessário, deve ser pensado a partir de uma estruturação da Ceplac enquanto instituição.

Exemplo: quais os profissionais que realmente serão necessários a partir de uma nova Ceplac, como a que descrevemos acima? Não há como pensar em concurso para perpetuar o mesmo modelo de ciência e extensão de meio século atrás. Mas, o concurso é necessário, dentro de uma nova visão de Ceplac que, inclusive, está em discussão incipiente.

O PMDB DE ITABUNA LANÇOU FERNANDO VITA COMO PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO, VOCÊ PENSA EM COLOCAR SEU NOME NA DISPUTA?

Sou um debatedor partidário intenso, mas quando decidido o debate, acompanho as posições vencedoras. O momento da nossa política pede um pacto amplo em todas as decisões – do local ao nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário