Morre Sebastião Nery, jornalista e deputado cassado na ditadura
Nery se destacou na política e no jornalismo brasileiros. Aos 92 anos, um dos fundadores do PDT morreu, deixando três filhos e uma esposa
Morreu, na madrugada desta segunda-feira (23/9), o jornalista Sebastião Nery, aos 92 anos. De
acordo com a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), ele estava com a saúde
debilitada havia quatro meses e o óbito se deu por causas naturais. A cerimônia
de cremação será nesta terça-feira (24/9), no Rio de Janeiro.
Em nota, a ABI ressaltou a importância de Nery como “um dos
jornalistas políticos mais influentes na época da ditadura militar”. O
jornalista também foi deputado, mas teve o mandato cassado em 1964 pelo regime
militar. Ele foi preso e chegou a perder os direitos políticos em meio à
repressão do período.
Nery nasceu em 1932, em Jaguaquara (BA) e estudou
jornalismo em Minas Gerais, em 1950. Em 1963, Nery foi eleito deputado estadual
pela Bahia. No estado, a assembleia legislativa decretou luto oficial de dois
dias em homenagem ao baiano.
Durante o período que passou fora da política, Sebastião
Nery atuou em veículos como TV Globo, Folha de S.Paulo e TV Bandeirantes. Com a
anistia, o jornalista se aliou a Leonel Brizola na fundação do Partido
Democrático Trabalhista (PDT) e foi eleito deputado federal pelo Rio de
Janeiro em 1983.
Nas redes sociais, o governador de Brasília, Ibaneis
Rocha (MDB), prestou homenagem ao jornalista. “Sebastião Nery está
eternizado na galeria dos maiores jornalistas políticos e além disso foi, ele
próprio, um político, desempenhado função pública com o mesmo espírito que
sempre se destacou na profissão”, destacou o chefe do executivo em homenagem.
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