Route
262
A lua foi embora e retorna mais logo,
O ônibus das 08h20min partiu sem
pressa
Entre os lagos que dividem a Route 262
E o frio da manhã cinzenta da Terra
do Sem Fim,
Na Igreja o banco é vago, e as preces
ecoam pelas
Paredes, não chegando ao meu coração que
agora
Bate descompassado, opaco tão dentro
em mim.
Quem sabe se você pensa em mim,
E com teus próprios olhos, escondidos
quando meditamos
Entre os céus e a terra, percorrendo
mares nunca d’antes
Navegados, desviando-nos dos olhares que tentam nos decifrar,
Entre as paredes que a trancam no
quarto noturno, como prisioneira dos
Lençóis que perfumam o ambiente tênue,
Que envolvem o seu corpo nu.
Não é possível dividir a vida de nós
dois, a solidão que
Vivemos em regimes acompanhados, que
nos
Perpetuam, como os lagos, separados
pela Route 262,
Que nos levam na madrugada a algum
lugar talvez efêmero
Mais por certo para um novo despertar
em um novo dia...
Vou ficar mais um pouquinho, para ver se acontece alguma coisa
Nessa tarde de domingo onde o astronauta exclamou:
(Afinal ainda) A terra é azul!!!!
Cláudio Luz
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