O império da Rede Globo começou a desmoronar
*Por r-tadeu | Na Mira do Regis - Não fiquei surpreso ao saber que o programa Tomara que Caia finalmente
fez jus ao título e caiu fora da programação da Globo. Também não era para
menos: um programa de “humor” completamente sem graça, contando com um elenco
simplesmente horrível na hora de tentar fazer graça e um roteiro aparentemente
escrito por uma equipe de debilóides com idade mental entre doze e quinze anos
não poderia ser outra coisa senão um constrangimento só. Para piorar, o
programa era uma cópia descarada do Quinta Categoria que
rolava na MTV e de seu também clone É Tudo Improviso, apresentado
na Band no ano seguinte. Para piorar, até mesmo alguns dos integrantes eram os
mesmos - no caso, a turma da Companhia Barbixas de Humor.
O que me surpreende é ver como a Globo ainda não entendeu o que está
acontecendo com a sua programação. Para mim, está muito claro: até mesmo os
telespectadores realmente idiotas não aguentam mais ser tratados como… idiotas.
É totalmente indesculpável que uma emissora deste porte não tenha percebido que, mesmo dotada de imensos recursos em todas as áreas de produção e criação, ela vem patinando na audiência exatamente por ter optado por uma “popularização” de seu conteúdo no pior sentido do termo. Sua programação vem se transformado ao longo dos anos. E para pior.
É totalmente indesculpável que uma emissora deste porte não tenha percebido que, mesmo dotada de imensos recursos em todas as áreas de produção e criação, ela vem patinando na audiência exatamente por ter optado por uma “popularização” de seu conteúdo no pior sentido do termo. Sua programação vem se transformado ao longo dos anos. E para pior.
Quem assiste a Globo nos dias de hoje e compara com o tipo de
programação exibida 20, 30 anos atrás chega a uma conclusão: a emissora
emburreceu junto com o seu público. Quase nada sobrou da proposta original, que
era criar atrações com enorme conteúdo cultural em todas as áreas possíveis e
imagináveis. Das novelas aos documentários, dos shows aos esportes, tudo era
pensado minuciosamente, sem espaço para humor de 43ª categoria, sem improvisos
indesejáveis. Hoje, já virou uma constante o fato de programas surgirem e
desaparecerem depois de algumas semanas de exibição. Isto sem contar com
programas que são criados apenas para acomodar seus contratados que eram sérios
candidatos à “geladeira” ou que estavam encostados, como é o caso do horrendo É
de Casa.
É óbvio que a competição com as novas plataformas de internet e até de
celulares tem a sua parcela de culpa neste declínio da Globo, mas nada supera o
desprezo para com a mediana capacidade cerebral do público. Aberrações como o Esquenta,
apresentado da maneira mais falsamente alegra possível pela execrável Regina
Casé, se repetem ao longo da grade da emissora com outros formatos e produções,
mas no fundo se trata da mesma porcaria embalada com papéis diferentes. E pior:
completamente desconectadas com a realidade que o País vive hoje em dia.
A Globo pensa no Brasil como um imenso “baile funk”. Está
próximo o dia em que esta ‘festa’ vai terminar na delegacia…
Regis Tadeu é crítico musical, jurado do Programa Raul Gil, colunista/produtor/apresentador do portal do Yahoo, produtor/apresentador dos programas Rock Brazuca e Agente 93 na Rádio USP FM e foi Diretor de Redação/Editor das revistas Cover Guitarra, Cover Baixo e Batera.
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