Aristarcho Guilherme Weyll: Linhagem Histórica e Influência em Itajuípe (Bahia)
Origem Familiar e Ascendência Aristarcho Guilherme Weyll pertencia a uma família de
origem europeia com longa atuação no sul da Bahia, especialmente ligada à cultura do
cacau. O sobrenome Weyll remonta aos primórdios do século XIX na região de Ilhéus. Em
1814, registros indicam a presença do arquiteto holandês Peter Weyll, que juntamente
com o sócio alemão Adolf Saueracker adquiriu terras no sul da Bahia (engenho Almada) e
introduziu plantações de madeira, açúcar, café e cacau. Ao longo do século XIX, membros
da família Weyll continuaram envolvidos na lavoura cacaueira; um documento histórico
cita um Weyll explorando cana, café e cacau em Ilhéus, cuja propriedade foi vendida em
1854 à família Cerqueira Lima. Esses fatos sugerem que Aristarcho Weyll descende
desses pioneiros estrangeiros que se fixaram na região cacaueira baiana. Além da
ascendência europeia, há indícios de ligação de Aristarcho à família Guimarães,
tradicional família luso-brasileira de Ilhéus. Seu nome completo aparece em fontes
jurídicas como Aristarco Weyll Guimarães, sugerindo que “Guimarães” compunha seu nome
de família. Os Guimarães eram influentes desde o século XIX – por exemplo, João Dias
Pereira Guimarães foi um destacado imigrante português proprietário de engenhos em
Ilhéus. Essa combinação de sobrenomes indica que Aristarcho poderia ser fruto da união
de ramos familiares distintos (Weyll e Guimarães), unindo heranças alemãs/holandesas e
portuguesas no seu sangue. É possível que um de seus pais fosse da linhagem Weyll e o
outro da linhagem Guimarães, integrando duas tradições familiares influentes na região
cacaueira. Trajetória em Itajuípe e Influência Regional Aristarcho Weyll ficou conhecido
por sua atuação política e agropecuária em Itajuípe, cidade do sul da Bahia. Ele foi
produtor de cacau no então distrito de Pirangi (posteriormente renomeado Itajuípe) e
testemunhou de perto o processo de emancipação municipal. No início da década de 1950,
Itajuípe era distrito de Ilhéus, mas lutava pela autonomia. Em 1952, durante a campanha
emancipacionista, Aristarcho teve papel de liderança: foi nomeado administrador distrital
de Itajuípe pelo prefeito de Ilhéus, Pedro Catalão, para governar temporariamente o
distrito  . Essa nomeação ocorreu num contexto conturbado – Catalão escolheu
Aristarcho por ele estar “equidistante” das disputas locais, já que no período eleitoral
encontrava-se fora de Itajuípe  . Aristarcho Guilherme Weyll tomou posse como
administrador em 21 de agosto de 1952 , exatamente no dia em que a Assembleia
Legislativa aprovou a criação do novo município. Ou seja, ele foi a figura que representou
o poder local na transição de distrito para município. Após a sanção da Lei Estadual nº
507/1952, que criou oficialmente o município de Itajuípe (promulgada em 12 de dezembro
de 1952), foram organizadas as primeiras estruturas de governo municipal. Aristarcho
integrou a primeira Câmara Municipal de Itajuípe, eleita em 1954 e empossada em abril
de 1955. Por ser um dos membros mais experientes (mais velho) daquela Câmara, ocupou a
posição de 1º Secretário da Mesa Diretora na sessão inaugural. Nesse primeiro governo
municipal, Firmo Bernardino dos Santos foi escolhido prefeito pela Câmara, enquanto
Aristarcho Weyll atuou na Mesa Diretora ajudando a conduzir os trabalhos legislativos.
Esses fatos demonstram a influência política de Aristarcho na fundação da cidade – ele
esteve entre os “pais” de Itajuípe, liderando o distrito rumo à emancipação e
estabelecendo as bases administrativas locais. A influência da família de Aristarcho
também se refletiu em outras partes da região cacaueira. Parentes próximos
participaram da vida pública em municípios vizinhos. Por exemplo, Henrique Weyll Cardoso
e Silva (possivelmente membro do mesmo clã familiar) foi prefeito de Ilhéus de 1959 a
1963. Além disso, registros históricos citam Astrogildo Guilherme Weyll, provavelmente
parente contemporâneo de Aristarcho, envolvido em invenções técnicas – há referência a
um “Medidor Weyll”, aparelho mecânico-elétrico criado no início do século XX . Esses
exemplos ilustram que os Weyll estavam presentes não apenas na economia agrícola, mas
também na política e até em empreendimentos tecnológicos regionais. Descendência e
Legado Familiar Aristarcho Weyll constituiu família na Bahia, dando continuidade à
linhagem. Embora informações detalhadas sobre todos os seus descendentes sejam
escassas em documentos públicos, sabe-se que ele teve pelo menos um filho, nascido e
criado em Itajuípe. A escritora Paloma Weyll, neta de Aristarcho, relembra que “meu avô
Aristarcho Weyll… teve um filho que deu muito trabalho” (referência carinhosa ao pai
dela). Paloma conta que não chegou a conhecer o avô pessoalmente, mas ouviu histórias
sobre ele e até se inspirou em sua figura para um personagem de romance ambientado em
Itajuípe. Isso evidencia que a memória de Aristarcho foi transmitida aos netos, mantendo
vivo o legado familiar. Os herdeiros de Aristarcho Guilherme Weyll continuaram presentes na região de Itajuípe após sua morte. Documentos recentes de cartório
mostram que, já no século XXI, terras que pertenceram à família ainda são identificadas
em nome de seus sucessores. Por exemplo, um laudo de avaliação fundiária de 2021 menciona “os imóveis de […] herdeiros de Simplício José da Ressurreição e Aristarco
Guilherme Weyll” como confrontantes de uma fazenda no distrito de Bandeira do Almada,
Itajuípe . Ou seja, propriedades rurais ligadas a Aristarcho foram transmitidas a seus descendentes, que mantiveram vínculos com a atividade cacaueira local. Em resumo,
Aristarcho Weyll descende de pioneiros estrangeiros do ciclo do cacau na Bahia e uniu em
sua genealogia famílias influentes da região (Weyll e Guimarães). Como líder político, foi
peça-chave na emancipação de Itajuípe, atuando como prefeito (administrador) distrital
nomeado e, posteriormente, como vereador na instalação do novo município. Seus
descendentes diretos – filhos e netos – perpetuaram o sobrenome e a presença familiar
em Itajuípe, seja na memória cultural (através de relatos e obras literárias) ou na
manutenção de propriedades e negócios. Essa linhagem histórica evidencia a forte ligação
da família Weyll com o desenvolvimento socioeconômico do sul da Bahia, especialmente no
apogeu da era do cacau. Fontes consultadas: documentos históricos e jurídicos, blogs
regionais e relatos familiares. Destacam-se referências do Blog do Facó sobre a
emancipação de Itajuípe e menções da escritora Paloma Weyll sobre seu avô, além de
registros do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia sobre os pioneiros do cacau. As
citações fornecidas corroboram as informações apresentadas, garantindo base
documental confiável: • Blog Ilhéus… com amor! – Maria Luiza Heine, sobre Henrique
“Henriquinho” Cardoso (prefeito de Ilhéus). • Blog MUNICÍPIO DE ITAJUÍPE – BAHIA –
L.C. Facó, detalhando a luta emancipacionista e o papel de Aristarcho Weyll  . • Post
“Resgatando o passado” – Paloma Weyll, com memória pessoal referente a Aristarcho
Weyll. • Família, Poder e Mito: o município de S. Jorge de Ilhéus (1880-1912) –
dissertação de D. Laport, que cita a presença de Peter Weyll em 1814 e outras
informações históricas sobre famílias colonizadoras. • Laudo de avaliação judicial
(Itajuípe, 2021) – citando herdeiros de Aristarco G. Weyll em propriedade rural .
Todas essas fontes reforçam a reconstrução da genealogia e trajetória de Aristarcho
Weyll, mostrando sua ascendência europeia, atuação política local e descendência
presente na história de
Itajuípe e região.
Paloma Weyll
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