quinta-feira, 13 de março de 2025

Aristarcho Guilherme Weyll: Linhagem Histórica e Influência em Itajuípe (Bahia)

Aristarcho Guilherme Weyll: Linhagem Histórica e Influência em Itajuípe (Bahia)



Origem Familiar e Ascendência Aristarcho Guilherme Weyll pertencia a uma família de 

origem europeia com longa atuação no sul da Bahia, especialmente ligada à cultura do 

cacau. O sobrenome Weyll remonta aos primórdios do século XIX na região de Ilhéus. Em 

1814, registros indicam a presença do arquiteto holandês Peter Weyll, que juntamente 

com o sócio alemão Adolf Saueracker adquiriu terras no sul da Bahia (engenho Almada) e 

introduziu plantações de madeira, açúcar, café e cacau. Ao longo do século XIX, membros 

da família Weyll continuaram envolvidos na lavoura cacaueira; um documento histórico 

cita um Weyll explorando cana, café e cacau em Ilhéus, cuja propriedade foi vendida em 

1854 à família Cerqueira Lima. Esses fatos sugerem que Aristarcho Weyll descende 

desses pioneiros estrangeiros que se fixaram na região cacaueira baiana. Além da 

ascendência europeia, há indícios de ligação de Aristarcho à família Guimarães, 

tradicional família luso-brasileira de Ilhéus. Seu nome completo aparece em fontes 

jurídicas como Aristarco Weyll Guimarães, sugerindo que “Guimarães” compunha seu nome 

de família. Os Guimarães eram influentes desde o século XIX – por exemplo, João Dias 

Pereira Guimarães foi um destacado imigrante português proprietário de engenhos em 

Ilhéus. Essa combinação de sobrenomes indica que Aristarcho poderia ser fruto da união 

de ramos familiares distintos (Weyll e Guimarães), unindo heranças alemãs/holandesas e 

portuguesas no seu sangue. É possível que um de seus pais fosse da linhagem Weyll e o 

outro da linhagem Guimarães, integrando duas tradições familiares influentes na região 

cacaueira. Trajetória em Itajuípe e Influência Regional Aristarcho Weyll ficou conhecido 

por sua atuação política e agropecuária em Itajuípe, cidade do sul da Bahia. Ele foi 

produtor de cacau no então distrito de Pirangi (posteriormente renomeado Itajuípe) e 

testemunhou de perto o processo de emancipação municipal. No início da década de 1950, 

Itajuípe era distrito de Ilhéus, mas lutava pela autonomia. Em 1952, durante a campanha 

emancipacionista, Aristarcho teve papel de liderança: foi nomeado administrador distrital 

de Itajuípe pelo prefeito de Ilhéus, Pedro Catalão, para governar temporariamente o 

distrito . Essa nomeação ocorreu num contexto conturbado – Catalão escolheu 

Aristarcho por ele estar “equidistante” das disputas locais, já que no período eleitoral 

encontrava-se fora de Itajuípe . Aristarcho Guilherme Weyll tomou posse como 

administrador em 21 de agosto de 1952 , exatamente no dia em que a Assembleia 

Legislativa aprovou a criação do novo município. Ou seja, ele foi a figura que representou 

o poder local na transição de distrito para município. Após a sanção da Lei Estadual nº 

507/1952, que criou oficialmente o município de Itajuípe (promulgada em 12 de dezembro 

de 1952), foram organizadas as primeiras estruturas de governo municipal. Aristarcho 

integrou a primeira Câmara Municipal de Itajuípe, eleita em 1954 e empossada em abril 

de 1955. Por ser um dos membros mais experientes (mais velho) daquela Câmara, ocupou a 

posição de 1º Secretário da Mesa Diretora na sessão inaugural. Nesse primeiro governo 

municipal, Firmo Bernardino dos Santos foi escolhido prefeito pela Câmara, enquanto 

Aristarcho Weyll atuou na Mesa Diretora ajudando a conduzir os trabalhos legislativos. 

Esses fatos demonstram a influência política de Aristarcho na fundação da cidade – ele 

esteve entre os “pais” de Itajuípe, liderando o distrito rumo à emancipação e 

estabelecendo as bases administrativas locais. A influência da família de Aristarcho 

também se refletiu em outras partes da região cacaueira. Parentes próximos 

participaram da vida pública em municípios vizinhos. Por exemplo, Henrique Weyll Cardoso 

e Silva (possivelmente membro do mesmo clã familiar) foi prefeito de Ilhéus de 1959 a 

1963. Além disso, registros históricos citam Astrogildo Guilherme Weyll, provavelmente 

parente contemporâneo de Aristarcho, envolvido em invenções técnicas – há referência a 

um “Medidor Weyll”, aparelho mecânico-elétrico criado no início do século XX . Esses 

exemplos ilustram que os Weyll estavam presentes não apenas na economia agrícola, mas 

também na política e até em empreendimentos tecnológicos regionais. Descendência e 

Legado Familiar Aristarcho Weyll constituiu família na Bahia, dando continuidade à 

linhagem. Embora informações detalhadas sobre todos os seus descendentes sejam 

escassas em documentos públicos, sabe-se que ele teve pelo menos um filho, nascido e 

criado em Itajuípe. A escritora Paloma Weyll, neta de Aristarcho, relembra que “meu avô 

Aristarcho Weyll… teve um filho que deu muito trabalho” (referência carinhosa ao pai 

dela). Paloma conta que não chegou a conhecer o avô pessoalmente, mas ouviu histórias 

sobre ele e até se inspirou em sua figura para um personagem de romance ambientado em 

Itajuípe. Isso evidencia que a memória de Aristarcho foi transmitida aos netos, mantendo 

vivo o legado familiar. Os herdeiros de Aristarcho Guilherme Weyll continuaram presentes na região de Itajuípe após sua morte. Documentos recentes de cartório 

mostram que, já no século XXI, terras que pertenceram à família ainda são identificadas 

em nome de seus sucessores. Por exemplo, um laudo de avaliação fundiária de 2021 menciona “os imóveis de […] herdeiros de Simplício José da Ressurreição e Aristarco 

Guilherme Weyll” como confrontantes de uma fazenda no distrito de Bandeira do Almada, 

Itajuípe . Ou seja, propriedades rurais ligadas a Aristarcho foram transmitidas a seus descendentes, que mantiveram vínculos com a atividade cacaueira local. Em resumo, 

Aristarcho Weyll descende de pioneiros estrangeiros do ciclo do cacau na Bahia e uniu em 

sua genealogia famílias influentes da região (Weyll e Guimarães). Como líder político, foi 

peça-chave na emancipação de Itajuípe, atuando como prefeito (administrador) distrital 

nomeado e, posteriormente, como vereador na instalação do novo município. Seus 

descendentes diretos – filhos e netos – perpetuaram o sobrenome e a presença familiar 

em Itajuípe, seja na memória cultural (através de relatos e obras literárias) ou na 

manutenção de propriedades e negócios. Essa linhagem histórica evidencia a forte ligação 

da família Weyll com o desenvolvimento socioeconômico do sul da Bahia, especialmente no 

apogeu da era do cacau. Fontes consultadas: documentos históricos e jurídicos, blogs 

regionais e relatos familiares. Destacam-se referências do Blog do Facó sobre a 

emancipação de Itajuípe e menções da escritora Paloma Weyll sobre seu avô, além de 

registros do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia sobre os pioneiros do cacau. As 

citações fornecidas corroboram as informações apresentadas, garantindo base 

documental confiável: • Blog Ilhéus… com amor! – Maria Luiza Heine, sobre Henrique 

“Henriquinho” Cardoso (prefeito de Ilhéus). • Blog MUNICÍPIO DE ITAJUÍPE – BAHIA – 

L.C. Facó, detalhando a luta emancipacionista e o papel de Aristarcho Weyll . • Post 

“Resgatando o passado” – Paloma Weyll, com memória pessoal referente a Aristarcho 

Weyll. • Família, Poder e Mito: o município de S. Jorge de Ilhéus (1880-1912) – 

dissertação de D. Laport, que cita a presença de Peter Weyll em 1814 e outras 

informações históricas sobre famílias colonizadoras. • Laudo de avaliação judicial 

(Itajuípe, 2021) – citando herdeiros de Aristarco G. Weyll em propriedade rural

Todas essas fontes reforçam a reconstrução da genealogia e trajetória de Aristarcho 

Weyll, mostrando sua ascendência europeia, atuação política local e descendência 

presente na história de Itajuípe e região.


 



Paloma Weyll

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