DIAS GOMES ERA BAIANO!
- Adson Brito Do Velho professor, ator e diretor teatral (0011022) e autor do livro Salvador Tem Muitas Histórias.
- Matéria sugerida por Luiz Dominques
Seu nome de batismo era Alfredo de Freitas Dias Gomes, reverenciado no meio artístico como Dias Gomes, um dos mais consagrados autores de novelas e de teatro do país.
Nasceu em Salvador em 19.out.1922.
Casado com Janete Stecco Emmer, conhecida como Janete Clair, um das mais importantes autoras de novelas do Brasil.
Na capital baiana, Dias Gomes no Colégio Nossa Senhora da Vitória, das Irmãs Maristas e no antigo Ginásio Ipiranga.
No ano de 1935, viaja com a família para o Rio de Janeiro, para complementar seus estudos.
Começou a escrever peças de teatro, ainda na adolescência, e aos 15 anos escreveu a sua primeira obra, intitulada A Comédia dos Moralistas.
E com a peça de estréia, o nosso baiano, já foi mostrando que era fera na arte de escrever, foi premiado pelo Serviço Nacional de Teatro e pela União dos Estudantes Secundaristas.
Anos depois, entra para a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, e abandona o curso no terceiro ano, para dedicar-se à produção literária.
Em 1941, escreve a peça Amanhã Será Outro Dia, cujo texto foi bastante elogiado pelo dramaturgo e diretor de teatro Procópio Ferreira, que ficou com receio de levar aos palcos uma montagem de cunho antinazista, em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Entre 1944 e 1964, Dias Gomes adaptou mais de 500 peças de teatro, nacionais e estrangeiras, para programas de rádio.
Autor de uma das mais importantes obras da dramaturgia nacional, O Pagador de Promessas, que também foi adaptada para o cinema, e considerado como o primeiro filme nacional a ser indicado para o Oscar.
E com o mesmo filme, adaptado por Anselmo Duarte e protagonizado por Glória Menezes (Rosa) e o saudoso Leonardo Villar (Zé do Burro), conquistou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, na França.
Tempos depois, em 1988, O Pagador de Promessas foi adaptado para uma série da Rede Globo, com direção de Tizuka Yamasaki, tendo José Mayer e Denise Milfont, como protagonistas.
Membro da Academia Brasileira de Letras, o baiano Dias Gomes foi imortalizado através de suas obras, como O Santo Inquérito, Odorico, o Bem Amado, dentre outras preciosidades.
Visionário, seus temas eram voltados para as temáticas sociais, como reforma agrária, exílio aos perseguidos políticos, ecologia, nazismo, dentre outros temas.
Escreveu novelas históricas, como A Ponte dos Suspiros, Bandeira 2, O Espigão, Mandala, Saramandaia, O Bem Amado, dentre outras.
E como não lembrar da lendária novela Roque Santeiro, baseada na obra O Berço do Herói, que trazia Betty Fariano papel da Viúva Porcina, e que foi proibida a exibição pela ditadura militar.
Só em 1985, a novela Roque Santeiro foi exibida, com Regina Duarte no papel da Viúva Porcina, mulher de Sinhozinho Malta, vivido, nas duas versões, por Lima Duarte
Ainda na tv, escreveu também Carga Pesada, As Noivas de Copacabana, e a adaptou a obra de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos, em 1998.
Em Salvador temos o Teatro Dias Gomes, pouquíssimo conhecido dos soteropolitanos, situado nas dependências do Sindicato dos Comerciários de Salvador
Dias Gomes morreu aos 76 anos, de forma trágica, em um acidente automobilístico, em São Paulo, na madrugada de 18.mai.1999.
Nossa homenagem ao grande Dias Gomes, o baiano que através das suas obras, emocionou e deu grandes alegrias ao país.
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Foto/Reprodução da Internet.
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