Mundo Músical
mais uma vez de Luto Morrem os cantores e compositores Erasmo Carlos e o cubano Pablo Milanés
Erasmo Carlos morreu ontem (22/11). O cantor e compositor havia sido internado ontem de manhã no Hospital Barra D’or, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, às pressas.
Erasmo
Carlos tinha 81 anos e tratava, há alguns meses, uma síndrome edemigênica, que
ocorre quando há um desequilíbrio bioquímico, dificultando a manutenção dos
líquidos dentro dos vasos sanguíneos. Geralmente, esse enfermidade é causada
por doenças cardíacas, renais ou dos próprios vasos.
Nascido na Tijuca, Zona Norte do
Rio de Janeiro, Erasmo Carlos cresceu
cercado de elementos que, mais tarde, tornaram a sua identidade musical
singular.
Ainda adolescente, destacou sua
personalidade no meio de de fãs do rock’n’roll e da bossa nova, que se reuniam
no famoso Bar Divino, localizado na Rua do Matoso.
Ao longo da matéria, você verá
quem é o cantor Erasmo Carlos, um pouco da sua carreira na
música brasileira, algumas curiosidades sobre o artista e algumas de suas
principais composições que não podem faltar na sua playlist. Continue a
leitura!
Quem é Erasmo Carlos?
Erasmo Esteves era cantor, ator,
compositor, músico, multi-instrumentista e escritor brasileiro. Você deve estar
se perguntando quantos anos tinha Erasmo Carlos,
pois bem, a idade de Erasmo Carlos é 81 anos.
Erasmo foi um dos maiores
pioneiros do rock brasileiro e, durante os anos 60, fez parceria com o cantor e
compositor Roberto Carlos, compondo várias músicas juntos,
gravadas em seus discos de carreira solo.
A carreira de Erasmo Carlos na música brasileira
Junto com Roberto Carlos e Wanderléa,
esteve efetivamente envolvido no projeto Jovem Guarda,
onde foi apelidado de Tremendão, imitando a roupa e o estilo de seu
ídolo, Elvis Presley.
O disco Erasmo Carlos e Os Tremendões já
é um trabalho breve na carreira do artista. De 1969, este LP é uma
interpretação muito original das canções do compositor da MPB.
Na década de 1970, Erasmo assinou
com a Polygram. Os primeiros cinco anos da década apresentaram o Tremendão em
um estilo bem diferente da Jovem Guarda. Influenciado pela cultura hippie,
lançou Carlos, Erasmo, em 1971.
O disco abre com De Noite na Cama,
que Caetano Veloso compôs especialmente para ele,
e a polêmica Maria Joana.
O existencialismo continuou em
seus outros LPs na década de 1970. No ano seguinte, em 1971, o cantor
participou do filme Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora,
de Roberto Farias.
Anos 80 e 90
Erasmo iniciou os anos 80 com um projeto ambicioso. O
cantor convidou um projeto pioneiro no Brasil. São 12 músicas com algumas
artistas como Nara Leão, Maria Bethânia, Gal Costa, Wanderléa e muito mais.
A faixa de abertura do álbum é
uma das mais comentadas nas rádios: Sentado à Beira do Caminho,
com a participação de Roberto Carlos.
No ano seguinte, o LP Mulher causou
grande repercussão. O sucesso da mídia, com a continuação de Amar Pra Viver ou Morrer de
Amor (1982), exigiu de Erasmo Carlos e seu sócio Roberto
Carlos (no auge de seu sucesso) que ele deveria publicar de vez em quando um
novo trabalho.
No ano de 1989, produziu o disco
ao vivo Sou uma Criança, com a participação de Léo Jaime e
a banda Kid Abelha e João Penca e Seus
Miquinhos Amestrados, e lançado pelo selo SBK.
Na década de 1990, o trabalho de
Erasmo Carlos apareceu na música Leap Year. Além de sempre
contratar Roberto Carlos para sua música de álbum do ano, ele já lançou dois
álbuns. Homem de Rua, lançado pela Sony Music em 1992 e
outro grande disco é A Carta, em que Erasmo canta
com Renato Russo.
Já em 1995, voltou a participar
das comemorações dos 30 anos da Jovem Guarda com discos e shows. No ano
seguinte, Erasmo Carlos gravou o disco É Preciso Saber Viver e
regravou músicas de seu repertório. O destaque foi o dueto Do Fundo do Meu Coração com Adriana Calcanhotto.
Anos 2000
Em 2001, Erasmo lançou um novo
álbum, que contou com um dueto com Marisa Monte, composto por
eles e Carlinhos Brown. No ano seguinte, ele lançou seu
primeiro DVD ao vivo, bem como um CD duplo.
No início de 2004, lançou a sua
obra mais original: Santa Música, com 12 canções
escritas apenas por Erasmo Carlos. Além da
faixa-título, destaca-se a música Tim feita em homenagem
a Tim Maia.
Conheça as composições do cantor Erasmo Carlos
Depois de conhecer a carreira pela música brasileira e as
curiosidades sobre o cantor Erasmo Carlos, conheça as músicas do compositor que
não podem faltar na sua playlist:
1. Mulher (Sexo Frágil);
2. Gatinha Manhosa;
3. Pega Na Mentira;
4. Mesmo Que Seja Eu;
5. Gente Aberta;
6. Vem Quente Que Eu Estou
Fervendo;
7. Sementes do Amanhã;
8. A Carta;
9. Do Fundo do Meu Coração;
10. Minha Fama De Mau;
11. Festa de Arromba;
12. Mais Um na Multidão (part.
Marisa Monte);
13. Convite Para Nascer de Novo;
14. Filho Único;
15. Minha Superstar;
16. Coqueiro Verde;
17. Sou Uma Criança, Não Entendo
Nada;
18. Panorama Ecológico;
19. É Preciso Dar Um Jeito Meu
Amigo;
20.Cachaça Mecânica
Pablo Milanés morre aos 79 anos
Milanés estava internado em um
hospital de Madri desde 12 de novembro, por 'infecções recorrentes', segundo
sua assessoria. O lendário cantor e compositor cubano Pablo Milanés, um dos fundadores e
expoentes mais destacados da Nueva Trova cubana, morreu aos 79 anos na
madrugada desta terça-feira (22) - horário no Brasil - , em Madri, na Espanha,
onde vivia.
Milanés estava internado em um hospital de Madri desde
12 de novembro, por "infecções recorrentes", segundo sua assessoria.
O cantor tinha um estado de saúde frágil e sofria,
entre outras doenças, de um problema renal - recebeu um transplante de rim em
2014.
Vida
e Obra
Pablo
Milanés Começou a
cantar em estações de rádio ainda quando era criança. Com seis anos passou a
morar em Havana,
onde continuou sua formação musical. No início da década de 1960, começou a
compor a partir de múltiplas influências, tais como: a música tradicional
cubana, a música norte-americana (principalmente o jazz) e a música
brasileira. Participou de várias formações vocais, como o "Cuarteto del Rey",
um grupo que adotava o estilo "negro spiritual",
que interpretou suas primeiras canções em clubes de Havana.
Em 1965,
compôs: "Mis veintidós años", que foi sua primeira composição
com temática social.
Entre 1965
e o final de 1967, esteve detido em campos de trabalho forçado, dirigidos
pelas Unidades Militares de Ajuda à
Produção (Umap) na província de Camagüey, de onde fugiu e dirigiu-se para Havana,
onde denunciou a injustiça que fora cometida, razão pela ficou preso durante
dois meses na Fortaleza de La Cabaña.[2]
No início
da década de 1970, começou a participar do "Grupo de Experimentação Sonora"
(GES),[3] juntamente
com importantes trovadores e músicos, dirigidos por Frederico Smith e Leo Brouwer.
Em 1974,
gravou seu primeiro disco: "Versos Sencillos", no qual gravou
versões musicalizadas por ele de poemas de José Martí.
Em 1975,
gravou um disco com canções feitas a partir de 11 poemas de Nicolás Guillén.
Em 1976,
gravou seu primeiro disco com composições próprias: "La vida no vale
nada". Foi uma obra alinhada com os princípios da nova trova cubana e
da Nueva Canción Latinoamericana, dentre as
canções, merece destaque: "Yo pisaré las calles nuevamente",
que clama pelo retorno da democracia ao Chile, após o Golpe Militar de 1973; e "Canción
por la Unidad Latinoamericana".[4]
No início
da década de 1980, lançou discos como: "Yo me quedo", "El
Guerrero", "Comienzo y final de una verde mañana" e
"Querido Pablo" (1985), sendo que esse último disco contou com
participações de Víctor Manuel, Chico Buarque, Mercedes Sosa e Luís Eduardo Aute.
Na década
de 1990, lancou vários discos tais como:
·
"Identidad" (1990);
·
"Canto de la abuela"
(1991);
·
"Orígenes" (1995); e
·
"Despertar" (1997).
Também
nessa década, ajudou a criar uma fundação sem fins lucrativos para o
desenvolvimento da cultura cubana, projeto que ajudou a dar visibilidade à obra
de muitos artistas da Ilha. No final da década, foi gravado o disco: "Pablo
Querido", que foi uma homenagem de outros artistas hispânicos e
latino-americanos a Pablo Milanés, dentre eles: Joaquim Sabina, Fito Páez, Caetano Veloso, Milton
Nascimento, "Los Van Van" e o grupo "Maná".
A partir
de 2005, passou a atuar em parceria com músicos como: Chucho Valdés, Pancho Céspedes, Andy Montañez e José Maria Vitier.
Em 2006,
venceu o Prêmio Grammy de melhor cantor pelo disco:
"Como un campo de maíz".
Em 2014,
fui submetido a uma cirurgia de transplante de rim doado por sua esposa.[2]
Em 2015,
recebeu um novo Prêmio Grammy pela "Excelência Musical";[5] e
publicou seu 50º disco: "Renacimiento", no qual resgatou
ritmos tradicionais de Cuba, como o guaguancó e o changüí, pouco habituais em seu repertório.[2]
Em março
de 2017, foi lançada a coleção: "Pablo Milanés Discografía",
composta por 50 títulos numerados e ordenados cronologicamente, que incluem 53
discos de áudio e 5 DVDs,
com mais de 600 canções e 7 horas de vídeo. Cada disco vem acompanhado das
letras das canções. A coleção vem acompanhada de um guia com 88 páginas, que
resume toda a produção discográfica do artista, com introdução escrita
por Marta Valdés. Ainda que volumosa, essa
coleção não inclui canções especialmente compostas para trilhas sonoras de
filmes de cinema, para a televisão, e com o Grupo de Experimentação de Sonora.[6]
Faleceu em
Madrid, em 22 de novembro de 2022, em internamento hospitalar na sequência de
doença hemato-oncológica.[7]
Críticas ao regime cubano
Em
fevereiro de 2015, em entrevista concedida ao jornal El País (Espanha),
defendeu um aprofundamento das reformas em Cuba. Por outro lado, declarou
simpatia pelos ideais da Revolução Cubana e aos governos de: Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia)
e José Mujica (Uruguai).[2]
Em outubro
de 2015, em entrevista concedida a um canal de televisão da República Dominicana, fez críticas a falta de
liberdades fundamentais em Cuba.[8]
Discografia
·
1973 - Versos sencillos de
José Martí
·
1975 - Canta a Nicolás
Guillén
·
1976 - La vida no vale nada
·
1977 - No me pidas
·
1979 - El guerrero
·
1979 - Aniversarios
·
1982 - Filin 1
·
1982 - Acto de fe
·
1983 - El pregón de las
flores, com Lilia Vera
·
1983 - Años 1, com Luis Peña
·
1984 - Ao Vivo no Brasil
·
1985 - Linda y Leo
·
1985 - Comienzo y final de
una verde mañana
·
1986 - Años 2, com Luis Peña, Cotán
·
1987 - Buenos días América
·
1987 - Trovadores,
com Armando Garzón
·
1988 - Proposiciones
·
1989 - Filin 2
·
1989 - Filin 3
·
1990 - Identidad
·
1991 - Canto de la abuela
·
1991 - Filin 4
·
1991 - Filin 5
·
1992 - Años 3, com Luis Peña, Cotán, Compay Segundo
·
1993 - Querido Pablo
·
1994 - Canta boleros en
Tropicana
·
1994 - Evolución
·
1994 - Igual que ayer,
com Caco Senante
·
1994 - Orígenes
·
1994 - Plegaria
·
1995 - Si yo volviera a nacer,
com María Felicia, José María Vitier
·
1995 - En blanco y negro,
com Víctor Manuel
·
1997 - Despertar
·
1998 - Vengo naciendo
·
2000 - Días de gloria
·
2000 - Live from New York
City
·
2002 - Pablo Querido
·
2005 - Como un campo de maíz
·
2005 - Líneas paralelas,
com Andy Montáñez
·
2007 - Mas allá de todo,
com Chucho Valdés)
·
2008 - Regalo
·
2008 - Feeling 6
·
2008 - Raul y Pablo, com
Raúl Torres)
·
2010 - Palacio Municipal de
Congresos de Madrid (DVD com Chucho Valdés) – Fonte Wikipedia
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