Encontros e despedidas

Já não escuto a
voz suave de Íris Lettieri,
Nos saguões dos aeroportos, anunciando decolagens
e aterrisagens, na vida, entre
idas e vindas
Como se não houvesse
mais você.
A ansiedade que nasce
e morre em volta de mim
Quando você não
está presente no tempo,
Com seu olhar de
Dália Negra,
Inerte por estas
minhas palavras
Que nunca chega
a você de forma aveludada e inconfundível
Mas, como
trovões que derramam pétalas de águas sobre
O seu rosto
enigmático e profano, sempre numa
Tarde de domingo,
ao som de Endles Love, invadindo
As ondas sonoras
do meu radinho de pilhas
Que descansa na
alcova onde os nossos corpos
Repousavam constantemente,
entre os estrondos dos
Supersônicos que
povoavam os nossos sonhos,
Fazendo-nos uno,
simplesmente um só coração
Que pulsava pra
não perder a altitude que nos faziam
Seguros entre as
decolagens e aterrissagens dos vôos
Sonhados numa
incursão entre nuvens cumulonimbus,
Forçando-nos a uma amerissagens, na
lua dos nossos
Paradigmas, nunca programados, entre
idas e vindas,
Como o rio que
vai ao encontro do fim,
Como se não
tivesse mais encontros e despedidas.
Cláudio Luz