sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

 

FIRMINO ROCHA, O ORGULHO DA POESIA ITABUNENSE

Livro editado pela FICC em 2008

Por Walmir Rosário*

Embora nunca tenhamos marcado qualquer encontro, religiosamente nos víamos, e sempre ao cair da tarde. Posso afirmar que nossos hábitos eram bem distintos em variados aspectos. Assim que terminava o expediente, eu o famoso operador de som da antiga Rádio Clube de Itabuna, Eliezer Ribeiro (Corpinho de Leão), nos dirigíamos ao Ita Bar para tomarmos um (uns) aperitivo(s).

Aos poucos, vislumbrávamos a figura do nosso personagem cruzar a rua que separava a praça Olinto Leone, onde morava, e embocar no beco em direção ao Ita Bar. Passava rente ao saudoso castelinho, com sua pasta de couro, daquelas que os vendedores viajantes utilizavam àquela época. No interior da pasta, nada de talões de pedidos ou prospectos de publicidades. Só poesias.

Pelo caminho o ritual diário era o mesmo: cumprimentava a todos com sorrisos, algumas frases de elogios, especialmente flores para as mulheres. Essa distinção era rotineira. As pessoas que ainda não o conheciam geralmente olhavam aquela figura com desconfiança, até serem informados e certificados que se tratava de Firmino Rocha, poeta, pessoa de bem, e para alguns com a cabeça nas nuvens.

A indumentária era a mesma: um terno surrado, voltado para a cor cinza, às vezes com gravata, bem frouxa no pescoço e a cabeça protegida por um chapéu de baeta. Sempre com um sorriso nos lábios. Se houvesse oportunidade, abriria a maleta e pegaria os papéis soltos ou o caderno e os mostraria, declamando uma das dezenas de poesias.

Ao chegar ao Ita, sentava-se num banco junto ao balcão ou à mesa diante dos convites. Luzia, a garçonete com anos de experiência e conhecimento dos fregueses, lhe servia uma cachacinha pura ou o famoso “leite de onça”, aperitivo da casa. Engrenava a conversa, apresentava seus novos trabalhos, desfiava versos de seus novos poemas.

Nascido em 7-6-1910, à época desses nossos encontros (1964-65 em diante), Firmino Rocha, diplomado em Ciências e Letras, pouco se preocupava com o academicismo e sim com o que lhe rodeava. E assim, rodava, ou rondava Itabuna ao cair da noite, visitando bares e lanchonetes, revendo os amigos, conversando ou declamando versos.

Quem recorda bastante de Firmino Rocha é o advogado Gabriel Nunes (ex-presidente da OAB de Itabuna), muitas das vezes dos encontros na choperia e lanchonete Model, na avenida do Cinquentenário. Para Gabriel, Firmino Rocha era um poeta que quebrou os tabus e padrões da época, com um estilo eminentemente conhecido como o modernismo baiano.

E numa das viagens aos Estados Unidos, Gabriel Nunes foi visitar a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), que exibe em seu hall uma bela homenagem a mais conhecida poesia de Firmino Rocha, “Deram um Fuzil ao Menino”, concebida por protesto à Segunda Guerra Mundial. “Assim que vi a mensagem me senti também celebrado, pois era um grapiúna como o amigo Firmino Rocha”, declara Gabriel.

Mas como o tempo é implacável, Firmino Rocha morre aos 61 anos (1º de julho de 1971), deixando parte de sua obra publicada em jornais de Ilhéus e Itabuna e singelos livros que editou. Mas quis o tempo preparar a reabilitação do poeta itabunense em 2008, por ação do professor Flávio Simões Costa, quando diretor-presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC).

Ao chegar a Itabuna em início dos anos 1960, o professor Flávio Simões foi um daqueles abordados pelo poeta Firmino Rocha, enquanto passeava com sua filha pela praça Olinto Leone. Em quase todas as tardes Flávio Simões ouvia os poemas de Firmino Rocha. Na FICC chegou a oportunidade de homenagear o poeta itabunense, editando o livro “Firmino Rocha – Poemas escolhidos e inéditos”, editado pela Via Litterarum.

O meu exemplar, autografado por Flávio Simões, é guardado como uma relíquia em local de destaque na minha biblioteca.


*Radialista Jornalista e advogado.

DERAM UM FUZIL AO MENINO

 

Adeus luares de Maio.

Adeus tranças de Maria.

Nunca mais a inocência,

nunca mais a alegria,

nunca mais a grande música

no coração do menino.

Agora é o tambor da morte

rufando nos campos negros.

Agora são os pés violentos

ferindo a terra bendita.

A cantiga, onde ficou a cantiga?

No caderno de números,

o verso ficou sozinho.

Adeus ribeirinhos dourados.

Adeus estrelas tangíveis.

Adeus tudo que é de Deus.

DERAM UM FUZIL AO MENINO

domingo, 23 de fevereiro de 2025

A Cronica de Walmir Rosário, Direto de Canavieiras

 

DE MINAS A BAHIA – OS POVOS DO RIO PARDO SE ENCONTRAM

Os mineiros prestam informações em vídeo sobre o rio

Por Walmir Rosário*

A crescente preocupação com o meio ambiente vem aproximando os povos que tenham algo em comum. O que lhes unem não é o sangue, mas o que dispõem como a cultura ou meios de sobrevivência. De repente, o morador de Rio Pardo de Minas descobre que tem algo em comum com os canavieirenses, apesar dos quase 600 quilômetros de distância.

E têm: aí os moradores da nascente do rio Pardo, na Serra das Almas, em Rio Pardo de Minas (MG) e deságua em Canavieiras, após percorrer 565 quilômetros e encontrar o Oceano Atlântico. São 220 km em território mineiro e outros 345 em terras baianas. Se chove muito lá no norte de Minas essa água terá que desaguar na ilha da Atalaia, em Canavieiras.

E nesse caminho percorrido, às vezes muitos estragos são causados. Derruba casas, árvores, carrega animais, dá fim a lavouras. Certo que o mineiro não tem culpa, mesmo assim toma todas as providências para que retome a altivez de antes, quando o Pardo tinha água em abundância: pra dar e vender, como dizem. E os resultados positivos saltam aos olhos de qualquer vivente.

Aqui pra bandas da Bahia o povo ribeirinho do Rio Pardo ainda não abriu os olhos ou, melhor dizendo, não conseguiu convencer os governantes sobre o assoreamento do leito do rio, o fim da navegação, o sumiço dos peixes. Mesmo assim, o Pardo ainda é o maior habitat do robalo, pescado por caravanas do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, e até São Paulo. Levam toneladas.

E o Rio Pardo sempre teve uma responsabilidade muito grande com seus ribeirinhos, essencialmente no Sul da Bahia, onde banha imensos cacauais. Aliás, às margens do Rio Pardo foram plantados os primeiros cacaueiros por Antônio Dias Ribeiro, com as sementes trazidas do Pará por Luiz Frederico Warneau, isso em 1746.

Que o cacau foi e ainda é uma potência econômica da Bahia (e hoje do Brasil), todos sabem, mas poucos conhecem a importância do Rio Pardo na cacauicultura, fornecendo água e fertilizando com suas enchentes. Muitos ainda sabem esse cacau era transportado por canoas até os armazéns de Canavieiras, lembra que somente a canoa Baleia tinha capacidade de levar 200 sacas de 60 quilos (12 toneladas), além da tripulação.

Se a população de Rio Pardo de Minas se preocupa com o Rio Pardo, muitos sul-baianos têm se manifestado ao longo de anos. Nessa conta cabem o Grupo Apaixonados por Canavieiras, Tyrone Perrucho, Miguel Fróes, dentre outros. Uma dessas ações foi a Circunavegação Tyrone Perrucho, percorrendo o Rio Pardo, dando a volta às sete ilhas canavieirenses.

E foi a tenacidade de Miguel Fróes em realizar viagens em trechos do Rio Pardo, feitos em canoas e caiaques, explorando aspectos geográficos e culturais que “desaguou” nesse encontro dos povos do Rio Pardo. Na primeira tentativa, em que os canavieirenses iriam a Rio Pardo de Minas a pandemia não permitiu; feito conseguido agora com os mineiros explorando as margens do Rio Pardo por quase 600 quilômetros, montados em bicicletas.

E como o canavieirense é um grande anfitrião, Miguel Fróes moveu céus e terra para recebê-los em festa, com direito a encontro cultural e musical no Porto Grande (ou velho), justamente às margens do Rio Pardo. E os mineiros mostraram sua música de viola com Waldir Perninha; a cidade e a proteção ambiental com Felicíssimo Tiago, e o Tenente Kennedy.

A Lyra do Commercio se apresenta ao público

E Canavieiras apresentou sua fanfarra do Colégio Luiz Estadual Eduardo Magalhães (Fanec), a Lyra do Commercio, o Grupo de Percussão Ouro Negro e a Banda Mulheres do Samba. Foi uma sexta-feira (21-02) digna das festas realizadas no Porto Grande (centro histórico de Canavieiras). Neste sábado, a comitiva visitou a chegada das águas do Rio Pardo no Delta de Canavieiras e seu encontro com o Oceano Atlântico.

Em Canavieiras o Rio Pardo tomou gosto pela terra e se espalhou como quis, e continuou seu percurso em forma de V, criando dois leitos, nos quais se acomodou garbosamente. No da direita continuou sendo chamado de Pardo pelos ribeirinhos; no caminho tomado pela esquerda foi batizado como Cipó. Não contente, ao chegar perto da cidade tomou o nome de Patipe.

Ao vislumbrarem a Ilha da Atalaia, voltara a tomar forma única e, unidos num delta, o Pardo emboca na boca da barra para se juntar às águas do Oceano Atlântico. E Miguel Fróes não descansa e promete uma nova Circunavegação Tyrone Perrucho, agora ostentando o número 2, com a presença dos mineiros do Rio Pardo de Minas.


*Radialista, jornalista e advogado

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

A Cronica de Walmir Rosário Direto de Canavieiras

 

É UM ERRO O COMUNICADOR SER METIDO A BESTA

Orlando Cardoso está no ar há 64 anos, ininterruptos 

Por Walmir Rosário*

Sem sombras de dúvida, o radialista Orlando Cardoso é um ícone da comunicação radiofônica de Itabuna. Não apenas pelos 64 anos ininterruptos à frente do microfone, mas pelo conceito adquirido junto aos ouvintes da região cacaueira. É preciso competência, carisma e credibilidade junto ao público – cativo – por longos anos.

E uma das marcas de Orlando Cardoso é ter responsabilidade em tudo que leva ao ouvinte, com o apoio de boa música e os comentários dos fatos no dia a dia de seus programas. E não é pra menos, pois a credibilidade do comunicador garante uma audiência cativa, com reflexos positivos na área comercial, com anúncios nos programas.

E a simplicidade de Orlando Cardoso não permite que ele fale sobre a publicidade no seu programa diário (matinal) Panorama 640 (meia quatro zero), sem espaços vazios na grade de comerciais. E cheios de orgulho, alguns colegas e amigos dizem que é o único programa a recusar novas publicidades, por um fator inédito: não existe espaço disponível.

Com toda a tranquilidade Orlando revela que o rádio lhe deu muita experiência de vida, a chance de conhecer parte do país, o que jamais teria em outras profissões. E não economiza elogios ao dizer que o rádio sempre foi tudo pra ele, depois de Deus e a família. E em seguida emenda que nunca foi metido a besta, o que lhe ajudou também na política.

Orlando Cardoso trabalhou nas três emissoras AMs de Itabuna – Difusora, Clube e Jornal – sempre disputando o primeiro lugar em audiência, com a mesma tranquilidade, focando sempre na sua comunicação. Numa conversa nossa há algum tempo ele disse que tem muita gente boa de audiência no rádio, mas que não conseguiu se eleger na política por não ser popular, simpático, e que a política não perdoa.

Mas os ouvintes não têm a menor ideia da trabalheira que é ser líder de audiência. E pra começo de conversa, exige um projeto que caia no gosto do ouvinte, acompanhado de músicas e boas informações. No esporte não é diferente e ele mesmo já passou muitos dissabores em estádios onde transmitia jogos da Seleção de Itabuna, a Hexacampeã Baiana de Amadores.

Em muitos desses jogos, os radialistas eram também tratados como adversários e tinham que ter muito jogo de cintura para realizar uma transmissão de qualidade. Os locais destinados aos visitantes eram em espaços exíguos e junto às torcidas adversárias, intimidando-os o jogo inteiro. Algumas vezes foi obrigado a transmitir os jogos em cima do teto da Kombi da Rádio Difusora.

E Orlando Cardoso não nega que era um apaixonado pela Seleção de Itabuna, e os torcedores apaixonados por ele. Nas transmissões sua vibração era transmitida pelo rádio e a torcida acompanhava, a exemplo do gol do Hexacampeonato, em Alagoinhas, quando ele narrou com toda a força dos pulmões o bordão: “É gol Itabunense, torcida grapiúna!”.

E nessa hora balançaram tanto a Kombi que ele não pode ver quem teria marcado o gol, muito menos ouvir o repórter Ramiro Aquino dar os detalhes do gol de cabeça do centroavante Pinga. “Acabou o jogo, entramos na Kombi e voltamos para Itabuna, e somente aí é que fui informado que o gol teria sido de Pinga, mas pouco importava, pois já éramos Hexacampeões”, ainda comemora Orlando.

A primeira participação de Orlando Cardoso no microfone foi na Rádio Clube de Itabuna, indicado pelo radialista e publicitário Cristóvão Colombo Crispim de Carvalho, por volta de 1960, quando narrou um jogo imaginário. Em seguida narrou outro jogo, este de verdade, no Campo da Desportiva, mas não continuou. Em seguida narra outro jogo imaginário na Rádio Difusora, a pedido de Romilton Teles, e é chamado para um teste na emissora, a qual trabalha.

E prestes a chegar aos 83 anos continua firme e forte na condução do Programa Panorama 640 (meia quatro zero) para a alegria de milhares de ouvintes. Vida longa na existência física e radiofônica, Orlando Cardoso!


*Radialista, jornalista e advogado.

sábado, 8 de fevereiro de 2025

 

Paloma Amado, Vinícius de Moraes, Pablo Neruda e Jorge Amado, em 1956, em Salvador || Foto Arquivo Nacional do Brasil
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A amizade do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) e o escritor grapiúna Jorge Amado (1912-2001) será pano de fundo do documentário O Regalo, dedicado à cultura cacaueira do sul da Bahia e sua vertente contemporânea, a produção de chocolates finos. Outra protagonista é a cabruca, o sistema agroflorestal em que o fruto de ouro é produzido na região.

Dirigido por Catharina Oliveira, o filme tem roteiro do escritor, professor e linguista Gabriel Nascimento, pesquisa de Thiago Fernandes e Henrique Oliveira e produção da Foco Filmes. Martone Badaró assina a fotografia. As locações vão se concentrar nas cidades de Itabuna e Ilhéus, em cenários icônicos da civilização grapiúna.

Segundo os produtores, o documentário busca valorizar o sistema de cultivo cabruca, que promove sustentabilidade e preservação ambiental. Ao mesmo tempo, recupera a história e as tradições das comunidades locais que se dedicam à produção de chocolate.

MULHERES NA VOZ

O Regalo reunirá depoimentos de produtores locais, acadêmicos e especialistas, que vão compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre a importância do chocolate para a economia e a cultura da região.

Refletindo um aspecto dos novos tempos do cacau, o filme traz em destaque vozes de mulheres cujas histórias pessoais e profissionais ilustram a rica tradição e a qualidade do chocolate produzido no sul da Bahia, a exemplo de Helena Guimarães, Ju Arléo, Nara e Leilane Benevides, Carine Assunção e Manuela. O lançamento está previsto para o segundo semestre deste ano. Do politicosdosuldabahia.com.br

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A Cronica de Walmir Rosário - Direto de Canavieiras - 1952 – A MAIOR CONQUISTA DO FUTEBOL TRICOLOR

 

1952 – A MAIOR CONQUISTA DO FUTEBOL TRICOLOR

Tasso Castro e o novo livro sobre o Fluminense

Por Walmir Rosário*

Um livro para ficar na história dos torcedores do Fluminense carioca, ou das Laranjeiras, como queiram, estará à disposição dos tricolores de todo o Brasil, contando a história da 2ª Taça Rio, conquistada pelo Fluminense, em 1952, data do seu cinquentenário. E a obra do escritor Tasso Castro – 1952, A maior conquista do futebol tricolor – será lançada nesta segunda-feira (10 de fevereiro), às 18h30min, no Shopping Jequitibá, em Itabuna.

De pronto, vale avisar aos tricolores mais moços, que a Copa Rio foi o primeiro Campeonato Mundial de Clubes, realizado pela então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), a CBF da época, com licença da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Os jogos eram realizados no Rio de Janeiro e São Paulo, por equipes da Europa e da América Latina, duas delas brasileiras.

E o texto cirúrgico e preciso é o resultado de pesquisa realizada por Tasso Castro, que conta em detalhes o futebol da época, ressaltando o grande feito do Fluminense, desde a participação do Campeonato Carioca de 1951, considerado um timinho pela mídia. Além de faturar o Carioca de 51, os dirigentes ainda convenceram a CBD e a Fifa a realizarem a Copa Rio um ano antes, já que seria realizada de dois em dois anos, portanto, em 1953.

No livro, o Autor também mostra que o Fluminense foi o primeiro time brasileiro a vingar a nossa derrota de 1950 para a Seleção do Uruguai, que ficou conhecida como o “Maracanazo”. Isto porque o Fluminense jogou contra o Peñarol e aplicou um “chocolate” de 3X0, e nem tomou conhecimento dos carrascos Ghiggia, Schiaffino, dentre outros. Obdúlio Varela não jogou por estar contundido.

A cada jogo o Fluminense de Castilho, Píndaro, Pinheiro, Jair, Édson, Bigode, Lino, Telé, Orlando, Vilalobos, Marinho, Didi, Robson, Quincas, Carlyle, Simões e cia., foi derrotando seus adversários, apesar dos susto inicial no 0X0 contra o Sporting português. Aos poucos se firmou e não tomou conhecimento do Grasshopper (suíço); Peñarol (uruguaio); Áustria Wien; e o Corinthians (dois jogos nas finais). O 1º venceu por 2X0, e empatou o segundo em 2X2.

Os leitores não perdem por esperar, pois além das informações gerais sobre cada uma das partidas, ainda poderão conferir as análises realizadas pelos jornalistas das maiores publicações esportivas. Nelas, cada atleta é estudado em cada partida, e nem mesmo Didi, que viria a ser conhecido como o “Senhor Futebol” escapou das críticas, apesar de considerado o craque da competição.

No texto, Tasso Castro deixa clara a mudança no Fluminense, que do pejorativo timinho de 1951 se transformou no campeão Carioca do mesmo ano e continuou com seu poderio em campo, se sagrando campeão Mundial de Clubes, no ano seguinte. “Com certeza, vencer a Copa Rio de forma invicta demonstra um Fluminense Espetacular”, ressalta o Autor.

O livro 1952 – A maior conquista do futebol tricolor, é formatado em 5 capítulos: I – Copa Rio, 1951, II – Campeonato Carioca 1951, III – Copa Rio 1952, IV – O mundial da Fifa 2000; e o V – Testemunhos de tricolores, além de prefácio, a extinção da Copa Rio e posfácio. Em cada um dos depoimentos os tricolores demonstram a paixão pelo Fluminense, que vão desde a transferência do amor aos filhos até a participação nos jogos em cidades distantes.

Sobre o autor, Alexandre Berwanger escreveu: “Se não bastasse o Fluminense Football Club ostentar entre os seus torcedores Nelson Rodrigues, o "Shakespeare brasileiro", Paulo-Roberto Andel, o "João do Rio do Século XXI", também tem Tasso Castro, o "Novo Jorge Amado", escritor baiano talentoso radicado em Itabuna que publicou outros três livros sobre o Tricolor:

* "Fluminense, memórias de uma paixão" (2011).

* "Oxente, Somos Flu!" (2018).

* "Doces Vitórias" (2022).

Esse seu quarto livro, como o nome indica, aborda a conquista da Copa Rio de 1952, o primeiro título internacional oficial do Fluminense, competição organizada pela CBD, autorizada e acompanhada pela FIFA para a qual segundo o seu Estatuto toda a competição acompanhada por ela tem o caráter de oficial.

Em 1928 o Fluminense conquistou as suas primeiras taças internacionais, amistosas, mas essa é outra época, outra história, embora também muito retumbante.

Além de escrever algumas linhas no excelente livro tenho a satisfação de ter contribuído com a imagem da capa, a do troféu tão significativo para nós tricolores”, finalizou.


*Radialista, jornalista e advogado.